Num momento de pleno verão pode-se falar em mudança de estação? Em poesia pode! Principalmente se as estações aí faladas representam variações nos sentimentos. E poesia, basicamente, versa sobre sentimentos - e versa os sentimentos - mesmo que fale sobre elementos tão díspares como carne seca ou cheiro de gasolina. O cerne do assunto, na verdade, são sentimentos. A poesia da Shirley é emblemática quanto a isso, pois reúne variados detalhes do ambiente circundante e, por meio de singulares metáforas, nos remete a uma enxurrada de sentimentos. Exemplo é seu post desta semana: HORA DA VERDADE Shirley (2015.01.24) "Nuvens grisalhas meditam no espaço melodia suave vibra no ar doce da manhã meu olhar se perde na esquina silenciosa... Os raios do sol chegam descalços e corajosos pisam no asfalto quente desse verão. Um cachorro late clamando por liberdade e não há brisa nas folhas jovens desse tempo sem fim... Vou pintar minha aura de azul tomar uma overdose de coragem e olhar para dentro de mim..." * * * O leitor tem a liberdade de observar o poema do ponto de vista que melhor lhe aprouver e extrair o sentido que mais lhe agrade. Nisso o poeta não tem autonomia, depois de lançado ao mundo o poema só é seu nominalmente. Daí, um certo tesco, com sua visão torta do mundo da poesia, só consegue enxergar um romance - "ele só pensa... naquilo" - e traz à luz um personagem sofredor, incompreendido em seu amor, sempre à espera de um raio de luz. Vejam o choro: HORA FUTURA tesco (2015.01.29) "Teu olhar... Teu olhar se perde? A verdade é que quem se perde sou eu! O gris das nuvens se torna chumbo em meu coração. Este que lateja e não bate, escravo que é. Mas que não clama por liberdade! Não, não, jamais. Sempre escravo teu na esperança que um dia soprem brisas de amor entre as minhas folhagens. Então no mais siberiano inverno se anunciará a primavera!" * * * O que não se pode fazer é acusar este coração de ser um coração leviano, talvez a brisa não sopre nunca, mas ele fica ali, esperando um golpe de vento. A esperança só morrerá depois dele. Sim, eles existem. Abraço do tesco.
A TORRE DE VIDRO de ROBERT SILVERBERG "Simeon Krug tem uma obsessão: construir uma torre com 1 km de altura para conseguir responder à voz que vem do espaço. Os instrumentos para o seu projecto são os andróides, seres que ele próprio criou à imagem do homem e dotados mesmo de aspecto humano. E os andróides têm uma grande aspiração: tornarem-se homens de carne e osso. E já que tomaram Krug por seu Deus, pensam que dele lhes deve vir a palavra, que opera a transformação. Mas Krug não é Deus... e seria preciso um Deus para poder controlar as terríveis emoções que Krug desencadeou..." Um tanto anacrônico em 175 páginas: O Burj Khalifa, em Dubai, tem 830 m. INSCREVA-SE ASSIM: Escolha apenas UMA dezena de 00 a 99. Basta indicar esta sua escolha nos comentários. A dezena vencedora será a do 5º prêmio no sorteio da Loteria Federal em 04/02/2015. Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
Ainda "sob o impacto" da leitura de "Fiz das pernas coração", coletânea de contos tradicionais portugueses, organizada por José António Gomes, trago-lhes uma historinha, bestinha, bem apropriada para crianças, pois relata ações de um 'abestado'. É um conto que não traz nenhuma dificuldade para a mente, nenhum exercício de imaginação, nenhum ensinamento, sua finalidade é divertir e entreter crianças, por isso mesmo, assim o creio, é divertido. AS SENHORAS DE MANTINHA DE SEDA "Havia uma viúva que tinha um filho aparvalhado. Um dia diz-lhe a mãe: - Vai à cidade, leva esta barranha de mel, vende-o e traz-me o dinheiro. (Barranha (ou barranhão) - recipiente, pequeno alguidar) O rapaz aceitou a barranha de mel e foi para a cidade. Pelo caminho viu-se perseguido pelas moscas e disse: - Se as senhoras querem comprar o mel, fazemos negócio, mas não me piquem. As moscas não responderam, e insistiram em não o largar. Então ele despejou o mel sobre uma pedra e disse: - Aí o têm; despachem-se e venha o dinheiro. As moscas caíram sobre o mel, e nada de dinheiro. Então ele zangou-se e disse que se ia queixar à justiça, voltando a casa para vestir o seu fato