Em abril deste ano, Shirley sofreu um assalto!
Naturalmente - sabe como é poeta - apesar de toda a violência,
foi um assalto poético e o 'criminoso' foi o vento!
Seu poema semanal descreve as diabruras praticadas pelo
'marginal' e, ao término, sua irritação crescente. Na verdade,
Shirley enfureceu-se a ponto de deixar afluir à pele sua ira e
planejar um assassinato!
Parece mesmo decidida a uma ação de extermínio e...
Mas não quero influenciar seu voto, desvirtuando os fatos com
minha interpretação.
Veja a descrição do episódio por ela mesma:
ATITUDE PERIGOSA
Shirley
(2015.04.04)
"O vento passa
roubando o verde do jardim
o amarelo do sol
o vermelho do meu batom.
O vento volta
com pompa de arauto
diz coisas sem sentido
estremece meus alicerces.
Ele vem
espia pela incauta janela
brinca com a minha saia
pisoteia minha tolerância
e depois
levando as cores da manhã
vai embora rindo
feito rio caudaloso
em direção ao futuro...
Os minutos
e o omisso relógio viram tudo
nada fizeram para proteger-me.
Fico brava em silêncio
sem sonho sem nada
e não importa minha sina
posso tornar-me assassina...
É isso mesmo
hoje vou matar o tempo!"
* * *
Está aí o depoimento da vítima, assinado por ela, e contendo
a confissão de premeditação de um crime.
Se você está antenado, e apoia as recentes manifestações de
'justiça pelas próprias mãos' praticadas por alguns setores da
população, incentivará a Shirley e dirá:
- É isso mesmo, Shirley, amarre esse bandido num poste e o
surre até deixá-lo morto!
Eu sou veementemente contrário a isso!
E explico:
Primeiramente, num estado de direito, normal e regular, como
o que estamos vivendo aqui e agora, justiça pelas próprias mãos
não é lícita, nem legal nem moralmente;
segundamente, a pena proposta não é proporcional ao crime;
e terceiramente, a vítima visada não é o 'criminoso'.
Excetuada a primeira circunstância, de não haver base legal
ou moral para a pena proposta, meu comentário ressaltou os
dois argumetos seguintes e, propôs a absolvição do réu.
Confira abaixo:
PERDOANDO
tesco
(2015.04.04)
"Sofreste um vento ladrão
Que - marginal desalmado -
Tão solto na amplidão
Veio fazer o narrado
E zombando do assaltado
Puxa a perna e ouve o baque
E o relógio, coitado!
Só sabe fazer 'tic-tac'
Certo é fazer justiça
Condenando o 'condenado'
Mas não se tornar 'puliça'
Matando o 'cliente' errado
De tudo que o vento fez
Se o paraíso é mostrado
- Levante a saia de vez -
E de pronto é perdoado!"
*** *** ***
Considero pois, se a arruaça promovida pelo vento culmina
com o levantamento dessa "cortina pudicícia", encaminhando
a maioria dos homens a uma 'espiada revigorante', o réu, na
verdade, merece mais uma condecoração, em vez de uma
punição.
Venta, vento!
Abraço do tesco.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
SORTESCO D 07
DVD O GORDO E O MAGRO
ERA UMA VEZ DOIS VALENTES
Considerado um dos melhores longa-metragens da dupla,
"March of the wooden soldiers" (lançado originalmente como
"Babes in Toyland"), de 1934, é a primeira aaptação para as
telas da opereta composta por Glen MacDonough e Victor
Herbert em 1903. Esta comédia musical em ritmo de conto de
fadas conta a história do malvado Silas Barnaby, que ameaça
despejar a viúva Peep caso a sua filha Little Bo-Peep não
aceite casar-se com ele. A moça é apaixonada por Tom-Tom
Piper e pede ajuda a Stannie Dum (Stan Laurel) e Ollie Dee
(Oliver Hardy) para derrotar o vilão. A dupla tenta pegar dinheiro
emprestado para pagar a hipoteca da viúva Peep, mas acaba
optando por um plano mais ousado: Fazer Barnaby casar-se
com Stannie! O enfurecido vilão então ameaça destruir a
Terra dos Brinquedos. Em preto e branco, áudio em inglês,
com legendas em português, duração aproximada 60 minutos.
INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UMA dezena, AINDA DISPONÍVEL,
entre 00 e 99, e indique sua escolha nos comentários.
Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 05/08/2015.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
SORTESCO D 06 - RESULTADO
A dezena sorteada hoje foi 88,
e a opção vencedora é de:
HISCLA!
Parabéns!
domingo, 26 de julho de 2015
O POTE RACHADO
Aproveitando o ensejo de estar aí embaixo , em sorteio, o
"Conversa fraterna", transcrevemos as palavras finais do
Divaldo Franco no encerramento do livro.
Divaldo vale-se de um conto indiano, já bastante divulgado,
para tirar valiosas conclusões quanto à atitude da maioria de
nós , que procura alcançar determinados níveis, antes de
começar a praticar a caridade.
O POTE RACHADO
"Um homem contratou um servo para diariamente completar
os seus depósitos com água.
O servo comprou dois potes, como é comum na Índia,
amarrou-lhes cordas à boca e prendeu em uma haste
resistente para carregar, sobre os ombros, os dois potes
de água.
Diariamente, ele ia à fonte, enchia os potes, trazia-os,
completando os depósitos e era feliz com seu amo e com
seu trabalho.
Um dia, um pote rachou e, a partir daí, sempre a água que
o pote rachado levava derramava pelo caminho, perdendo
a metade pela rachadura.
Perdendo-se água, o carregador dava mais uma viagem,
retornando à fonte outra vez.
Um dia, o pote rachado disse:
(naquele tempo, os potes falavam)
- Meu rapaz, eu quero lhe pedir um favor: jogue-me fora,
substitua-me. Eu sou motivo de cansaço para você.
Pela minha rachadura perde-se muita água,
e você tem que dar outra viagem!
O carregador lhe respondeu:
- Mas eu não estou me queixando.
- Sim, mas eu estou. Você é tão gentil comigo, preservando-me.
Quebre-me, eu já estou na hora de ser abandonado,
estou imprestável.
O homem que o carregava propôs:
- Olhe aqui, venha ver, por favor.
Carregou-o com cuidado, subiu o aclive e explicou-lhe:
- Veja a distância daqui até a casa do amo. Note este lado
como está verde, como está cheio de flores e note o outro,
como está árido.
O pote olhou e confirmou:
- De fato, que se passa?
Ele esclareceu:
- Pois é, quando eu percebi que você ia derramar água,
comecei a pensar que, você poderia ser-me útil.
Então, eu semeei flores, atirei sementes, pólen e,
diariamente, você se encarregava de molhá-los,
poupando-me esse trabalho. As sementes germinaram,
e aí está, deste lado eu tenho um jardim e sem nenhum
trabalho; você o molha para mim todo dia.
- Mas que maravilha! Mas eu sou um transtorno na sua
vida, porque o seu amo percebe o seu cansaço que resulta
das duas viagens.
