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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A JUVENTUDE CRISTÃ

A JUVENTUDE CRISTÃ

Mocidade da Terra do Cruzeiro, 
Conserva com Jesus o dom divino 
Do amor que jorre farto e cristalino 
Em vida nova para o mundo inteiro! 

O homem elege torvo paladino 
No ódio vil, belicoso e carniceiro, 
Que o exaure em sinistro cativeiro 
Da maldade e da guerra em desatino...

Juventude da Pátria verde e bela, 
Semeia a paz distante da procela 
No serviço do bem ditoso e puro. 

Ama, segue e constrói! Trabalha e espera, 
Acendendo clarões da Nova-Era, 
Ao encontro sublime do futuro!...  
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Pedro D´Alcântara 
("Através do tempo", psicografia Chico Xavier) 

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O FENÔMENO BOLSONARO


Posso citá-lo aqui nominalmente pois este texto não faz 
sua apologia, muito menos pretende denegrí-lo  
(tá lôco, meu, cobrir o homem de negro?). 

Este não é um fenômeno apenas local e deste período, 
não é o cidadão Bolsonaro o fulcro da coisa, ele é apenas 
o catalisador de um processo, ou, em palavras mais 
“ajustadas” ao caso, o gatilho. 

Que magnetismo, que atração exercem sobre as pessoas, 
as palavras deste homem? 

Quando li a tradução do livro “Mein Kampf”, de autoria de 
Hitler, procurava entrever a maravilha que ele pregava e 
que induzia as pessoas a consideram-no uma boa opção. 
Nada encontrei ali de positivo. 

A explicação me surgiu agora, com a campanha eleitoral 
de Bolsonaro: 

Não é um orador eloquente, capaz de criar imagens 
fabulosas, ou de um raciocínio límpido, que conduza os 
ouvintes a visualizarem futuros melhores para todos. 
Não convoca ao raciocínio. 

Pelo contrário, terrivelmente emocional, incita à emoção. 
É tergiversante: muda de assunto e distorce o sentido das 
frases, irresponsável: tudo é a função de outrem. 
Mas tem características admiradas por muitos, 
principalmente brasileiros: 
Fala agressivamente, com tom autoritário e decisivo, 
como quem sabe tudo sobre o assunto que fala. 

E isso é o estilo de liderança ensinado nas Forças Armadas 
(pelo menos, no Exército): 
Você está no comando, tem que inspirar confiança, 
mesmo numa operação suicida!  

Por isso passa a impressão de que é um homem de ação, 
e que tudo decidido por ele é um empreendimento destinado 
a dar certo. 

Na situação atual do País, em que tudo desmorona (na 
verdade, está sendo destruído), grande parte da população 
o vê como alguém que vai consertar tudo. 

Isso não o torna apenas um atrativo para bobos, violentos, 
preguiçosos, gente estúpida e os que se recusa a pensar. 
Gente que deseja mudança no panorama do país também 
é atraída por esse tipo de personagem. 

Perguntarão: 
Mas, e os defeitos evidentes desse discurso? 
Não são notados? 

São notados sim, mas, como todos nós sabemos que 
a perfeição não anda conosco na Terra, as falhas são 
relegadas a segundo plano, como detalhes que não vão 
interferir no resultado final. Todos fazemos isto. 
Não existe programa político perfeito. 

“Mas as falhas no programa de Bolsonaro são gritantes!” 

Sim, são, principalmente para nós, que sofremos, no todo 
ou em parte, aquela nojenta ditadura 1964-1985. 
Porém, nem todos os pensantes imaginam que estarão 
contribuindo para um retorno de tempos negros. 
Imaginam um país de sonhos, como é incutido diariamente 
pela mídia inconsequente! 

É culpa deles? 
Sim, claro, todos temos um cérebro para absorver os dados 
e tirarmos deles as conclusões mais acertadas! 

Devemos, porém, levarmos em consideração esses fatores 
atenuantes, e não, simplesmente, eliminá-los (os eleitores 
de Bolsonaro) de nosso convívio ou de nossas relações. 
Existem exceções, certo. 
Aqueles extremistas que encaram uma escolha política 
apenas como um jogo de futebol, e sem nenhum “fair play”, 
em que “o importante é vencer!”, importunam e nada 
acrescentam a si ou ao nosso crescimento como seres 
humanos. 

Mas, afastá-los simplesmente por ser um opositor de ideias, 
não é aconselhável, afinal “São os doentes que precisam 
de médico”! Como esperar que se curem, se não lhes 
ministrarem nenhum medicamento? 

Abraço do tesco. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

A DOR

A DOR

Vi a Dor caminhando em negra estrada, 
Qual megera da sombra, em noite escura, 
E perguntei, ralado de amargura: 
“-Por que nasceste, bruxa desvairada?” 

“Por que ostentas a espada estranha e dura, 
Sobre o seio da vida atormentada, 
Reduzindo à miséria, cinza e nada 
Todo sonho de paz e de ventura?” 

Mas a Dor respondeu: -“Cala-te, amigo! 
Na torturada senda em que prossigo, 
O veneno do mal morre infecundo. 

Sem meu gládio que salva, pouco a pouco, 
O homem padeceria cego e louco 
Em tenebrosos cárceres do mundo!...” 

Antero de Quental
("Através do tempo", psicografia Chico Xavier)