novo e apresentar-se ao juiz. Logo que chegou a casa, a mãe pediu-lhe o dinheiro do mel. - Vendi-o a umas senhoras de mantinha de seda, mas não me deram o dinheiro. - Mas tu conheces essas senhoras? - Conheço-as de vista. Vou queixar-me ao juiz. Vestiu o seu fato novo e apresentou-se ao juiz, perante quem lavrou a sua queixa. - E quem são essas senhoras? - perguntou o juiz. - Não lhes sei dizer o nome, mas conheço-as logo que as veja. - Quando as encontrar atire-lhes uma boa paulada - disse o magistrado. Neste momento pousou na testa do juiz uma mosca. Então o labrego ferrou-lhe na testa uma paulada, dizendo: - Da primeira estou vingado." (Recolha de Ataíde Oliveira, in Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses, 1º vol., Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1975, pp. 83-84) * * * É coisa muito difícil, talvez 'missão impossível', prever ações de um louco ou aloucado e, por isso mesmo, tem-se que tomar cuidado com instruções a pessoas desse tipo. No caso de um juiz, as palavras emitidas sempre terão graves consequências, devendo ser bem ponderadas, em qualquer situação e para quaisquer pessoas. Assim, a paulada do final deste conto me parece bem aplicada. (Não me admiraria se o nome desse juiz fosse Joaquim). Abraço do tesco.
SABEDORIA PERSA org. ARY DE MESQUITA A literatura persa é pouco conhecida no ocidente e, consequentemente, amostras da sabedoria nela contida. Nos princípios do século 19, essa carência foi diminuída com a tradução dos escritos de Hafis, Rumi, Omar Khayam, Firdausi e Saadi de Xiraz, entre outros. Com isso o Ocidente foi enriquecido, não só com a poesia, como com a tradição espiritual dessa importante civilização antiga. Apenas 98 páginas, mas portando tesouros. INSCREVA-SE ASSIM: Escolha apenas UMA dezena, de 00 a 99. Basta indicar esta sua escolha nos comentários. A dezena vencedora será a do 5º prêmio no sorteio da Loteria Federal em 31/01/2015. Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
O carinho é por demais conhecido, pelo menos na atualidade. Mas, ouso dizer, apenas o carinho físico. Aquele que se mostra quando a mãe envolve seu bebê nos braços, ou quando a namorada afaga o braço do rapaz, ou este alisa os cabelos dela. Falo sobre algo mais sutil, como o que está na letra de "What a wonderful world" (Weiss/Douglas), cantada por Louis Armstrong: "I see friends shaking hands, saying: "How do you do? They're really saying: "I love you" (Vejo amigos se cumprimentando, dizendo: "Como vai?" Eles estão realmente dizendo: "Amo você"). Estranhamente, na crônica "A carícia essencial que resgata nossa humanidade", Leonardo Boff diz: "O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado." Eu penso justamente o contrário: É o afeto que está por trás da carícia, da ternura, do cuidado. Estes são representações exteriores do afeto. A coisa pode perfeitamente existir sem plena representação exterior, como o calor de rocha fundida sob delgada crosta de lava, aparentemente endurecida, ou água gelada abaixo de frágil camada de gelo. Ou, num exemplo mais cotidiano (e doloroso), o corpo do tomate 'pelando' de quente em baixo da pele 'quase' fria (Uuuuiiii!).
Tal carinho é o tema deste soneto, iniciado em março de 2003, e que tomou forma final em abril daquele ano. Eis o que se formou: CARINHO tesco (2003.04.16) Só necessito teu carinho, gentil dama, Pois acalma meu ser desesperado. Sempre sentir tua presença ao meu lado, Ver-te sempre solidária ao pé da cama. Sei como seria triste e desolado, Não atendesses assim a quem te chama; Se não viesses amar a quem te ama. E me deixasses neste mundo isolado. Com a tua presença feminil, Eu já estou em paz e confortado, Nada me falta sob um céu de abril. Se já não temo mais ficar sozinho, Devo a ti o sentimento abençoado. Acaricia minh'alma o teu carinho! * * * Creio ficar explícito que o carinho aí manifesto é o afeto que é transmitido, o que não exclui cuidados e atenções físicas, a própria presença da 'dama' já o diz. Mas o essencial é a solidariedade, a atenção, a conversa amiga, a renovação de ânimo levadas a efeito. Ou seja, o que, muitas vezes, é "invisível aos olhos". Abraço do tesco.