Ele concluiu:
- Mas meu amo gosta de mim, porque diariamente, quando
eu lhe preparo o café, venho a este lado do jardim, tiro
algumas flores que você umedece e coloco-as no jarro,
embelezando a mesa onde meu amo alimenta-se.
E ele, diante da mesa florida, fica muito feliz.
Daí você me é de uma utilidade incomparável.
O pote rachado calou-se e o servo continuou conduzindo-o."
* * *
Conclui Divaldo:
"Um grande número de nós é constituído por potes rachados.
Enquanto não se encontram potes mais perfeitos,
Deus nos utiliza de acordo com as nossas próprias
deficiências para a prática do bem.
Temos como exemplo o Mestre Jesus que, escolheu
12 homens para a propagação da Boa Nova, não 12 anjos.
Por isso, não podemos deixar de fazer o bem porque temos
imperfeições, porque temos dificuldades, porque temos limites.
Não podemos esperar a perfeição para sermos úteis,
temos sim que, sermos úteis para alcançarmos a perfeição.
Deus não nos daria a oportunidade da reencarnação se não
acreditasse em nós, quem não acredita em nós somos nós
mesmo, quando dizemos: “quebre-me”, “substitua-me”,
“estou imprestável”.
Porque muitos espíritas dizem: “Eu ainda não sou espírita,
mas gostaria de ser, eu ainda não sou perfeito.” Mas, se
Kardec disse que: “Reconhece-se o espírita pelo esforço
que ele faz para melhorar-se”, significa que, se temos algo
a melhorar, é porque não somos perfeito, portanto nosso
discurso deveria ser assim: “Eu sou espírita imperfeito,
um vasilhame rachado, mas estou tentando tornar-me melhor."
E, se esperarmos a perfeição para dizermos ser espíritas,
não seremos nunca. Pois, quando alcançarmos a perfeição,
não seguiremos mais uma religião, ou melhor, um rótulo
religioso, porque nossa religião será a prática do AMOR.
Então, se estamos aqui colhendo flores neste jardim
maravilhoso que é o Espiritismo, é porque outros potes
rachados regaram este jardim para nós.
Por isso, sejamos os trabalhadores da última hora, que
trabalham por amor, com dedicação, sem querer saber o que
ou o quanto receberá; sem preocupar-se se fez pouco
ou muito, porque o importante é fazer bem, com qualidade.
Não sejamos figueiras estéreis, revestidos só de palavras
bonitas, sejamos uma árvore que dá frutos, ou seja, que
trabalhe, (porque a fé sem obras é morta), e que estes frutos
atraiam outros para saboreá-lo, para tomar gosto e quem sabe,
dar continuidade ao nosso trabalho.
E é nesta luta, que devemos fazer o melhor hoje, para que
talvez, na próxima encarnação, venhamos um pote com uma
rachadura menor, ou seja, com menos defeitos, e quem sabe,
com mais utilidade.
Portanto, continuemos levando a nossa água, talvez não
cumpramos exatamente com nosso dever, diante da meta
que traçamos em nossa vida.
Mas, pelo menos, que em nosso caminho, haja flores para
aqueles que vierem depois colhendo e bendizendo o pote
rachado que por ali passou."
*** *** ***
Podemos ser úteis e prestatativos mesmo não estando
inteiramente preparados ou convivermos com algumas
deficiências.
A maioria de nós usa as deficiências como desculpa para
adiar as tarefas, mesmo que sejam urgentes.
Mas o chamado é claro e indiscutível:
"Amemo-nos uns aos outros".
E amor sem caridade é somente contemplação inútil!
Abraço do tesco.
"Conversa fraterna", transcrevemos as palavras finais do
Divaldo Franco no encerramento do livro.
Divaldo vale-se de um conto indiano, já bastante divulgado,
para tirar valiosas conclusões quanto à atitude da maioria de
nós , que procura alcançar determinados níveis, antes de
começar a praticar a caridade.
O POTE RACHADO
"Um homem contratou um servo para diariamente completar
os seus depósitos com água.
O servo comprou dois potes, como é comum na Índia,
amarrou-lhes cordas à boca e prendeu em uma haste
resistente para carregar, sobre os ombros, os dois potes
de água.
Diariamente, ele ia à fonte, enchia os potes, trazia-os,
completando os depósitos e era feliz com seu amo e com
seu trabalho.
Um dia, um pote rachou e, a partir daí, sempre a água que
o pote rachado levava derramava pelo caminho, perdendo
a metade pela rachadura.
Perdendo-se água, o carregador dava mais uma viagem,
retornando à fonte outra vez.
Um dia, o pote rachado disse:
(naquele tempo, os potes falavam)
- Meu rapaz, eu quero lhe pedir um favor: jogue-me fora,
substitua-me. Eu sou motivo de cansaço para você.
Pela minha rachadura perde-se muita água,
e você tem que dar outra viagem!
O carregador lhe respondeu:
- Mas eu não estou me queixando.
- Sim, mas eu estou. Você é tão gentil comigo, preservando-me.
Quebre-me, eu já estou na hora de ser abandonado,
estou imprestável.
O homem que o carregava propôs:
- Olhe aqui, venha ver, por favor.
Carregou-o com cuidado, subiu o aclive e explicou-lhe:
- Veja a distância daqui até a casa do amo. Note este lado
como está verde, como está cheio de flores e note o outro,
como está árido.
O pote olhou e confirmou:
- De fato, que se passa?
Ele esclareceu:
- Pois é, quando eu percebi que você ia derramar água,
comecei a pensar que, você poderia ser-me útil.
Então, eu semeei flores, atirei sementes, pólen e,
diariamente, você se encarregava de molhá-los,
poupando-me esse trabalho. As sementes germinaram,
e aí está, deste lado eu tenho um jardim e sem nenhum
trabalho; você o molha para mim todo dia.
- Mas que maravilha! Mas eu sou um transtorno na sua
vida, porque o seu amo percebe o seu cansaço que resulta
das duas viagens.
Ele concluiu:
- Mas meu amo gosta de mim, porque diariamente, quando
eu lhe preparo o café, venho a este lado do jardim, tiro
algumas flores que você umedece e coloco-as no jarro,
embelezando a mesa onde meu amo alimenta-se.
E ele, diante da mesa florida, fica muito feliz.
Daí você me é de uma utilidade incomparável.
O pote rachado calou-se e o servo continuou conduzindo-o."
* * *
Conclui Divaldo:
"Um grande número de nós é constituído por potes rachados.
Enquanto não se encontram potes mais perfeitos,
Deus nos utiliza de acordo com as nossas próprias
deficiências para a prática do bem.
Temos como exemplo o Mestre Jesus que, escolheu
12 homens para a propagação da Boa Nova, não 12 anjos.
Por isso, não podemos deixar de fazer o bem porque temos
imperfeições, porque temos dificuldades, porque temos limites.
Não podemos esperar a perfeição para sermos úteis,
temos sim que, sermos úteis para alcançarmos a perfeição.
Deus não nos daria a oportunidade da reencarnação se não
acreditasse em nós, quem não acredita em nós somos nós
mesmo, quando dizemos: “quebre-me”, “substitua-me”,
“estou imprestável”.
