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domingo, 31 de maio de 2015

A VIDA É IMPREVISÍVEL

A vida profissional numa grande empresa de petróleo não 
é como assentar tijolos na construção de um muro, tudo 
arrumadinho, em perfeita simetria, e é só adicionar o cimento. 

Não. Assemelha-se mais a situação de grãos de areia na beira 
da praia: Tá tudo muito bem, mas vem uma onda e rearruma 
tudo. Aí, acomodam-se os grãozinhos, arranjando seu espaço, 
quando... Vem nova onda! 

Principalmente para quem ambiciona subir na hierarquia, 
apresentam-se cursos, estágios, empréstimos de pessoal, 
transferências, mestrados... Movimentação não falta. 

Assim, uma colega, chamemo-la de Rita (e era mesmo Rita), 
foi transferida no início de 2003. Mas nos enviou um e-mail 
e eu guardei o e-mail. Revendo-o agora nos meus arquivos, 
percebo que era uma mensagem de confiança e embasada 
na realidade. Transcrevo-a para verificarmos a exatidão de 
sua filosofia: 

"Nós não podemos limitar nossa experiência ao que 
planejamos.  
Quando o sol se levanta trazendo calor sobre a terra, ele 
não vem para matar as plantas, mas para ajudá-las a crescer. 
No entanto, se o solo no qual a planta germinou for cheio 
de pedras, se sua raiz for superficial e ela não estiver 
adequadamente irrigada, então o calor que deveria ajudá-la 
no crescimento servirá para matá-la. 
Apenas precisamos entender que por mais impossível que 
pareça, todas as coisas estão contribuindo para o nosso bem." 
Rita. 
   *   *   *   

Está aí: Ponderações bastante sensatas. Orientações que não 
devemos desprezar. São três eixos básicos para uma boa 
atitude perante a vida. 

Primeiro, não nos restringirmos ao planejado. Precisamos 
desenvolver boa maleabilidade, ou seja, jogo de cintura, para 
que possamos contornar os obstáculos que, inevitavelmente, 
surgirão em nossas pretensões. 

Segundo, qual planta que procura se desenvolver, a despeito 
do terreno em que foi colocada, temos que aprofundar as 
raízes, não necessariamente nos acomodando num mesmo 
local, mas  procurando levar o mesmo ambiente de amizade, 
fraternidade e solidariedade para onde quer que formos. 

E, por último, nos resignarmos quando as condições pareçam 
mais desfavoráveis aos nossos planos. Não é conveniente dar 
murros em ponta de faca, bem melhor tentar torcer os fatos 
contrários, pondo-os a nosso favor. E quando isso não for 
possível de modo algum, simplesmente mudar de planos. 

Como disse Ramakrishna: 
"Os ventos da graça de Deus estão sempre soprando, 
cabe a nós ajustarmos as velas". 
Simples assim. 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 347

NOITE NA TAVERNA / MACÁRIO 
de ÁLVARES DE AZEVEDO
"Noite na taverna" se compõe de uma 
série de histórias fantásticas e trágicas, 
impregnadas de vícios e crimes. Cinco 
jovens, já não tão jovens, reunidos numa 
sombria taverna, narram e discutem seus 
passados casos amorosos. A vida para 
eles se  apresenta vazia e falsa e o amor 
termina sempre em tragédia. 
"Macário" é um drama em dois atos, que 
conta a história de um jovem que
conversa 
com satã numa estalagem de
estrada, no primeiro ato, e no 
segundo, debate sobre amor
e morte 
com seu amigo Penseroso. 
Tem 170 páginas e capa dura, mas a lombada, perdida, 
foi substituída por mim, num arranjo feio, mas que 
assegura estabilidade para algumas leituras mais. 

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Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 06/06/2015.

sábado, 30 de maio de 2015

SORTESCO 346 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 88,
e a opção vencedora é de: 
CHICO!
Parabéns!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

CONTRACANTO: EXPLÍCITOS

Um casal segue num carro - pode ser numa tarde ensolarada 
de domingo - talvez sejam amigos de infância, talvez tenham 
se conhecido há pouco, a timidez, no entanto, tolhe-os na sua 
mais íntima expressão. 

