TRADUTOR

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A TORRE


“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, 
não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos 
para ver se tem com que a acabar?” 
(Jesus, em Lucas, 14:28) 

Constitui objeto de observação singular 
as circunstâncias do Mestre se referir, 
à essa altura dos ensinamentos evangélicos, 
à uma torre, quando deseja simbolizar o esforço 
de elevação espiritual por parte da criatura. 

A torre e a casa são construções muito diversas entre si. 
A primeira é fortaleza, a segunda é habitação. 
A casa proporciona aconchego, a torre dilata a visão. 
Um homem de bem, integrado no conhecimento espiritual 
e praticando-lhe os princípios sagrados está em sua casa, 
edificando a torre divina da iluminação, ao mesmo tempo. 

Em regra vulgar, porém, o que se observa no mundo 
é o número espontâneo de pessoas que 
nem cuidaram ainda da construção da casa interior 
e já falam calorosamente sobre a torre, 
de que se acham tão distantes. 

Não é fácil o serviço profundo da elevação espiritual, 
nem é justo apenas pintar projetos 
sem intenção séria de edificação própria. 

É indispensável refletir nas contas, 
nos dias ásperos de trabalho, de autodisciplina. 

Para atingir o sublime desiderato, 
o homem precisará gastar o patrimônio 
das velhas arbitrariedades 
e só realizará esses gastos 
com um desprendimento sincero da vaidade humana 
e com excelente disposição 
para o trabalho da elevação de si mesmo, 
a fim de chegar ao término, dignamente. 

Queres construir uma torre de luz divina?
É justo. Mas não comeces o esforço, 
antes de haver edificado a própria casa íntima. 

Emmanuel 
==============
(“Alma e Luz”, psicografia Chico Xavier) 

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

NA ARENA DA EVOLUÇÃO


Sob a infecção mental do pessimismo, afirma-te, 
por vezes, irremediavelmente cansado à frente da luta 
e proclamas, tanta vez, em desânimo e desespero, 

que a Terra se converteu em charco de podridão; 
que a sociedade é um jogo de máscaras; 
que a honestidade foi banida do mundo; 
que os maus tripudiam, impunes, sobre o amor dos bons; 
que a crueldade é a norma da vida; 
que cataclismos diversos tombarão no horizonte, 
incendiando a atmosfera de que os homens se nutrem 

e dizes desalentado que te apartaste da confiança, 
que perdeste a fé; 
que não tornarás ao prazer de servir; 
que não te estenderás o coração ao culto do amor e 
que te retirarás da arena qual soldado rebelde, 
fugindo à própria luta. 

Entretanto, ao contrário de tua assertiva, 
a Eterna providência não descrê de nossa alma e 
renova-nos, cada dia, a oportunidade de crescimento 
e sublimação. 

Cada manhã volves ao corpo 
que te suporta a intemperança 
e recebes: 
A bênção do sol que te convida ao trabalho, 
a palavra do amigo que te induz à esperança, 
o apoio da Natureza,
o reencontro com os desafetos para que aprendas 
a convertê-los em laços de beleza e harmonia, 
e, sobretudo, a graça de lutar, 
por teu próprio aprimoramento, 
a fim de que o tempo te erga à vitória do Bem.

Não te rendas, portanto, ao derrotismo 
e à dúvida que te lançam na sombra, 
porque, 
além do tormento a que o homem se atira, 
teimoso e imprevidente, 
Deus permanece em paz, acendendo as estrelas 
e unindo as gotas d’água para que 
todos nós possamos elevar-nos 
dos abismos da treva para os Cimos da Luz. 

Emmanuel 
===================
(“Alma e Luz”, psicografia Chico Xavier) 

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

COMO LÊS?


“E Ele lhe disse :- Que está escrito na lei? Como lês?” 
(Lucas, 10:26) 

A interrogação do Mestre ao doutor de Jerusalém 
dá idéia do interesse de Jesus 
pela nossa maneira de penetração da leitura. 

Sem nos referirmos ao círculo vasto de pessoas 
ainda indiferentes às lições do Evangelho, 
podemos reconhecer, mesmo entre os aprendizes, 
as mais diversas tendências no que se refere 
ao problema dos livros. 

Os leitores distanciam-se uns dos outros 
pelas expressões mais heterogêneas. 

Uns pedem consolação, outros procuram recreio. 

Há os que buscam motivos tristes por cultivar a dor, 
tanto quanto os que se arvoram 
em caçadores de gargalhadas. 

Surgem os que reclamam tóxicos intelectuais, 
os que andam em busca de fantasias, os que 
insistem por incentivos à polêmica envenenada. 

Raros leitores pedem iluminação. 

Sem isto, entretanto, podem ler muito, 
saturando o pensamento de teorias as mais estranhas. 

Chega ao dia em que reconhecem a pouca 
substancialidade de seus esforços, porque, 
sem luz, o conforto pode induzir à preguiça, 
ao entretenimento, à aventura menos digna, 
à tristeza, ao isolamento, ao riso e ao deboche. 

Com a iluminação espiritual, todavia, 
cada cousa permanece em seu lugar, 
orientada no sentido de utilidade justa. 

Lembra que quando te aproximas de uma livro 
estás sempre pedindo alguma cousa. 
Repara, com atenção, o que fazes. 

Que procuras? Emoções, consolo, entretenimento? 
Não olvides que o Mestre pode também interrogar-te: 
- “Como lês?” 

Emmanuel  
===============
(“Alma e Luz”, psicografia Chico Xavier) 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

PILATOS

“Mas entregou Jesus à vontade deles.” 
- Lucas, 23:25. 

Pilatos hesitava. 
Seu coração era um pêndulo entre duas forças poderosas... 
De um lado, era a consciência transmitindo-lhe 
a vontade superior dos Planos Divinos, 
de outro, era a imposição da turba ameaçadora,  
encaminhando-lhe a vontade inferior 
das esferas baixas do mundo. 

O infortúnio do juiz romano foi entregar o Senhor 
aos desígnios da multidão mesquinha. 

Na qualidade de homem, Pôncio Pilatos era portador 
de defeitos naturais que nos caracterizam a quase todos 
na experiência em que o nobre patrício se encontrava, 
mas como juiz naquele instante, 
seu imenso desejo era de acertar. 

Queria ser justo e ser bom no processo 
do Messias Nazareno, entretanto, 
fraquejou pela vontade enfermiça, 
cedendo à zona contrária ao bem. 

Examinando o fenômeno, todavia, 
não nos move outro desejo senão 
de analisar nossa própria fragilidade. 

Quantas vezes agimos até ontem, 
ao modo de Pilatos, nas estradas da vida? 
Imaginemos o tribunal de Jerusalém 
transportado ao nosso foro íntimo. 

Jesus não se punha contra o nosso exame, 
mas, esperando pela nossa decisão, 
aí permanece conosco a Sua idéia Divina e Salvadora. 

Qual aconteceu ao juiz, 
nosso coração transforma-se em pêndulo, 
entre as exortações da consciência eterna 
e as requisições dos desejos inferiores. 

Quase que invariavelmente, 
entregamos o pensamento de Jesus às zonas baixas, 
onde sofre a mesma crucificação do Mestre. 

Vemos assim que Pilatos converteu-se 
em profundo símbolo para a caminhada humana. 

Emmanuel 
==============
(“Alma e Luz”, psicografia Chico Xavier)