Porque muitos espíritas dizem: “Eu ainda não sou espírita,
mas gostaria de ser, eu ainda não sou perfeito.” Mas, se
Kardec disse que: “Reconhece-se o espírita pelo esforço
que ele faz para melhorar-se”, significa que, se temos algo
a melhorar, é porque não somos perfeito, portanto nosso
discurso deveria ser assim: “Eu sou espírita imperfeito,
um vasilhame rachado, mas estou tentando tornar-me melhor."
E, se esperarmos a perfeição para dizermos ser espíritas,
não seremos nunca. Pois, quando alcançarmos a perfeição,
não seguiremos mais uma religião, ou melhor, um rótulo
religioso, porque nossa religião será a prática do AMOR.
Então, se estamos aqui colhendo flores neste jardim
maravilhoso que é o Espiritismo, é porque outros potes
rachados regaram este jardim para nós.
Por isso, sejamos os trabalhadores da última hora, que
trabalham por amor, com dedicação, sem querer saber o que
ou o quanto receberá; sem preocupar-se se fez pouco
ou muito, porque o importante é fazer bem, com qualidade.
Não sejamos figueiras estéreis, revestidos só de palavras
bonitas, sejamos uma árvore que dá frutos, ou seja, que
trabalhe, (porque a fé sem obras é morta), e que estes frutos
atraiam outros para saboreá-lo, para tomar gosto e quem sabe,
dar continuidade ao nosso trabalho.
E é nesta luta, que devemos fazer o melhor hoje, para que
talvez, na próxima encarnação, venhamos um pote com uma
rachadura menor, ou seja, com menos defeitos, e quem sabe,
com mais utilidade.
Portanto, continuemos levando a nossa água, talvez não
cumpramos exatamente com nosso dever, diante da meta
que traçamos em nossa vida.
Mas, pelo menos, que em nosso caminho, haja flores para
aqueles que vierem depois colhendo e bendizendo o pote
rachado que por ali passou."
*** *** ***
Podemos ser úteis e prestatativos mesmo não estando
inteiramente preparados ou convivermos com algumas
deficiências.
A maioria de nós usa as deficiências como desculpa para
adiar as tarefas, mesmo que sejam urgentes.
Mas o chamado é claro e indiscutível:
"Amemo-nos uns aos outros".
E amor sem caridade é somente contemplação inútil!
Abraço do tesco.
SORTESCO 355
CONVERSA FRATERNA
DIVALDO FRANCO
Não é psicografia e sim a transcrição de diálogo ocorrido em
novembro de 1999, com os membros do CFN. O que seria tão
somente um debate sobre administração de centros espíritas,
transforma-se em conversa esclarecedora, enriquecida com a
vivência do Divaldo nas lides de assistência e sua experiência
em palestras divulgando a doutrina do Cristo. Em 110 páginas.
INSCREVA -SE ASSIM:
Escolha apenas UMA dezena, AINDA DISPONÍVEL,
entre 00 e 99, e indique sua escolha nos comentários.
Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 01/08/2015.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
CONTRACANTO: TODO DIA
Aqui, ao contrário de outros poemas em que o momento vivido
pelo autor não fazia parte da temática, o tempo-espaço onde
me encontrava guarda relação com o que é exposto.
Recém contratado pela Petrobrás, estava em Salvador há um
mês e meio, longe do meu habitat e sem caras conhecidas
para contar coisas do dia a dia. Já havia passado igual período
fora de casa antes, mas sempre contara com companhia de
colegas.
Também fizera um ano de casado, e já havia me acostumado
com a convivência da esposa, que agora somente "via" em
contatos telefônicos: Ainda não existiam internet, nem 'skypes',
nem 'WhatsApps', nem smartphones... Essas facilidades que
nos assessoram hoje.
A saudade batia - e não levava nem um tapa - aí, na solidão
dum quarto de hotel, brotou esse lamento, chorando uma
amada fictícia, que partira - real ou metaforicamente - da vida
do poeta. Tão 'macambúzio' ele estava que não atentou para
métricas, rimas ou formas poéticas. Apenas expressava um
sentimento de perda. Sintam a nostalgia do jovem:
TODO DIA
tesco
(1980.03.07)
"Se ela voltasse eu lhe diria tudo
Que queria lhe dizer mas nunca disse
Todas as bobagens, todas as tolices,
Essas vontades de todo dia e sempre.
Se ela voltasse decerto saberia
Dos meus desejos de toda a eternidade,
Essas saudades, esses mal-estares,
A dor que consome e não acaba mais.
Se ela falasse, se ela dissesse,
Se ela quizesse, se ela voltasse..."
* * *
Taí, o que a tristeza não faz?
Os outros sentimentos também produzem,
mas nada que se compare a uma saudade...
Abraço do tesco.
pelo autor não fazia parte da temática, o tempo-espaço onde
me encontrava guarda relação com o que é exposto.
Recém contratado pela Petrobrás, estava em Salvador há um
mês e meio, longe do meu habitat e sem caras conhecidas
para contar coisas do dia a dia. Já havia passado igual período
fora de casa antes, mas sempre contara com companhia de
colegas.
Também fizera um ano de casado, e já havia me acostumado
com a convivência da esposa, que agora somente "via" em
contatos telefônicos: Ainda não existiam internet, nem 'skypes',
nem 'WhatsApps', nem smartphones... Essas facilidades que
nos assessoram hoje.
A saudade batia - e não levava nem um tapa - aí, na solidão
dum quarto de hotel, brotou esse lamento, chorando uma
amada fictícia, que partira - real ou metaforicamente - da vida
do poeta. Tão 'macambúzio' ele estava que não atentou para
métricas, rimas ou formas poéticas. Apenas expressava um
sentimento de perda. Sintam a nostalgia do jovem:
TODO DIA
tesco
(1980.03.07)
"Se ela voltasse eu lhe diria tudo
Que queria lhe dizer mas nunca disse
Todas as bobagens, todas as tolices,
Essas vontades de todo dia e sempre.
Se ela voltasse decerto saberia
Dos meus desejos de toda a eternidade,
Essas saudades, esses mal-estares,
A dor que consome e não acaba mais.
Se ela falasse, se ela dissesse,
Se ela quizesse, se ela voltasse..."
* * *
Taí, o que a tristeza não faz?
Os outros sentimentos também produzem,
mas nada que se compare a uma saudade...
Abraço do tesco.
SORTESCO D 06
DVD O TESOURO DE TARZAN
"Uma expedição científica na África descobre que o terreno
habitado por Tarzan, Jane e seu filho pode esconder uma
valiosa jazida de ouro. Os malfeitores, dispostos a tudo para
se apoderar da fortuna, raptam a familia do Homem-macaco
para forçá-lo a revelar a localização exata do ouro. Tarzan,
- que não desiste facilmente de Jane e do menino - vira bicho
e convoca os animais da floresta para ajudá-lo a resgatar
seus entes queridos".