Querem se entregar um ao outro, desesperadamente, "como 
se não existisse amanhã", mas a educação recebida dificulta 
o entendimento verbal, e "não querem espantar o pássaro"! 

Parece filme dos anos 50? Hoje, quando as pessoas fazem 
misérias e só depois se perguntam os nomes? Pode ser. 
Mas ainda rola esse clima em muitos lugares e com muitas 
pessoas. O mundo não é só cinismo. 

Essa é a visão que aparece no sábado passado, na postagem 
da Shirley. É uma 'fantasia', como já diz o título do poema, 
mas tem aquele sabor romântico que muitos (eu, pelo menos) 
apreciam. 

Nesse mundo do romantismo, a balinha ainda tem invólucro, 
as frutas têm casca, o licor ainda reside no cerne do bombom, 
não é a realidade hodierna em que se faz questão de exibir 
as cirurgias plásticas ao primeiro contato. 

Nesse mundo ideal, as pessoas ainda têm tempo de conhecer 
a fundo o pensamento do outro, de trocar opiniões, de juntar 
os sentimentos antes de juntar os corpos, em suma, de afinar 
o instrumento antes da apresentação da orquestra. 

Claro que não faltam ocasiões de espontaneidade, e a paixão 
tem seus momentos. O rompante, o imprevisto e o improviso 
têm sua vez. 
Veja o que vislumbra a imaginação da nossa poeta: 

FANTASIA EXPLÍCITA
Shirley
(2015.05.23)

Você dirige o carro devagar 
e timidamente 
procura a palavra certa 
para afugentar o silêncio. 
Também eu 
perplexa e desajeitada 
busco em vão  
uma sequência rápida de ideias 
tentando afogar no âmago 
expectativa perturbadora. 
Cada vez mais 
percebo-me vazia 
flutuando no abismo 
de contemplação existencial. 
De repente 
precipitada  
imprevisível 
quase num enlevo 
digo o que não posso 
e no semblante 
mostro o que não devo... 

   *   *   *   

Agora o lado pragmático, não da sociedade, mas da poesia. 
Tem muita rima e muita métrica por aí, encobrindo... Prosa! 
Diria que é o caso aqui. Um certo tesco, muito amarrado em 
formas tradicionais, não conseguindo transmitir poesia, vai, 
muito disfarçadamente, camuflando seu prosaico comentário 
em poesia. 

O comentário à poesia da Shirley é uma prosa, bem objetiva, 
sob forma de quadrinhas chinfrins, embora bem medidas e 
rimadas, de modo a parecer poesia! 
O tesco engana a muita gente, só não engana ao próprio tesco. 
Pode observar: 

MILAGRE EXPLÍCITO
tesco 
(2015.05.27)

Dirijo devagar sim
Procuro a palavra certa 
Pra dizer que estou a fim 
Da emoção que liberta 

Eu não sei como falar 
Como dizer o que sinto 
Tenho muito a comentar 
Mas me desdigo/desminto 

É uma coisa assumida 
Não consigo esquecer: 
"Meu cumpadi, se decida 
Ou senão vai me perder!" 

Percebo-a perturbada 
Nos queremos namorar 
Bem-te-vis na madrugada 
Ansiosos pra piar 

Tá na beira do vazio 
Querendo cair em si 
Meu pensamento sombrio: 
"Se cair, caia em mim!" 

Aí milagre ocorreu: 
Que ventura nós vivemos! 
Qual santo que socorreu? 
Ela diz o que queremos! 

   *   *   *   

De qualquer maneira, a obrigação é comentar, e não, fazer 
poesia. Se ela aparece às vezes, é bônus! 

Abraço do tesco. 