KRONK de EDMOND COOPER "Gabriel Chrome junto ao Tâmisa, meditava sobre a morte, quando encontrou uma rapariga nua que tentava suicidar-se. Esse dia foi de esperança e redenção para um mundo corrupto e violento. Porque o que ele propunha era a salvação e não a morte através do alastramento epidêmico de uma bactéria que impossibilitaria instintos agressivos. A vida de Gabriel adquiriu imediatamente novo sentido - salvar a humanidade. Mas a humanidade parecia muito afastada da esperança..." Mais uma distopia de Cooper, em 144 páginas, porém desta vez, com mais evidente senso de humor. INSCREVA-SE ASSIM: Escolha apenas UMA dezena de 00 a 99. Basta indicar esta sua escolha nos comentários. O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal (ítem 2 do Regulamento), em 28/01/2015. Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
Minhas leituras frequentemente descambam para coisas inusitadas. E, normalmente, escritos mais antigos, porque ostentam a palavra mágica: Grátis! Assim, comecei a ler uma coletânea, organizada por José António Gomes, de contos tradicionais portugueses, intitulada "Fiz das pernas coração", mais voltada para o público infantil, porém, como reúne histórias transmitidas oralmente, torna-se ponto de interesse geral. Os contos tradicionais, geralmente, tentam contar a 'esperteza' de um 'heroi', que representa o povo mais pobre, em resposta à opressão do poder dominante, nesse conto representada pela classe eclesiástica que, em toda a Idade Média, não desgruda do poder temporal. UM CRIADO ESPERTO "Havia um sujeito que era padre e que tinha por costume não pagar as soldadas do criado, valendo-se de uma esperteza no acto do ajuste. Certo dia bateu-lhe à porta um rapaz e perguntou-lhe se queria assoldadar um criado. - Quanto queres ganhar? - Seis moedas por ano. - Pago-te cinco réis, mas com a condição de fazeres só o que te mando. - Estou pelo contrato - respondeu o rapaz. No dia seguinte entrou o criado ao serviço do amo, que o mandou varrer a rua. O rapaz varreu a rua e deixou o estrume em monte. - Por que não apanhaste o estrume? - Porque o patrão só me mandou varrer a rua. Percebeu o amo que tinha ao seu serviço um criado fino. Tentou durante muito tempo apanhar o rapaz em alguma falta, e não lhe era possível. Conferenciou o amo com um compadre muito esperto, e este disse-lhe: - Diga amanhã ao seu criado que lhe arranje um almoço muito leve, e seja qual for o almoço diga-lhe que é pesado. E assim sucedeu. O criado pôs-se a pensar na malícia do patrão e na maneira como se havia de sair. Depois de matutar algum tempo, veio pousar-lhe perto um pintassilgo. Apanhou-o vivo, meteu-o numa terrina, tapou-a com a tampa e esperou pelo patrão. Este entrou e pediu o almoço. - Está dentro dessa terrina. - Pois tu não sabes que as sopas são alimento muito pesado para mim? - Veja bem: não são sopas. O amo levantou a terrina, e o pintassilgo safou-se, voando. - Parece-me que não podia arranjar-lhe um almoço mais leve - disse o criado. O amo calou-se e foi conferenciar com o compadre. - Manda amanhã comprar dez réis de arres e dez réis de ais. E assim sucedeu. O criado pensou por algum tempo e disse consigo: achei. Foi ao campo com um saco, e meteu-lhe dentro grande porção de urtigas; depois comprou dez réis de laranjas e meteu dentro grandes porções de alfinetes com as pontas para fora, colocando as laranjas por baixo das urtigas. Trouxe o saco para casa e disse ao amo: - Aqui tem no saco o que me mandou comprar. O amo abriu o saco e meteu dentro a mão. - Arre! - gritou o patrão, sentindo-se picado nas urtigas. - Os ais estão mais abaixo. - Ai!, Ai! - disse o patrão desesperado, picando-se nos alfinetes. - Já vê que cumpri as