Filme de 1941, em preto e branco, com Johnny Weissmuller,
o mais famoso tarzan do cinema, Maureen O'Sullivan e John
Sheffield (e Chita), com áudio em inglês e legendas. Ideal
para relembrar a infância (epa, me denunciei), quer dizer,
para os maiores de 50 anos - no início dos anos 60 ainda
se exibia Weissmuller nos cinemas.
INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UMA dezena, AINDA DISPONÍVEL,
entre 00 e 99, e indique sua escolha nos comentários.
Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 29/07/2015.
SORTESCO D 05 - RESULTADO
A dezena sorteada hoje foi 84,
e a opção vencedora é de:
HISCLA!
Parabéns!
domingo, 19 de julho de 2015
A PIOR AUDIÊNCIA
O texto que será apresentado não é novidade, está na internet
desde 2012, no entanto, só agora tomei conhecimento dele.
E, coincidentemente, guarda pavorosa relação com o livro
à sorteio aí embaixo, que é uma obra de Kafka.
A audiência descrita pelo Desembargador Paulo Rangel pode
ser facilmente confundida com uma visão kafkiana, entretanto,
faz parte da realidade brasileira. Resta saber até quando esta
semelhança vai perdurar.
O que nos deixa esperançoso é constatar que, mesmo não sendo
muita coisa em proporção - talvez 1% - há gente de bom senso
no Judiciário brasileiro!
A PIOR AUDIÊNCIA DA MINHA VIDA
Desembargador Paulo Rangel
"A minha carreira de Promotor de Justiça foi pautada sempre
pelo princípio da importância (inventei agora esse princípio),
isto é, priorizava aquilo que realmente era significante diante da
quantidade de fatos graves que ocorriam na Comarca em que
trabalhava. Até porque eu era o único promotor da cidade e só
havia um único juiz. Se nós fôssemos nos preocupar com furto
de galinha do vizinho; briga no botequim de bêbado sem lesão
grave e noivo que largou a noiva na porta da igreja nós não
iríamos dar conta de tudo de mais importante que havia para
fazer e como havia (crimes violentos, graves, como estupros,
homicídios, roubos, etc).
Era simples. Não há outro meio de você conseguir fazer justiça
se você não priorizar aquilo que, efetivamente, interessa à
sociedade. Talvez esteja aí um dos males do Judiciário quando
se trata de "emperramento da máquina judiciária". Pois bem.
O Procurador Geral de Justiça (Chefe do Ministério Público) da
época me ligou e pediu para eu colaborar com uma colega da
comarca vizinha que estava enrolada com os processos e
audiências dela. Lá fui eu prestar solidariedade à colega.
Cheguei, me identifiquei a ela (não a conhecia) e combinamos
que eu ficaria com os processos criminais e ela faria as
audiências e os processos cíveis. Foi quando ela pediu para,
naquele dia, eu fazer as audiências, aproveitando que já estava
ali. Tudo bem. Fui à sala de audiências e me sentei no lugar
reservado aos membros do Ministério Público: ao lado direito
do juiz.
E eis que veio a primeira audiência do dia: um crime de ato
obsceno cuja lei diz:
Ato obsceno
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou
exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
O detalhe era: qual foi o ato obsceno que o cidadão praticou
para estar ali, sentado no banco dos réus? Para que o Estado
movimentasse toda a sua estrutura burocrática para fazer valer
a lei? Para que todo aquele dinheiro gasto com ar condicionado,
luz, papel, salário do juiz, do promotor, do defensor, dos policiais
que estão de plantão, dos oficiais de justiça e demais
funcionários justificasse aquela audiência? Ele, literalmente,
cometeu uma ventosidade intestinal em local público, ou em
palavras mais populares, soltou um pum, dentro de uma agência
bancária e o guarda de segurança que estava lá para tomar conta
do patrimônio da empresa, incomodado, deu voz de prisão em
flagrante ao cliente peidão porque entendeu que ele fez aquilo
como forma de deboche da figura do segurança, de sua
autoridade, ou seja, lá estava eu, assoberbado de trabalho na
minha comarca, trabalhando com o princípio inventado agora da
importância, tendo que fazer audiência por causa de um peidão
e de um guarda q ue não tinha o que fazer. E mais grave ainda:
de uma promotora e um juiz que acharam que isso fosse algo
relevante que pudesse autorizar o Poder Judiciário a gastar
rios de dinheiro com um processo para que aquele peidão,
quando muito mal educado, pudesse ser punido nas "penas
da lei".
Ponderei com o juiz que aquilo não seria um problema do
Direito Penal, mas sim, quando muito, de saúde, de educação,
de urbanidade, enfim? Ponderei, ponderei, mas bom senso não
se compra na esquina, nem na padaria, não é mesmo? Não se
aprende na faculdade. Ou você tem, ou não tem. E nem o juiz,
nem a promotora tinham ao permitir que um pum se
transformasse num litígio a ser resolvido pelo Poder Judiciário.
Imagina se todo pum do mundo se transformasse num
processo? O cheiro dos fóruns seria insuportável.
O problema é que a audiência foi feita e eu tive que ficar ali
ouvindo tudo aquilo que, óbvio, passou a ser engraçado. Já
que ali estava, eu iria me divertir. Aprendi a me divertir com as
coisas que não tem mais jeito. Aquela era uma delas. Afinal o
que não tem remédio, remediado está.
O réu era um homem simples, humilde, mas do tipo forte, do
campo, mas com idade avançada, aproximadamente, uns 70
anos.
Eis a audiência:
Juiz - Consta aqui da denúncia oferecida pelo Ministério
Público que o senhor no dia x, do mês e ano tal, a tantas horas,
no bairro h, dentro da agência bancária Y, o senhor, com
vontade livre e consciente de ultrajar o pudor público, praticou
ventosidade intestinal, depois de olhar para o guarda de forma
debochada, causando odor insuportável a todas as pessoas
daquela agência bancária, fato, que, por si só, impediu que
pessoas pudessem ficar na fila, passando o senhor a ser o
primeiro da fila.
Esses fatos são verdadeiros?
Réu - Não entendi essa parte da ventosidade?. o que mesmo?
Juiz - Ventosidade intestinal.
Réu - Ah sim, ventosidade intestinal. Então, essa parte é que eu
queria que o senhor me explicasse direitinho.
Juiz - Quem tem que me explicar aqui é o senhor que é réu.
Não eu. Eu cobro explicações. E então.. São verdadeiros ou
não os fatos?
O juiz se sentiu ameaçado em sua autoridade. Como se o réu
estivesse desafiando o juiz e mandando ele se explicar. Não
percebeu que, em verdade, o réu não estava entendendo nada
do que ele estava dizendo.
Réu - O guarda estava lá, eu estava na agência, me lembro que
ninguém mais ficou na fila, mas eu não roubei ventosidade de
ninguém não senhor. Eu sou um homem honesto e trabalhador,
doutor juiz "meretrício".
Na altura da audiência eu já estava rindo por dentro porque era
claro e óbvio que o homem por ser um homem simples ele não
sabia o que era ventosidade intestinal e o juiz por pertencer a
outra camada da sociedade não entendia algo óbvio: para o
povo o que ele chamava de ventosidade intestinal aquele
homem simples do povo chama de PEIDO. E mais: o juiz se
ofendeu de ser chamado de meretrício. E continuou a
audiência.