SORTESFCO 63

ARQUIVO X: O SER DO ESPAÇO
GLEN MORGAN e JAMES WONG
"Madrugada escura, um caminhoneiro 
solitário, carga pesada, estrada vazia. 
De repente o caminhão para. Um zumbido 
e uma estranha reverberação no ar. Algo 
começa a se afastar para o alto. Uma
forma 
estranha, grande o suficiente para
encobrir 
as estrelas. Tudo montado como
um teatro 
de ficção científica, preparado
sob 
encomenda.Tudo era falso:
Omotorista, o 
estranho objeto noturno
e até a carga do 
caminhão."
Tem 102 páginas. 


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quarta-feira, 27 de maio de 2015

SORTESFCO 62 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 12,
e a opção vencedora é de: 
HISCLA!
Parabéns!

domingo, 24 de maio de 2015

ANALISANDO LETRAS-15

BANG BANG 

Interessei-me pela letra dessa música justamente porque o 
verso final diz: 
"My baby shot me down", ou seja, "Meu bem atirou em mim". 
Seria a narração de um crime passional? 

Procurei a tradução da letra e, nesta procura, encontrei o blog 
da Pam, o 'Go retro', onde, no post "A song story", ela conta a 
história que a letra conta. Isso, em inglês, seria redundante, 
pois a letra não é misteriosa. Mas, pra um babaca brasileiro 
como eu, a explicação foi uma mão na roda. 

Diz a Pam: 
"Essa canção foi lançada em 1966, e é uma canção 
depressiva: A cantora conta do seu amor, que costumava 
brincar com ela, quando ainda eram crianças, e fingia atirar 
nela enquanto cavalgava cavalo de 'cabo de vassoura'. 
Eles cresceram e se casaram - casamento formal, com igreja, 
sinos, música, dança, etc. - porém, apesar de tudo isso, ele 
a deixou. Ela foi atingida de novo, desta vez, de uma forma 
devastadora."  

E continua, agora não com a história que a música conta, 
mas com a trajetória da gravação: 

"A versão de Nancy Sinatra foi lançada no mesmo ano de 
1966, e permaneceu na obscuridade até ser escolhida para o 
filme de Tarantino. Ela tem um tom mais melancólico e uma 
abertura com  efeito 'tremolo' na guitarra.

O filme de Tarantino citado é "Kill Bill" vol 1. 

O clipe original desta música pode ser visto em Cher e tem 
problema de sincronia som/imagem, mas, como já diz a Pam, 
não existe outro na internet (orginal, de 1966). 

A versão do filme é esta: Nancy Sinatra


BANG BANG 
Sonny Bono (1965)

I was five, and he was six
We rode on horses made of sticks
He wore black, and I wore white
He would always win the fight

Bang bang. He shot me down
Bang bang. I hit the ground
Bang bang. That awful sound
Bang bang. My baby shot me down

Seasons came, and changed the time
And I grew up I called him mine
He would always laugh and say:
Remember when we used to play

Bang bang. I shot you down
Bang bang. You hit the ground
Bang bang. That awful sound
Bang bang. I used to shoot you down

Music played, and people sang
Just for me the church bells rang

Now he's gone, I don't know why
Until this day sometimes I cry
He didn't even say goodbye
He didn't take the time to lie

Bang bang. He shot me down
Bang bang. I hit the ground
Bang bang. That awful sound
Bang bang. My baby shot me down 

========
Tradução: 
BANG BANG

Eu tinha cinco anos e ele seis
Cavalgávamos cavalos de pau 
Ele vestia negro eeu vestia branco
Ele sempre vencia a briga

Bang bang, você atirou em mim
Bang bang, eu cai no chão
Bang bang, que terrível som
Bang bang, meu amor atirou em mim

Estações passaram e o tempo mudou 
Quando eu cresci, o chamei de meu
Ele sempre ria e dizia
Lembre quando nós brincávamos: 

Bang bang, lhe acertei 
Bang bang, você caiu 
Bang bang, que som terrível
Bang bang, eu costumava atirar em você 

Música tocou e as pessoas cantaram 
Só para mim os sinos da igreja soaram 

Agora ele se foi, e eu não sei porque 
Até hoje às vezes choro
Ele nem mesmo disse adeus
Não perdeu tempo para mentir

Bang bang, ele atirou 
Bang bang, e eu cai 
Bang bang, que som terrível 
Bang bang, meu amor atirou em mim 

   *   *   *   

Como vemos,  não se trata de um crime passional mas, até 
mais comum que este, um "crime sentimental". Este mundo 
ainda tem esse nível! 