suas ordens. Tornou o amo a casa do compadre. Este já não sabia que conselho dar-lhe. Pensou, pensou e disse: - Diga-lhe que é costume da casa jejuar-se três dias seguidos. É impossível que ele resista a tão grande jejum. E nesta hipótese ele safa-se, e o compadre vê-se livre dele. O patrão veio para casa e disse: - É costume da casa jejuar-se três dias seguidos; eu também jejuo. - Ora - respondeu o criado - na casa do último patrão jejuei seis dias, e não me custou o jejum. O criado preveniu-se com uma ceira de figos secos, que o amo reservava para o mês de Maio, e comia os figos, quando o amo não estava em casa. Ao segundo dia ordenou-lhe o amo que aparelhasse duas cavalgaduras para ambos irem a uma feira. O criado aparelhou-as e meteu no forro da albarda da sua cavalgadura uma boa porção de figos. Ora o amo, como já se disse, era padre e ia à feira para dizer missa numa capela rural. Pelo caminho tiveram de atravessar uma grande porção de mato, feito de estevas. O amo ia adiante e o criado atrás. Este ia comendo o seu figo, à sorrelfa. O amo, repentinamente, voltou os olhos para trás e viu o criado a comer. - Perdeste, pois que não jejuaste - gritou ele. - Não perdi, vou entretido em mastigar a carapinha das estevas, que refrescam a língua. O amo quis seguir o exemplo, mas estas são muito amargas e ele pôs-se a saboreá-las com repugnância. Chegaram a um outeiro, de onde se avistava ainda a casa do padre; e este fez parar a cavalgadura, exclamando: - Ai que me esqueceu a caixa das hóstias!... - Se quer eu vou lá; ceda-me a sua mula que é mais ligeira do que a minha e aqui estou num momento. - Pois sim, não te esqueças. Diz à criada que é a caixa maior. O criado montou na mula do patrão. Chegou a casa e disse à criada: - O patrão ordena que me entregue a bolsa maior do dinheiro, que tem no baú. - A maior não pode ser, porque é onde ele tem o dinheiro para pagar a fazenda que comprou. - Olhe, ele está além: pergunte-lhe. A criada subiu à varanda do prédio e pôs-se a gritar: - A maior ou a mais pequena? - A maior, a maior - respondeu o padre. A criada desceu e entregou a bolsa maior, que o criado arrecadou. Depois nunca mais apareceu nem com o dinheiro nem com a mula. Vingara assim os outros criados que não tinham recebido os seus salários." (Recolha de Ataíde Oliveira, in Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses, 1º vol., Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1975, pp. 123-127.) * * * Aí, portanto, não vemos a esperteza corrosiva de uma classe política, distorcendo as leis em seu favor, mas apenas respostas a canalhices e safadezas, disfarçadas sob algum verniz de honestidade ou mesmo de santidade. São ações locais e pontuais, sem nenhuma amplitude em seu efeito, mas que dão ao povo um sabor de vitória, o que quase nunca consegue na vida real. Abraço do tesco.
MÁXIMAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES DO MARQUÊS DE MARICÁ Aqui estão reunidos 4188 reflexões (tem algumas repetidas, é verdade) de Mariano José Pereira da Fonseca, das quais as primeiras foram publicadas em 1837. Pode-se alegar: - Mas o que poderemos aprender com reflexões da primeira metade do século 19? Devemos considerar que a maioria delas é de ordem moral, e o homem, infelizmente, não mudou nada desta época até hoje. Veja-se, por exemplo: "259. Com pouco nos divertimos, com muito menos nos afligimos.' "260. Aquele que se envergonha ainda não é incorrigível." "405. Ninguém quer passar por tolo, antes prefere parecer velhaco." "467. O roubo de milhões, enobrece os ladrões." Como visto, tudo ainda perfeitamente aplicável. Não é livro pra concluir numa semana, nos convida a meditar, além de ter 516 páginas (formato bolso).
