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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O FENÔMENO BOLSONARO


Posso citá-lo aqui nominalmente pois este texto não faz 
sua apologia, muito menos pretende denegrí-lo  
(tá lôco, meu, cobrir o homem de negro?). 

Este não é um fenômeno apenas local e deste período, 
não é o cidadão Bolsonaro o fulcro da coisa, ele é apenas 
o catalisador de um processo, ou, em palavras mais 
“ajustadas” ao caso, o gatilho. 

Que magnetismo, que atração exercem sobre as pessoas, 
as palavras deste homem? 

Quando li a tradução do livro “Mein Kampf”, de autoria de 
Hitler, procurava entrever a maravilha que ele pregava e 
que induzia as pessoas a consideram-no uma boa opção. 
Nada encontrei ali de positivo. 

A explicação me surgiu agora, com a campanha eleitoral 
de Bolsonaro: 

Não é um orador eloquente, capaz de criar imagens 
fabulosas, ou de um raciocínio límpido, que conduza os 
ouvintes a visualizarem futuros melhores para todos. 
Não convoca ao raciocínio. 

Pelo contrário, terrivelmente emocional, incita à emoção. 
É tergiversante: muda de assunto e distorce o sentido das 
frases, irresponsável: tudo é a função de outrem. 
Mas tem características admiradas por muitos, 
principalmente brasileiros: 
Fala agressivamente, com tom autoritário e decisivo, 
como quem sabe tudo sobre o assunto que fala. 

E isso é o estilo de liderança ensinado nas Forças Armadas 
(pelo menos, no Exército): 
Você está no comando, tem que inspirar confiança, 
mesmo numa operação suicida!  

Por isso passa a impressão de que é um homem de ação, 
e que tudo decidido por ele é um empreendimento destinado 
a dar certo. 

Na situação atual do País, em que tudo desmorona (na 
verdade, está sendo destruído), grande parte da população 
o vê como alguém que vai consertar tudo. 

Isso não o torna apenas um atrativo para bobos, violentos, 
preguiçosos, gente estúpida e os que se recusa a pensar. 
Gente que deseja mudança no panorama do país também 
é atraída por esse tipo de personagem. 

Perguntarão: 
Mas, e os defeitos evidentes desse discurso? 
Não são notados? 

São notados sim, mas, como todos nós sabemos que 
a perfeição não anda conosco na Terra, as falhas são 
relegadas a segundo plano, como detalhes que não vão 
interferir no resultado final. Todos fazemos isto. 
Não existe programa político perfeito. 

“Mas as falhas no programa de Bolsonaro são gritantes!” 

Sim, são, principalmente para nós, que sofremos, no todo 
ou em parte, aquela nojenta ditadura 1964-1985. 
Porém, nem todos os pensantes imaginam que estarão 
contribuindo para um retorno de tempos negros. 
Imaginam um país de sonhos, como é incutido diariamente 
pela mídia inconsequente! 

É culpa deles? 
Sim, claro, todos temos um cérebro para absorver os dados 
e tirarmos deles as conclusões mais acertadas! 

Devemos, porém, levarmos em consideração esses fatores 
atenuantes, e não, simplesmente, eliminá-los (os eleitores 
de Bolsonaro) de nosso convívio ou de nossas relações. 
Existem exceções, certo. 
Aqueles extremistas que encaram uma escolha política 
apenas como um jogo de futebol, e sem nenhum “fair play”, 
em que “o importante é vencer!”, importunam e nada 
acrescentam a si ou ao nosso crescimento como seres 
humanos. 

Mas, afastá-los simplesmente por ser um opositor de ideias, 
não é aconselhável, afinal “São os doentes que precisam 
de médico”! Como esperar que se curem, se não lhes 
ministrarem nenhum medicamento? 

Abraço do tesco. 

2 comentários:

Erika Oliveira disse...

Também acho que muitos optam em escolhê-lo por ódio ao PT e por desejar algum partido de direita, ou seja, qualquer coisa menos PT. Como ele é o mais popular, ganhou no primeiro turno por ser considerado o mais possível de ser eleito,com mais chances de ganhar devido sua popularidade, embora vários outros candidatos de direita fossem muito bons. Não sou a favor de nenhum partido ou candidato, acho que uma reforma política deveria ser feita urgentemente, embora eu mesma não saiba exatamente como fazer isso. Mas os pontos que você elencou sobre liderança e emoção são de fato avassaladores para a escolha dos eleitores.

tesco disse...

De fato, Erika, o partido que venceu o primeiro turno foi o AntiPT,
e por razões midiáticas, pois a ideologia é francamente favorável
ao povo.
Abraço.