Estava crente que o relativo sucesso desta música no Brasil, 
na época do lançamento, havia sido com Nancy Sinatra, pois 
não lembro de ter ouvido falar em Cher nesse tempo. Mas o 
que me confundiu foi a divulgação ao mesmo temo de "These 
boots are made for walking", da Nancy. 

O "Bang bang" suscitou a versão em português (nessa época 
as versões eram imediatas) cantada por Maritza Fabani. Não 
a ouvia há quase 50 anos, mas eis que a relíquia está no You 
Tube desde 2009: Maritza Fabiani - Bang Bang

É uma versão de Carlos Wallace, e é uma versão muito boa, 
não deixando reparos para ninguém, a não ser... o infeliz do 
tesco, qe fica examinando ninharias! 

Pois é, não desmerece a obra, mas o último verso da última 
estrofe, antes do refrão, diz: "Todo o tempo me mentiu", e 
isso não se pode deduzir do texto original, que diz apenas 
que o 'fujão' "nem perdeu tempo pra inventar mentiras". o 
que não invalida suas ações anteriores. 

Mas isso, evidentemente, não é coisa pra ficar se explicando 
numa versão de letra musicalto, , portaa letra do Wallace está 
excelente! Veja se não está:  

BANG! BANG! 
Versão Carlos Wallace

Foi há tanto tempo atrás
Tempo que não volta mais
Um garoto atirava
De mocinho ele brincava 
Bang! Bang! E eu caí 
Bang! Bang! Me acertou 
Bang! Bang! E me matou 
Bang! Bang! Assim o conheci

O tempo a passar
Começamos a amar
Ele sempre se lembrava
E brincando então falava 
Bang! Bang! Você caiu 
Bang! Bang! Eu acertei 
Bang! Bang! E a matei 
Bang! Bang! Assim a conheci 

Hoje não sei mais brincar
E nem gosto de lembrar

Todo o tempo bom que foi
Tão feliz para nós dois

De verdade ele acertou
E o meu amor matou
Sem aviso ele partiu
Todo o tempo me mentiu 
Bang! Bang! E eu caí 
Bang! Bang! Me acertou 
Bang! Bang! E me deixou 
Bang! Bang! Assim eu o perdi

   *   *   *   

Portanto, é possível versar e versejar sobre violência sem ser, 
necessariamente, violento. Que a paz esteja conosco! 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 346

CRUZ E SOUSA
por PAULO LEMINSKI
Não é um livro de poesias desse poeta 
catarinense, mas uma tentativa de
esboço 
biográfico e, tentativamente
também, uma 
análise de sua poesia.
Falo em tentativa 
porque é um livreto,
formato bolso, de 
apenas 80 páginas.
Impossível seria, nesse 
pequeno espaço,
descrever a vida de um 
poeta negro em
tempo de escravidão, 
além de dissecar
sua poesia simbolista, 
quase única no
Brasil. E o quê se pode 
ganhar lendo
um opúsculo desse? 
O diferencial está na autoria, pois trata-
se 
da visão de outro grande poeta, Leminski, (1944-1989).
É uma boa pedida! 


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sábado, 23 de maio de 2015

SORTESCO 345 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 00,
e a opção vencedora é de: 
CHICO!
Parabéns!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

CONTRACANTO: TELEPATIA

Os caminhos da vida são misteriosos. É como a confecção de 
um bordado, maravilhoso quando visto de cima, mas, visto 
por baixo, não se entende nada. 

Assim a trama dos amores: "Quem eu quero não me quer", 
juntos quem não se entende, aquela que amo está casada, 
separam-se grandes enamorados, o homem da minha vida 
já é de outra, e assim se arrasta a humanidade. 

Desse modo, um casal, que aparentemente daria certo, tem 
uma briguinha, se desentende, e os dois nunca mais se veem. 
Porém, nos dois lados, suspiros se sucedem, beijos suscitam 
saudades, lembranças geram devaneios, reforçam-se certezas, 
e é um só amor com dois polos distantes. 