Juiz - Em primeiro lugar, eu não sou meretrício, mas sim
meritíssimo. Em segundo, ninguém está dizendo que o senhor
roubou no banco, mas que soltou uma ventosidade intestinal.
O senhor está me entendendo?
Réu - Ahh, agora sim. Entendi sim. Pensei que o senhor
estivesse me chamando de ladrão. Nunca roubei nada de
ninguém. Sou trabalhador.
E puxou do bolso uma carteira de trabalho velha e amassada
para fazer prova de trabalho.
Juiz - E então, são verdadeiros ou não esses fatos.
Réu - Quais fatos?
O juiz nervoso como que perdendo a paciência e alterando a
voz repetiu.
Juiz - Esses que eu acabei de narrar para o senhor. O senhor
não está me ouvindo?
Réu - To ouvindo sim, mas o senhor pode repetir, por favor.
Eu não prestei bem atenção.
O juiz, visivelmente irritado, repetiu a leitura da denúncia e
insistiu na tal da ventosidade intestinal, mas o réu não
alcançava o que ele queria dizer. Resolvi ajudar, embora não
devesse, pois não fui eu quem ofereci aquela denúncia
estapafúrdia e descabida. Típica de quem não tinha o que fazer.
EU - Excelência, pela ordem. Permite uma observação?
O juiz educado, do tipo que soltou pipa no ventilador de casa
e jogou bola de gude no tapete persa do seu apartamento,
permitiu, prontamente, minha manifestação.
Juiz - Pois não, doutor promotor. Pode falar. À vontade.
Eu - É só para dizer para o réu que ventosidade intestinal é um
peido. Ele não esta entendendo o significado da palavra técnica
daquilo que todos nós fazemos: soltar um pum. É disso que a
promotora que fez essa denúncia está acusando o senhor.
O juiz ficou constrangido com minhas palavras diretas e
objetivas, mas deu aquele riso de canto de boca e reiterou
o que eu disse e perguntou, de novo, ao réu se tudo aquilo
era verdade e eis que veio a confissão.
Réu - Ahhh, agora sim que eu entendi o que o senhor
"meretrício" quer dizer.
O juiz o interrompeu e corrigiu na hora.
Juiz - Meretrício não, meritíssimo.
Pensei comigo: o cara não sabe o que é um peido vai saber
o que é um adjetivo (meritíssimo)? Não dá. É muita falta de
sensibilidade, mas vamos fazer a audiência. Vamos ver onde
isso vai parar. E continuou o juiz.
Juiz - Muito bem. Agora que o doutor Promotor já explicou para
o senhor de que o senhor é acusado o que o senhor tem para
me dizer sobre esses fatos? São verdadeiros ou não?
Juiz adora esse negócio de verdade real. Ele quer porque quer
saber da verdade, sei lá do que.
Réu - Ué, só porque eu soltei um pum o senhor quer me
condenar? Vai dizer que o meretrício nunca peidou? Que o
Promotor nunca soltou um pum? Que a dona moça aí do seu
lado nunca peidou? (ele se referia a secretária do juiz que
naquela altura já estava peidando de tanto rir como todos
os presentes à audiência).
O juiz, constrangido, pediu a ele que o respeitasse e as
pessoas que ali estavam, mas ele insistiu em confessar seu
crime.
Réu - Quando eu tentei entrar no banco o segurança pediu para
eu abrir minha bolsa quando a porta giratória travou, eu abri.
A porta continuou travada e ele pediu para eu levantar a minha
blusa, eu levantei. A porta continuou travada. Ele pediu para eu
tirar os sapatos eu tirei, mas a porta continuou travada. Aí ele
pediu para eu tirar o cinto da calça, eu tirei, mas a porta não
abriu. Por último, ele pediu para eu tirar todos os metais que
tinha no bolso e a porta continuou não abrindo. O gerente veio
e disse que ele podia abrir a porta, mas que ele me revistasse.
Eu não sou bandido. Protestei e eles disseram que eu só
entraria na agência se fosse revistado e aí eu fingi que deixaria
só para poder entrar. Quando ele veio botar a mão em cima de
mim me revistando, passando a mão pelo meu corpo, eu fiquei
nervoso e, sem querer, soltei um pum na cara dele e ele ficou
possesso de raiva e me prendeu. Por isso que estou aqui, mas
não fiz de propósito e sim de nervoso. Passei mal com todo
aquele constrangimento das pessoas ficarem me olhando
como seu eu fosse um bandido e eu não sou. Sou um
trabalhador. Peidão sim, mas trabalhador e honesto.
O réu prestou o depoimento constrangido e emocionado e o
juiz encerrou o interrogatório. Olhei para o defensor público e
percebi que o réu foi muito bem orientado. Tipo: "assume o que
fez e joga o peido no ventilador. Conta toda a verdade". O juiz
quis passar a oitiva das testemunhas de acusação e eu alertei
que estava satisfeito com a prova produzida até então.
Em outras palavras: eu não iria ficar ali sentado ouvindo
testemunhas falando sobre um cara peidão e um segurança
maluco que não tinha o que fazer junto com um gerente
despreparado que gosta de constranger os clientes e um juiz
que gosta de ouvir sobre o peido alheio. Eu tinha mais o que
fazer. Aliás, eu estava até com vontade de soltar um pum, mas
precisava ir ao banheiro porque meu pum as vezes pesa e aí já
viu, né?
No fundo eu já estava me solidarizando com o pum do réu,
tamanho foi o abuso do segurança e do gerente e pior: por
colocarem no banco dos réus um homem simples porque
praticou uma ventosidade intestinal.
É o cúmulo da falta do que fazer e da burocracia forense, além
da distorção do Direito Penal sendo usado como instrumento
de coação moral. Nunca imaginei fazer uma audiência por
causa de uma, como disse a denúncia, ventosidade intestinal.
Até pum neste País está sendo tratado como crime com tanto
bandido, corrupto, ladrão andando pelas ruas o judiciário parou
para julgar um pum.
Resultado: pedi a absolvição do réu alegando que o fato não
era crime, sob pena de termos que ser todos, processados,
criminalmente, neste País, inclusive, o juiz que recebeu a
denúncia e a promotora que a fez. O juiz, constrangido,
absolveu o réu, mas ainda quis fazer discurso chamando a
atenção dele, dizendo que não fazia aquilo em público, ou seja,
ele é o único ser humano que está nas ruas e quando quer
peidar vai em casa rápido, peida e volta para audiência, por
exemplo.
É um cara politicamente correto. É o tipo do peidão covarde, ou
seja, o que tem medo de peidar. Só peida no banheiro e se não
tem banheiro ele se contorce, engole o peido, cruza as
perninhas e continua a fazer o que estava fazendo como se
nada tivesse acontecido. Afinal, juiz é juiz.
Moral da história: perdemos 3 horas do dia com um processo
por causa de um peido. Se contar isso na Inglaterra, com
certeza, a Rainha jamais irá acreditar porque ela também,
mesmo sendo Rainha? Você sabe."
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2012.
