O Tao Te Ching, que tem uma versão / tradução no
sortesco aí embaixo, é um pequeno livro escrito
por Lao Tsé, por volta de 500 A.C.
As diferentes traduções têm por motivo o maneira
mística / esotérica / hermética de seu autor,
acrescido do fato que o modo de falar variou
consideravelmente dessa época pra cá.
Além disso, o pensamento chinês difere um tanto
do pensamento ocidental, devido a milênios de
culturas e tradições diversas.
Assim, uma tradução literal, o mais aproximada
possível do sentido dos caracteres chineses, nos
deixará encalacrados com expressões como
“as dez mil coisas”, “cães de palha”, “espírito
do vale”, não-ação” e coisas semelhantes.
Desse modo, há tantas versões do Tao Te Ching,
quantas interpretações das centúrias de
Nostradamus, penso eu.
Por isso resolvi compilar uma versão para meu
uso, que sendo o mais concisa possível,
resumisse, pelo menos em parte, o ensinamento
de cada capítulo do livrinho.
Baseei-me para isso (claro, eu não sei chinês) nas
traduções de Wu Jyh Cherng, de Bruno Sproviero
e a tradução utilizada por Murilo Nunes de Azevedo,
além da interpretação deste último.
Os primeiros dez capítulos ficaram assim:
TAO TE CHING de LAO TSE
versão tesco
1. O Princípio de tudo é indizível,
nomear alguma coisa é limitá-la.
2. Fazer o bem para tornar-se visível é hipocrisia,
A ação é efetivada pela vontade, o exemplo é mais
que a palavra, os extremos são complementares
e a Unidade deve ser visualizada.
3. Isentar-se de desejos é isentar-se de dores.
4. Toda a matéria é ilusão.
A essência das coisas e dos seres não é material.
5. A Justiça engloba a Bondade,
o Bem não pode ser injusto.
6. A presunção fecha a porta das oportunidades
espirituais.
7. Fazer o bem, sem esperar resultados para si,
é a chave da espiritualidade.
8. Fazer o bem sem olhar a quem.
9. Esvaziar-se do conteúdo antigo
é pré-requisito para novas aquisições.
10. O apego à posse e aos resultados materiais
é improdutivo para o espírito.
Gerar sem se apossar, agir sem querer para si,
cultivar sem dominar.
* * *
Está claro, é uma interpretação pessoal, nada de
definitivo. Cada leitor terá a sua, de acordo com suas
convicções.
De qualquer modo, eis um livro que se pode consultar
sempre, e que, provavelmente, sempre nos dará bons
resultados.
Abraço do tesco.