Infelizmente, não é coisa tão invulgar como se possa imaginar. 
É, talvez, uma situação dessas que a Shirley retrata no sábado 
passado, em seu poema "Telepatia". Dividida entre momentos 
triviais, como o ar frio de uma madrugada, os reclamos de um 
cão, a palidez da lua entre nuvens, e a lembrança de instantes 
românticos de um passado que não se deixa esquecer, a poeta 
representa um dos polos  de uma força incoercível. 
Veja na sequência: 

TELEPATIA
Shirley
(2015.05.16)

"Acordo 
vou lá fora cuidar do meu velho cão... 
No céu da madrugada fria nublada 
meu olhar converge para um ponto de luz 
incerto amarelado 
a denunciar a presença apagada da lua. 
Meu ser 
transborda sonhos lembranças 
quando amasso uma página do passado 
no atual experimento da vida. 
Uma vez mais 
os meus olhos brilham 
nas profundezas da noite. 
Quero concentrar-me 
cerro as pálpebras 
o cachorro reclama minha atenção 
e antes que eu esqueça 
sem pressa procuro uma rima rica 
para lhe enviar esta última mensagem: 
Nosso amor acabou 
mas você não me sai da cabeça..." 

   *   *   *   

Na telepatia é imprescindível dois polos, e o outro polo da 
Shirley existe e está em sintonia. Neste mesmo momento, 
quem sabe, também olhando a lua, o moço - já não tão moço - 
rememora as loucuras da mocidade, quando menosprezou o 
amor incipiente, que não podia dar frutos de imediato, pela 
febre do "descobridor dos sete mares", e foi conhecer as 
coisas que estão no mundo. 

É jovem, não sabe ele que o que se pode ter de verdade, não 
é palpável, que sentimento é a maior riqueza do mundo, e 
que o tempo é inexorável, e só anda pra frente! 
Veja a seguir, como tesco representa o outro polo: 

RETORNAR É PRECISO
tesco
(2015.05.18)

"Sabia que era feliz 
Mas me ausentei mesmo assim 
A loucura estava em mim 
Tinha desejos febris 

Só procurava venturas 
Mas nenhuma encontrei 
Todo caminho que andei 
Me produziu desventura 

Naufragando em alto mar
De súbito me vem o siso 
Muito mais que navegar 
Retornar é que é preciso  

Dor de amor eu não conheço 
O amor nunca me doi 
O que sinto - e estremeço - 
É uma imensa saudade 
Esta é que na verdade 
A minha alma corrói

A loucura já findou 
Agonizo em desespero 
Preciso do teu tempero 
Nosso amor não acabou 

"Nunca, jamais me esqueças!" 
A luz da lua me grita 
Mais nada ao redor me excita 
E nem me sai da cabeça 

Não vou ao desconhecido 
Apenas uma intenção: 
Alcançar teu coração 
É o que me faz atrevido" 

   *   *   *   

Assim, a telepatia às vezes funciona, transmitindo a magia de 
um encantamento entre dois corações, que deveriam estar 
unidos, e decisões desafortunadas, escolhas voluntárias mas 
impensadas, os levaram a afastar-se. 

Quiçá, tudo que foi mal feito possa ser refeito; tudo que não 
foi feito tenha sua oportunidade; e tudo que foi desfeito possa 
renascer para novo aprendizado. 

Abraço do tesco. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

SORTESFCO 62

AS CRISÁLIDAS
JOHN WYNDHAM
"O pé estava todo inchado e torcido. Nem 
sequer reparei, então, que tinha mais 
que o número habitual de dedos... Ali 
floresciam coisas contra as leis divinas 
como se tivessem esse direito."
Mesmo numa Terra "pós-tribulação" nem 
o preconceito nem o fundamentalismo 
desaparecem, pelo contrário, somam-se, 
como demonstra o cartaz: "Maldito é o 
mutante aos olhos de Deus e dos homens". O homem continua pensando
que sabe o 
que Deus pensa. Com 190 páginas. 