Paulo Rangel, Desembargador do Tribunal de Justica
do Rio de Janeiro.
Abraço do tesco.
desde 2012, no entanto, só agora tomei conhecimento dele.
E, coincidentemente, guarda pavorosa relação com o livro
à sorteio aí embaixo, que é uma obra de Kafka.
A audiência descrita pelo Desembargador Paulo Rangel pode
ser facilmente confundida com uma visão kafkiana, entretanto,
faz parte da realidade brasileira. Resta saber até quando esta
semelhança vai perdurar.
O que nos deixa esperançoso é constatar que, mesmo não sendo
muita coisa em proporção - talvez 1% - há gente de bom senso
no Judiciário brasileiro!
A PIOR AUDIÊNCIA DA MINHA VIDA
Desembargador Paulo Rangel
"A minha carreira de Promotor de Justiça foi pautada sempre
pelo princípio da importância (inventei agora esse princípio),
isto é, priorizava aquilo que realmente era significante diante da
quantidade de fatos graves que ocorriam na Comarca em que
trabalhava. Até porque eu era o único promotor da cidade e só
havia um único juiz. Se nós fôssemos nos preocupar com furto
de galinha do vizinho; briga no botequim de bêbado sem lesão
grave e noivo que largou a noiva na porta da igreja nós não
iríamos dar conta de tudo de mais importante que havia para
fazer e como havia (crimes violentos, graves, como estupros,
homicídios, roubos, etc).
Era simples. Não há outro meio de você conseguir fazer justiça
se você não priorizar aquilo que, efetivamente, interessa à
sociedade. Talvez esteja aí um dos males do Judiciário quando
se trata de "emperramento da máquina judiciária". Pois bem.
O Procurador Geral de Justiça (Chefe do Ministério Público) da
época me ligou e pediu para eu colaborar com uma colega da
comarca vizinha que estava enrolada com os processos e
audiências dela. Lá fui eu prestar solidariedade à colega.
Cheguei, me identifiquei a ela (não a conhecia) e combinamos
que eu ficaria com os processos criminais e ela faria as
audiências e os processos cíveis. Foi quando ela pediu para,
naquele dia, eu fazer as audiências, aproveitando que já estava
ali. Tudo bem. Fui à sala de audiências e me sentei no lugar
reservado aos membros do Ministério Público: ao lado direito
do juiz.
E eis que veio a primeira audiência do dia: um crime de ato
obsceno cuja lei diz:
Ato obsceno
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou
exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
O detalhe era: qual foi o ato obsceno que o cidadão praticou
para estar ali, sentado no banco dos réus? Para que o Estado
movimentasse toda a sua estrutura burocrática para fazer valer
a lei? Para que todo aquele dinheiro gasto com ar condicionado,
luz, papel, salário do juiz, do promotor, do defensor, dos policiais
que estão de plantão, dos oficiais de justiça e demais
funcionários justificasse aquela audiência? Ele, literalmente,
cometeu uma ventosidade intestinal em local público, ou em
palavras mais populares, soltou um pum, dentro de uma agência
bancária e o guarda de segurança que estava lá para tomar conta
do patrimônio da empresa, incomodado, deu voz de prisão em
flagrante ao cliente peidão porque entendeu que ele fez aquilo
como forma de deboche da figura do segurança, de sua
autoridade, ou seja, lá estava eu, assoberbado de trabalho na
minha comarca, trabalhando com o princípio inventado agora da
importância, tendo que fazer audiência por causa de um peidão
e de um guarda q ue não tinha o que fazer. E mais grave ainda:
de uma promotora e um juiz que acharam que isso fosse algo
relevante que pudesse autorizar o Poder Judiciário a gastar
rios de dinheiro com um processo para que aquele peidão,
quando muito mal educado, pudesse ser punido nas "penas
da lei".
Ponderei com o juiz que aquilo não seria um problema do
Direito Penal, mas sim, quando muito, de saúde, de educação,
de urbanidade, enfim? Ponderei, ponderei, mas bom senso não
se compra na esquina, nem na padaria, não é mesmo? Não se
aprende na faculdade. Ou você tem, ou não tem. E nem o juiz,
nem a promotora tinham ao permitir que um pum se
transformasse num litígio a ser resolvido pelo Poder Judiciário.
Imagina se todo pum do mundo se transformasse num
processo? O cheiro dos fóruns seria insuportável.
O problema é que a audiência foi feita e eu tive que ficar ali
ouvindo tudo aquilo que, óbvio, passou a ser engraçado. Já
que ali estava, eu iria me divertir. Aprendi a me divertir com as
coisas que não tem mais jeito. Aquela era uma delas. Afinal o
que não tem remédio, remediado está.
O réu era um homem simples, humilde, mas do tipo forte, do
campo, mas com idade avançada, aproximadamente, uns 70
anos.
Eis a audiência:
Juiz - Consta aqui da denúncia oferecida pelo Ministério
Público que o senhor no dia x, do mês e ano tal, a tantas horas,
no bairro h, dentro da agência bancária Y, o senhor, com
vontade livre e consciente de ultrajar o pudor público, praticou
ventosidade intestinal, depois de olhar para o guarda de forma
debochada, causando odor insuportável a todas as pessoas
daquela agência bancária, fato, que, por si só, impediu que
pessoas pudessem ficar na fila, passando o senhor a ser o
primeiro da fila.
Esses fatos são verdadeiros?
Réu - Não entendi essa parte da ventosidade?. o que mesmo?
Juiz - Ventosidade intestinal.
Réu - Ah sim, ventosidade intestinal. Então, essa parte é que eu
queria que o senhor me explicasse direitinho.
Juiz - Quem tem que me explicar aqui é o senhor que é réu.
Não eu. Eu cobro explicações. E então.. São verdadeiros ou
não os fatos?
O juiz se sentiu ameaçado em sua autoridade. Como se o réu
estivesse desafiando o juiz e mandando ele se explicar. Não
percebeu que, em verdade, o réu não estava entendendo nada
do que ele estava dizendo.
Réu - O guarda estava lá, eu estava na agência, me lembro que
ninguém mais ficou na fila, mas eu não roubei ventosidade de
ninguém não senhor. Eu sou um homem honesto e trabalhador,
doutor juiz "meretrício".
Na altura da audiência eu já estava rindo por dentro porque era
claro e óbvio que o homem por ser um homem simples ele não
sabia o que era ventosidade intestinal e o juiz por pertencer a
outra camada da sociedade não entendia algo óbvio: para o
povo o que ele chamava de ventosidade intestinal aquele
homem simples do povo chama de PEIDO. E mais: o juiz se
ofendeu de ser chamado de meretrício. E continuou a
audiência.
Juiz - Em primeiro lugar, eu não sou meretrício, mas sim
meritíssimo. Em segundo, ninguém está dizendo que o senhor
roubou no banco, mas que soltou uma ventosidade intestinal.
O senhor está me entendendo?
Réu - Ahh, agora sim. Entendi sim. Pensei que o senhor
estivesse me chamando de ladrão. Nunca roubei nada de
ninguém. Sou trabalhador.
