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quinta-feira, 12 de março de 2015

CONTRACANTO: CURIOSA

O soneto "Curiosa" tem origem similar ao soneto "Ex-flor", 
mostrado em novembro passado. Não com uma história 
subjacente, como aquele, mas como resultado de minha 
frequência ao chat do Terra. 

Entre os diversos nicks que costumavam aparecer, notei o da 
'mocinha' (sei lá que idade tinha!) que se intitulava CURIOSA. 
Não lembro de ter entabulado conversação com ela, mas, no 
mesmo dia em que fiz o soneto da Ex-Fiorella (observo agora 
a data de nascimento), construí também este soneto 'curioso', 
que iria completar 14 anos sem ter outro leitor, além do autor. 
Sim, porque também este não consegui mostrar à 'motivadora' 
do soneto. Era uma época de intenso dinamismo dos chats, e 
era comum não se conseguir entrada na sala desejada. 

Vejam agora a simplicidade da construção: 

CURIOSA
tesco 
(2001.04.26)

"CURIOSA um pouquinho,
um pouquinho CURIOSA
Sinto a vida tão gostosa,
quero vê-la de pertinho,

quero sentir seu carinho,
quero prova saborosa,
de aventura fabulosa
que virá no meu caminho.

Um louva-a-deus quando pousa;
aranha tecendo a teia;
a mariposa sagaz;

se são belas, se são feias
eu quero ver essas cousas
que o dia-a-dia nos traz!" 

   *   *   *   

Como eu não fazia ideia dos seus reais interesses, imaginei 
alguém interessado em ver o mundo em todas as suas facetas, 
incluindo todas as coisas rotineiras e comuns, que apresentam 
aspectos maravilhosos, bastando-nos, para isso, observarmos 
com mais atenção. 

Não é preciso ir longe para nos maravilharmos com os modos 
variados existentes na Natureza. Desde o lento caminhar de 
um miriápode (embuá) à confecção de uma teia de aranha; 
do comportamento de um inseto de jardim às ações de um 
passarinho quando pousa num galho; das atividades de um 
besouro às de um gato, ambos procurando cumprir as funções 
básicas para alimentação ou reprodução; tudo oferece motivo 
para admiração de uma obra imensa e bem concatenada. 

De modo geral e em nossa época, pode-se dizer que não 
basta olhar para ver, é preciso focar a atenção. No entanto, 
para se notar que a complexidade do mundo não é mera 
obra do acaso, é suficiente olhar o mundo. É nestas ocasiões 
que, parodiando Descartes, eu digo: Penso, logo, creio! 

Abraço do tesco. 

5 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Ah!...Não fosse a nossa imaginação, estaríamos perdidos de tédio...
kiseto!

CÉU disse...

Bom dia, "Sr." Geólogo!

Tudo bem?
Agradeço, como sempre, sua visita, tal como os inteligentes e saborosos/gostosos comentários.
Um homem de Ciências fazendo, e tão bem, sonetos. Olha que eu não sei fazer, não, e sou de Letras/Humanidades.

Passando ao seu post, então, segundo entendi, tudo se passa num chat, e portanto desconhecendo as características físicas e psicológicas do outro/a.

O soneto está, ingenuamente, feliz e harmonioso.

Depois, as suas considerações sobre o mundo, sobre a terra, estão demais (ai, os bigodes do gato), e remata, inteligentemente com Descartes. O Tratado das Paixões da Alma, não ficaria nada mal, aqui, né?

Um dia bem feliz!

Bom fim de semana, que já está quase chegando.

Abraço, Tesco!

CÉU disse...

Deixei "recadinho" pra você lá no blogue.

Tudo de bom!

Anônimo disse...


Tesco, tudo bem?
Simples e singelo. As coisas mais simples são as mais simples. Esse poema é belo!
beijos
hiscla

Denise Carreiro disse...

Tesco, infelizmente as pessoas já não dispõem de tempo para apreciar essas maravilhas da natureza. As vezes nem reparam nelas próprias. Tudo no afã de ganhar dinheiro, como se isso nos preenchesse interiormente. Que vc possa continuar a ter olhos de ver e nos brindar com poemas ternos e sensíveis. Muita paz!