TRADUTOR

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

domingo, 17 de maio de 2015

BOBAGENS LINGUÍSTICAS 31

SOTEROPOLITANO

Acho muito irregular que o baiano nascido em Salvador se 
intitule 'soteropolitano', isso deve ter-se originado de uma 
brincadeira de algum erudito. 

- Ô, meu rei, e a cidade do Salvador não é Soterópolis em 
grego?

Certamente, mas Salvador nunca teve o nome de Soterópolis, 
e, consequentemente, a derivação de gentílico de um nome 
pelo grego é irregular. O normal é a derivação do latim, caso 
a derivação em português se torne complicada. 

É o caso de Três Corações, cidade mineira, cujo gentílico é 
tricordiano; fluminense, para o natural do Estado do Rio de 
Janeiro (por mim seria janeirense); ludovicense (tem coisa 
mais ridicula?) para quem nasce em São Luís; 

A derivação do grego é normal para as cidades que têm 
componente de origem grega no nome, como são Neópolis, 
Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis, Ribeirópolis, 
Cristinápolis, Quirinópolis, etc.. 

- Então, meu camaradinha, qual é o certo? 

O certo, como frisou o filólogo Celso Pedro Luft (1921-1995), 
é o que a maioria dos praticantes da língua usa. Como a
maioria 
dos 'salvadorenses' prefere soteropolitano, assim
será. 
Mas não há motivo plausível para o "soteropolitano",
a não ser 
o desejo de se sobressair. 


'BOOKISH ENGLISH'

De acordo com a dissertação de Mestrado em Lingüística, 
pela PUC-SP em 2006, da professora Giseli Previdente 
Martins Vicentini, "A Lingüística de Corpus e o seriado 
Friends como base para o ensino de chunks em sala de 
aula de Língua Inglesa", "Bookish English" é o termo usado 
para caracterizar o inglês “muito certinho”, de acordo com 
todas as regras gramaticais ensinadas nos livros, e que na 
verdade, não representa com precisão a linguagem usada 
na vida real. 

Para quem pensa que somente no Brasil não se fala a língua 
corretamente, como é ensinada nos livros didáticos, a junção com a realidade pode ser um tremendo choque. Creio que 
em lugar algum do mundo ocorre essa 'justaposição'. 

Contrariamente, lembrei de uma velha piada, e como minhas 
filhas dizem, "uma das piadas sem graça, do papai". 

Mas contam que, numa das pequenas cidades do interior do 
Nordeste, chegou certa vez, um visitante norte-americano, e 
que, naturalmente, não falava nada em português. 
Aí o pessoal, imediatamente, se lembrou do João: 
- Chama o João, João sabe ingreis! 

E veio o João, que, realmente, havia entendido todos os 
ensinamentos fornecidos por uma velha gramática que ele 
conseguira. Apenas um detalhe: A gramática não falava nada 
sobre a pronúncia inglesa! 

Confiante em seu conhecimento, João acercou-se do rapaz
falou, bem pausadamente pra todo mundo entender: 

- I ave a boóc ofe engliche in mi ouse. 

O visitante, nada entendendo, só conseguiu articular uma 
iterjeição: 

- Huh?! 

João, muito satisfeito com o espanto do outro, que ele pensou 
ser de reconhecimento de sua sabedoria, completou: 

- I liqui veri muchi! 

Os ingleses não entendem porque são uns bobocas! 

Abraço do tesco. 

2 comentários:

Shirley Brunelli disse...

É sempre prazeroso ler o que você publica, tesco.
Sua piadinha me fez lembrar de outra, isto é, só do finalzinho... O sujeito que "sabia" inglês disse, sobre o dinheiro :"...laicá nóis laica, mas, manei que é gude nóis num reve" rs. Todos conhecem essa rs.
Kisojn!

Hecta disse...


Tesco
Muito legal isso, espirituoso mesmo..
Eu só sabia o trocadilho que Shirley publicou..kkkk
hiscla