E puxou do bolso uma carteira de trabalho velha e amassada
para fazer prova de trabalho.
Juiz - E então, são verdadeiros ou não esses fatos.
Réu - Quais fatos?
O juiz nervoso como que perdendo a paciência e alterando a
voz repetiu.
Juiz - Esses que eu acabei de narrar para o senhor. O senhor
não está me ouvindo?
Réu - To ouvindo sim, mas o senhor pode repetir, por favor.
Eu não prestei bem atenção.
O juiz, visivelmente irritado, repetiu a leitura da denúncia e
insistiu na tal da ventosidade intestinal, mas o réu não
alcançava o que ele queria dizer. Resolvi ajudar, embora não
devesse, pois não fui eu quem ofereci aquela denúncia
estapafúrdia e descabida. Típica de quem não tinha o que fazer.
EU - Excelência, pela ordem. Permite uma observação?
O juiz educado, do tipo que soltou pipa no ventilador de casa
e jogou bola de gude no tapete persa do seu apartamento,
permitiu, prontamente, minha manifestação.
Juiz - Pois não, doutor promotor. Pode falar. À vontade.
Eu - É só para dizer para o réu que ventosidade intestinal é um
peido. Ele não esta entendendo o significado da palavra técnica
daquilo que todos nós fazemos: soltar um pum. É disso que a
promotora que fez essa denúncia está acusando o senhor.
O juiz ficou constrangido com minhas palavras diretas e
objetivas, mas deu aquele riso de canto de boca e reiterou
o que eu disse e perguntou, de novo, ao réu se tudo aquilo
era verdade e eis que veio a confissão.
Réu - Ahhh, agora sim que eu entendi o que o senhor
"meretrício" quer dizer.
O juiz o interrompeu e corrigiu na hora.
Juiz - Meretrício não, meritíssimo.
Pensei comigo: o cara não sabe o que é um peido vai saber
o que é um adjetivo (meritíssimo)? Não dá. É muita falta de
sensibilidade, mas vamos fazer a audiência. Vamos ver onde
isso vai parar. E continuou o juiz.
Juiz - Muito bem. Agora que o doutor Promotor já explicou para
o senhor de que o senhor é acusado o que o senhor tem para
me dizer sobre esses fatos? São verdadeiros ou não?
Juiz adora esse negócio de verdade real. Ele quer porque quer
saber da verdade, sei lá do que.
Réu - Ué, só porque eu soltei um pum o senhor quer me
condenar? Vai dizer que o meretrício nunca peidou? Que o
Promotor nunca soltou um pum? Que a dona moça aí do seu
lado nunca peidou? (ele se referia a secretária do juiz que
naquela altura já estava peidando de tanto rir como todos
os presentes à audiência).
O juiz, constrangido, pediu a ele que o respeitasse e as
pessoas que ali estavam, mas ele insistiu em confessar seu
crime.
Réu - Quando eu tentei entrar no banco o segurança pediu para
eu abrir minha bolsa quando a porta giratória travou, eu abri.
A porta continuou travada e ele pediu para eu levantar a minha
blusa, eu levantei. A porta continuou travada. Ele pediu para eu
tirar os sapatos eu tirei, mas a porta continuou travada. Aí ele
pediu para eu tirar o cinto da calça, eu tirei, mas a porta não
abriu. Por último, ele pediu para eu tirar todos os metais que
tinha no bolso e a porta continuou não abrindo. O gerente veio
e disse que ele podia abrir a porta, mas que ele me revistasse.
Eu não sou bandido. Protestei e eles disseram que eu só
entraria na agência se fosse revistado e aí eu fingi que deixaria
só para poder entrar. Quando ele veio botar a mão em cima de
mim me revistando, passando a mão pelo meu corpo, eu fiquei
nervoso e, sem querer, soltei um pum na cara dele e ele ficou
possesso de raiva e me prendeu. Por isso que estou aqui, mas
não fiz de propósito e sim de nervoso. Passei mal com todo
aquele constrangimento das pessoas ficarem me olhando
como seu eu fosse um bandido e eu não sou. Sou um
trabalhador. Peidão sim, mas trabalhador e honesto.
O réu prestou o depoimento constrangido e emocionado e o
juiz encerrou o interrogatório. Olhei para o defensor público e
percebi que o réu foi muito bem orientado. Tipo: "assume o que
fez e joga o peido no ventilador. Conta toda a verdade". O juiz
quis passar a oitiva das testemunhas de acusação e eu alertei
que estava satisfeito com a prova produzida até então.
Em outras palavras: eu não iria ficar ali sentado ouvindo
testemunhas falando sobre um cara peidão e um segurança
maluco que não tinha o que fazer junto com um gerente
despreparado que gosta de constranger os clientes e um juiz
que gosta de ouvir sobre o peido alheio. Eu tinha mais o que
fazer. Aliás, eu estava até com vontade de soltar um pum, mas
precisava ir ao banheiro porque meu pum as vezes pesa e aí já
viu, né?
No fundo eu já estava me solidarizando com o pum do réu,
tamanho foi o abuso do segurança e do gerente e pior: por
colocarem no banco dos réus um homem simples porque
praticou uma ventosidade intestinal.
É o cúmulo da falta do que fazer e da burocracia forense, além
da distorção do Direito Penal sendo usado como instrumento
de coação moral. Nunca imaginei fazer uma audiência por
causa de uma, como disse a denúncia, ventosidade intestinal.
Até pum neste País está sendo tratado como crime com tanto
bandido, corrupto, ladrão andando pelas ruas o judiciário parou
para julgar um pum.
Resultado: pedi a absolvição do réu alegando que o fato não
era crime, sob pena de termos que ser todos, processados,
criminalmente, neste País, inclusive, o juiz que recebeu a
denúncia e a promotora que a fez. O juiz, constrangido,
absolveu o réu, mas ainda quis fazer discurso chamando a
atenção dele, dizendo que não fazia aquilo em público, ou seja,
ele é o único ser humano que está nas ruas e quando quer
peidar vai em casa rápido, peida e volta para audiência, por
exemplo.
É um cara politicamente correto. É o tipo do peidão covarde, ou
seja, o que tem medo de peidar. Só peida no banheiro e se não
tem banheiro ele se contorce, engole o peido, cruza as
perninhas e continua a fazer o que estava fazendo como se
nada tivesse acontecido. Afinal, juiz é juiz.
Moral da história: perdemos 3 horas do dia com um processo
por causa de um peido. Se contar isso na Inglaterra, com
certeza, a Rainha jamais irá acreditar porque ela também,
mesmo sendo Rainha? Você sabe."
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2012.
Paulo Rangel, Desembargador do Tribunal de Justica
do Rio de Janeiro.
Abraço do tesco.
SORTESCO 354
O CASTELO
FRANZ KAFKA
Indicado por muitos como a obra máxima de Kafka, descreve
a imersão de um indivíduo numa teia de burocracia, mostrando
a impotência do indivíduo frente a uma corporação tornada
deliberadamente complexa.
A interpretação mais comum é a crítica à excessiva hierarquia
da sociedade, ao abuso de poder, e aos problemas decorrentes
da burocratização, que leva à multiplicação de departamentos,
seções e cargos desnecessários.