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SORTESFCO 61 - RESULTADO

Sem concorrentes,
a vencedora é: 
HISCLA!
Parabéns!

domingo, 17 de maio de 2015

BOBAGENS LINGUÍSTICAS 31

SOTEROPOLITANO

Acho muito irregular que o baiano nascido em Salvador se 
intitule 'soteropolitano', isso deve ter-se originado de uma 
brincadeira de algum erudito. 

- Ô, meu rei, e a cidade do Salvador não é Soterópolis em 
grego?

Certamente, mas Salvador nunca teve o nome de Soterópolis, 
e, consequentemente, a derivação de gentílico de um nome 
pelo grego é irregular. O normal é a derivação do latim, caso 
a derivação em português se torne complicada. 

É o caso de Três Corações, cidade mineira, cujo gentílico é 
tricordiano; fluminense, para o natural do Estado do Rio de 
Janeiro (por mim seria janeirense); ludovicense (tem coisa 
mais ridicula?) para quem nasce em São Luís; 

A derivação do grego é normal para as cidades que têm 
componente de origem grega no nome, como são Neópolis, 
Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis, Ribeirópolis, 
Cristinápolis, Quirinópolis, etc.. 

- Então, meu camaradinha, qual é o certo? 

O certo, como frisou o filólogo Celso Pedro Luft (1921-1995), 
é o que a maioria dos praticantes da língua usa. Como a
maioria 
dos 'salvadorenses' prefere soteropolitano, assim
será. 
Mas não há motivo plausível para o "soteropolitano",
a não ser 
o desejo de se sobressair. 


'BOOKISH ENGLISH'

De acordo com a dissertação de Mestrado em Lingüística, 
pela PUC-SP em 2006, da professora Giseli Previdente 
Martins Vicentini, "A Lingüística de Corpus e o seriado 
Friends como base para o ensino de chunks em sala de 
aula de Língua Inglesa", "Bookish English" é o termo usado 
para caracterizar o inglês “muito certinho”, de acordo com 
todas as regras gramaticais ensinadas nos livros, e que na 
verdade, não representa com precisão a linguagem usada 
na vida real. 

Para quem pensa que somente no Brasil não se fala a língua 
corretamente, como é ensinada nos livros didáticos, a junção com a realidade pode ser um tremendo choque. Creio que 
em lugar algum do mundo ocorre essa 'justaposição'. 

Contrariamente, lembrei de uma velha piada, e como minhas 
filhas dizem, "uma das piadas sem graça, do papai". 

Mas contam que, numa das pequenas cidades do interior do 
Nordeste, chegou certa vez, um visitante norte-americano, e 
que, naturalmente, não falava nada em português. 
Aí o pessoal, imediatamente, se lembrou do João: 
- Chama o João, João sabe ingreis! 

E veio o João, que, realmente, havia entendido todos os 
ensinamentos fornecidos por uma velha gramática que ele 
conseguira. Apenas um detalhe: A gramática não falava nada 
sobre a pronúncia inglesa! 

Confiante em seu conhecimento, João acercou-se do rapaz
falou, bem pausadamente pra todo mundo entender: 

- I ave a boóc ofe engliche in mi ouse. 

O visitante, nada entendendo, só conseguiu articular uma 
iterjeição: 

- Huh?! 

João, muito satisfeito com o espanto do outro, que ele pensou 
ser de reconhecimento de sua sabedoria, completou: 

- I liqui veri muchi! 

Os ingleses não entendem porque são uns bobocas! 

Abraço do tesco. 

sábado, 16 de maio de 2015

SORTESCO 345

HISTÓRIA DO BRASIL EM QUADRINHOS 
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
EDSON ROSSATTO - LAUDO -
OMAR VIÑOLE

"Foram muitas as dificuldades ao longo 
da vida de Dom Pedro II. Em especial,
no 
período em que ocorreu a Guerra do 
Paraguai, com o custo de centenas de 
milhares de mortos em batalhas. Só de 
brasileiros calculam-se 50.000 vítimas. 
A economia baseava-se na vergonhosa
mão de obra 
escrava, com os navios
negreiros indo vazios 
e voltando cheios
de seres humanos rebaixados 
ao nível
de mercardorias. Sem falar nos boatos, 

nas intrigas palacianas e nas fofocas." 
Divertida forma de aprender, em 64 páginas, 
de uma edição bem cuidada, toda colorida.