INSCREVA-SE ASSIM: Escolha apenas UMA dezena de 00 a 99. Basta indicar esta sua escolha nos comentários. O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal (ítem 2 do Regulamento), em 24/01/2015. Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
Shirley retornou a publicar, depois do recesso de ano novo. E eu aproveito que é a vez do comentário poético ao seu poema semanal, para incluir o poema atual. Nele, utilizando sua energia matinal, nossa poeta faz mais uma introspecção, procurando as forças para enfrentar os obstáculos da vida neste mundo purgatorial, onde dificuldades e desilusões não dão nem sinal de diminuir. Observando o céu azul, límpido e convidativo, tem um 'insight', se vê um pássaro, vencendo distância atroz e pousando na janela do amado. Visualize conosco: SERIA BOM Shirley (2015.01.12) "Busco palavras no fundo de minhas verdades e unindo-as com a energia da manhã edifico poemas e muros num incansável experimento. Neste mundo tridimensional no qual estagio - laboratório depurador - penduro trapos coloridos nos infinitos ciclos do tempo. Quando o azul do céu se distrai espalha inércia em minha alma então eu penso que bom seria possuir asas para romper as distâncias pousar na tua janela e ficar cinco minutos na mira do teu olhar..." * * * Acompanhando aquele insight, posiciono-me no outro polo desse legítimo wi-fi, um 'wings flying', e incorporo-me na pele daquele amado tão bem amado. Percebo o mensageiro, recebo o recado e, decodificando a mensagem, decido imediatamente pela melhor conclusão da comunicação: Fecharemos o circuito! Siga o diagrama: TRANSMISSÃO ENCERRADA tesco (2015.01.12) "De repente Na janela da sala Pousa um lindo passarinho! Qual é? Não sei! Nada entendo de passarinhos. Sei apenas que são mensageiros dos deuses. Na verdade, mensageiros da deusa! Quanto tempo fiquei a observá-lo? Tempo tempo tempo, existes? Pouco tempo, creio Alguns saltitos graciosos, Um trinado maravilhoso, e voou... Recado entregue! Ah, minha deusa! Me atormento em plagas distantes Mas o universo é pequeno Para tão grande amor! O trinado foi um poema teu Apenas entendido com o sentimento Dizia simplesmente: Te amo! Cativado pela mensagem recebida Apresso o término das negociações Retornarei ao teu amoroso seio. Que importa ganhar o mundo Se meu desiderato és tu? Retornarei O amanhã se tornará hoje!" * * * Ah, quem nos dera que só houvesse finais felizes! Se nem tudo acontece como almejamos; se sempre aparece uma poerinha na engrenagem; se, âs vezes, o universo conspira contra nós; pelo menos a poesia nos concede visões maravilhosas! Abraço do tesco.
ESPINHOS de ROBERT SILVERBERG "Um acidente genético transformara-o num ser de características únicas, para desempenhar a sua tarefa: um devorador de emoções acionado pela dor, necessitando para viver, da sua ração de angústia crua, tal como os outros necessitam pão e carne." A trama parece intrincada, até que, já no fecho, o esclarecimento vem da parte de Lona: "Foi um idiota quem me disse a verdade. [...] Disse-me que Chalk é um devorador de emoções. Alimenta-se do medo, do sofrimento, da inveja, do desgosto." Acidente genético, é? Que nada! "Iguais a você eu apanhei mais de cem!" (Eduardo Araújo em "Vem quente que estou fervendo", 1967). Silverberg antecipa em mais de 30 anos (1967-2001), os "Vampiros emocionais" de Bernstein. São 160 páginas de sofrimento, digo, de drama. INSCREVA-SE ASSIM: Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20, com 5 dezenas já determinadas. Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05. Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00. Basta indicar esta sua escolha nos comentários. O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal (link no ítem 2 do Regulamento), em 21/01/2015. Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL, ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
3. Se a dezena do 5º prêmio não tiver sido escolhida, será vencedor quem tiver escolhido a dezena imediatamente superior ou, na falta deste, a imediatamente inferior e assim, sucessivamente, até haver um vencedor.
4. Serão aceitas as inscrições de leitores que publiquem e-mail válido ou home-page, ou já sejam conhecidos do responsável pelo blog.
5. O vencedor enviará endereço (no Brasil) para recebimento do brinde, em e-mail para nossa caixa postal: gtesco@gmail.com
6. Casos omissos serão decididos pelo responsável pelo blog.