Em formato 12x17 cm, capa dura, 446 páginas.
INSCREVA -SE ASSIM:
Escolha apenas UMA dezena, AINDA DISPONÍVEL,
entre 00 e 99, e indique sua escolha nos comentários.
Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 25/07/2015.
sábado, 18 de julho de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
CONTRACANTO: PROCURA RECOMPENSADA
Julho do ano passado e Shirley estava procurando, não, quero
dizer é que ela postou um poema que se intitula "Procura".
E o que procurava ela nesse poema?
Ora essa! Procurava o que todo romântico procura:
Um amor, constante e fiel, que tenha sempre carinho para
oferecer e uma palavra amiga nos momentos de infortúnio.
Como é o mundo sem esse amor, descrito pela Shirley?
Um mundo sem luz, sem cor, sem sabor, pródigo em dores,
isento de flores, e desprovido de conforto emocional, aquele
que, devido à solidariedade, aquece no frio e refresca no calor.
E, o pior disso tudo é que, essa 'buscadora' já contava com um
amor desse tipo, pois indaga:
"onde estás tu que dizias me amar?"
É isso que torna tudo mais terrível, a pomba que estava na mão
saiu voando, não se sabe pra onde, nem dá indício de que vai
retornar.
Entre nesse clima seguindo os leves versos da Shirley:
PROCURA
Shirley
(2014.07.05)
"Preciso tanto
de uma palavra sedativa
amorosa e libertadora.
Meus pensamentos
se vestem de luz diáfana
e te buscam
nas praças floridas
nos lagos mansos
nas madrugadas silentes
mas
tua ausência
me conduz para um mundo de dor
sem cor
inóspito
sem lua sem sol sem mar...
Onde o êxtase
o futuro venturoso
a beleza criadora onde
estás tu que dizias me amar?..."
* * *
Por onde andará essa 'pomba'? Que tipo de grão consome?
Através dos 'psicográficos' versos do tesco vem a resposta.
O herói diz que, apesar do carinho e do amor da sua amada,
sente-se preso, sufocado, estrangulado naquela sua ânsia de
liberdade.
Traz no peito um vulcão prestes a entrar em erupção, uma
torrente de emoções que quer compartilhar com o universo.
Tanto a tempestade furiosa como o silêncio profundo de uma
floresta o atraem sendo, portanto, incoerente em si mesmo.
Ele próprio confessa que "Poucas vezes tenho nexo".
vejam o recado completo abaixo:
COMPLEXO
tesco
(2014.07.08)
"Me buscas onde não estou
Sou vário, sou complexo,
Poucas vezes tenho nexo
Nem eu sei por onde vou
Vulcão ativo é meu retiro
Resido na tempestade
Vivo em plena liberdade
Nas cascatas me atiro
Só no silêncio das matas,
No rochedo solitário,
Em meio da imensidade
Sinto-me bem de verdade
Queres sol, queres luz, queres cor
Queres mais, queres paz
Isso eu não posso te dar
Sou complexo, sou vário
Dou-te apenas meu amor."
* * *
Fica explicada, então, a ausência reclamada pela Shirley.
Explicada, porém não justificada!
A liberdade pode encontrar perfeito habitat mesmo em um
pequeno recinto, desde que se configure um lar. Nenhuma
contradição há nisso.
Mas, mesmo o mais entusiasta viajante necessita de um porto
onde possa ancorar, pelo menos por algumas etapas.
E essa 'aportagem' se fará em tempo breve, pelo que se deduz
dos últimos versos dessa suposta réplica.
O 'fugitivo' diz que não poderá oferecer tudo que foi listado
pela Shirley em seu poema, mas "dou-te apenas meu amor".
Ora, se isso não é uma promessa de retorno, não sei o que é!
Abraço do tesco.
dizer é que ela postou um poema que se intitula "Procura".
E o que procurava ela nesse poema?
Ora essa! Procurava o que todo romântico procura:
Um amor, constante e fiel, que tenha sempre carinho para
oferecer e uma palavra amiga nos momentos de infortúnio.
Como é o mundo sem esse amor, descrito pela Shirley?
Um mundo sem luz, sem cor, sem sabor, pródigo em dores,
isento de flores, e desprovido de conforto emocional, aquele
que, devido à solidariedade, aquece no frio e refresca no calor.
E, o pior disso tudo é que, essa 'buscadora' já contava com um
amor desse tipo, pois indaga:
"onde estás tu que dizias me amar?"
É isso que torna tudo mais terrível, a pomba que estava na mão
saiu voando, não se sabe pra onde, nem dá indício de que vai
retornar.
Entre nesse clima seguindo os leves versos da Shirley:
PROCURA
Shirley
(2014.07.05)
"Preciso tanto
de uma palavra sedativa
amorosa e libertadora.
Meus pensamentos
se vestem de luz diáfana
e te buscam
nas praças floridas
nos lagos mansos
nas madrugadas silentes
mas
tua ausência
me conduz para um mundo de dor
sem cor
inóspito
sem lua sem sol sem mar...
Onde o êxtase
o futuro venturoso
a beleza criadora onde
estás tu que dizias me amar?..."
* * *
Por onde andará essa 'pomba'? Que tipo de grão consome?
Através dos 'psicográficos' versos do tesco vem a resposta.
O herói diz que, apesar do carinho e do amor da sua amada,
sente-se preso, sufocado, estrangulado naquela sua ânsia de
liberdade.
Traz no peito um vulcão prestes a entrar em erupção, uma
torrente de emoções que quer compartilhar com o universo.
Tanto a tempestade furiosa como o silêncio profundo de uma
floresta o atraem sendo, portanto, incoerente em si mesmo.
Ele próprio confessa que "Poucas vezes tenho nexo".
vejam o recado completo abaixo:
COMPLEXO
tesco
(2014.07.08)
"Me buscas onde não estou
Sou vário, sou complexo,
Poucas vezes tenho nexo
Nem eu sei por onde vou
Vulcão ativo é meu retiro
Resido na tempestade
Vivo em plena liberdade
Nas cascatas me atiro
Só no silêncio das matas,
No rochedo solitário,
Em meio da imensidade
Sinto-me bem de verdade
Queres sol, queres luz, queres cor
Queres mais, queres paz
Isso eu não posso te dar
Sou complexo, sou vário
Dou-te apenas meu amor."
* * *
Fica explicada, então, a ausência reclamada pela Shirley.
Explicada, porém não justificada!
A liberdade pode encontrar perfeito habitat mesmo em um
pequeno recinto, desde que se configure um lar. Nenhuma
contradição há nisso.
Mas, mesmo o mais entusiasta viajante necessita de um porto
onde possa ancorar, pelo menos por algumas etapas.
E essa 'aportagem' se fará em tempo breve, pelo que se deduz
dos últimos versos dessa suposta réplica.
O 'fugitivo' diz que não poderá oferecer tudo que foi listado
pela Shirley em seu poema, mas "dou-te apenas meu amor".
Ora, se isso não é uma promessa de retorno, não sei o que é!
Abraço do tesco.
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