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SORTESCO 344 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 34,
e a opção vencedora é de: 
CHICO!
Parabéns!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

CONTRACANTO: COMILANÇA

Como já foi dito aqui no blog, não é de hoje que eu construo 
poemas como comentários a post poéticos , mas, sem dúvida
nenhuma
, isso só se tornou sistemático quando passei a
comentar 
o blog da Shirley

Eis que, desde fevereiro, frequento também o blog da Céu
que compõe belíssimas poesias e, quando as posta, vejo-me 
tentado a comentá-las com um poemeto. 

Encontro aí então, uma grande dificuldade: Céu compõe 
poemas intensamente eróticos, campo em que não tenho 
nenhuma experiência e, ao mesmo tempo, não é fácil por 
ideias alinhadas aí sem deixá-las tender para o pornográfico. 
Principalmente para mim, que sigo a filosofia de Odorico
Paraguassu: 

"Vamos deixar de lado os 'considerando' e vamos direto
para 
os 'finalmente!'

Procuro então, contornar as coisas com perífrases, elipses, hipérbatos, anacolutos e outras figuras de linguagem de que
nem 
me lembro o nome. 

Fica também difícil para o pobre viandante que apenas pede 
um pouco de comida, e em vez de lhe apresentarem um prato 
de angu, levam-no à uma mesa de banquete com dezenas de 
iguarias. O quê escolher de início? 

Nesta mais recente postagem, "Festa", em que o poema da Céu
até que foi pequeno, t
entei focalizar algo em que pudesse me
segurar, e daí desenvolver 
alguma linha de ideias. Minha atenção foi despertada pelos versos: 

"alisa os meus seios aguçados 
de rosáceas alteradas em pé de vento, alvoroçadas. 
São como figos escuros, um tanto maduros" 

"Ah, adoro figos!" penso, "Vou pegar esse gancho" e isso
me 
leva a desenvolver uma "tarde de frutas". Muito bem,
os 
dois versos finais, porém, conduzem-me a uma outra
realidade: 


"esperneando, fazendo fita, para uma festa de entrega 
que, será de arromba, pode estar certa." 

Ih! O caldo engrossou! Depois de uma festa... Outra festa! 
Disso tudo resultou isto: 

COMILANÇA
tesco
(2015.05.12)

"Visitando tua quinta 
Desfruto do teu pomar 
Afrouxo logo a cinta 
Ficarei para o jantar 

As fruteiras carregadas 
Figos, morangos, cerejas 
As vistas já'stão fechadas 
Venha de lá o que seja 

Não ouso mais devorar 
De fato já estou pleno 
Tenho o ânimo sereno 
De quem comeu pra danar 

Tu agora me convidas: 
- Uma festa de entrega? 
Não aguento tal refrega 
Viro pro lado sem vida 

Mas em paz tu não me deixas 
"Inda tem o que comer" 
Levanto e esqueço as queixas 
O meu destino é... sofrer!" 

   *   *   *   

Não posso deixar a anfitriã descontente com o hóspede, não 
é mesmo? Parto pois, corajosamente, para o sacrifício! 

Os comentários no blog da Céu, no entanto, não permitem a 
mesma estrutura que os da Shirley, em que transcrevo no post 
Contracanto, o poema que originou o comentário. Os poemas 
da Céu são muito mais longos, não se conformando aos limites 
restritos do nosso 'lay out'. Além disso ela baseia seus poemas 
em vídeos, que não têm motivo para ser postados aqui, se já 
estão postados lá. 

Portanto, havendo futuros posts na linha "Celeste", seguirão 
esse mesmo padrão: O leitor seguirá o link para ver a obra 
original. O que é um "sacrifício" que eu recomendo! 

Abraço do tesco.