SOTEROPOLITANO
Acho muito irregular que o baiano nascido em Salvador se
intitule 'soteropolitano', isso deve ter-se originado de uma
brincadeira de algum erudito.
- Ô, meu rei, e a cidade do Salvador não é Soterópolis em
grego?
Certamente, mas Salvador nunca teve o nome de Soterópolis,
e, consequentemente, a derivação de gentílico de um nome
pelo grego é irregular. O normal é a derivação do latim, caso
a derivação em português se torne complicada.
É o caso de Três Corações, cidade mineira, cujo gentílico é
tricordiano; fluminense, para o natural do Estado do Rio de
Janeiro (por mim seria janeirense); ludovicense (tem coisa
mais ridicula?) para quem nasce em São Luís;
A derivação do grego é normal para as cidades que têm
componente de origem grega no nome, como são Neópolis,
Petrópolis, Teresópolis, Florianópolis, Ribeirópolis,
Cristinápolis, Quirinópolis, etc..
- Então, meu camaradinha, qual é o certo?
O certo, como frisou o filólogo Celso Pedro Luft (1921-1995),
é o que a maioria dos praticantes da língua usa. Como a
maioria dos 'salvadorenses' prefere soteropolitano, assim
será. Mas não há motivo plausível para o "soteropolitano",
a não ser o desejo de se sobressair.
'BOOKISH ENGLISH'
De acordo com a dissertação de Mestrado em Lingüística,
pela PUC-SP em 2006, da professora Giseli Previdente
Martins Vicentini, "A Lingüística de Corpus e o seriado
Friends como base para o ensino de chunks em sala de
aula de Língua Inglesa", "Bookish English" é o termo usado
para caracterizar o inglês “muito certinho”, de acordo com
todas as regras gramaticais ensinadas nos livros, e que na
verdade, não representa com precisão a linguagem usada
na vida real.
Para quem pensa que somente no Brasil não se fala a língua
corretamente, como é ensinada nos livros didáticos, a junção com a realidade pode ser um tremendo choque. Creio que
em lugar algum do mundo ocorre essa 'justaposição'.
Contrariamente, lembrei de uma velha piada, e como minhas
filhas dizem, "uma das piadas sem graça, do papai".
Mas contam que, numa das pequenas cidades do interior do
Nordeste, chegou certa vez, um visitante norte-americano, e
que, naturalmente, não falava nada em português.
Aí o pessoal, imediatamente, se lembrou do João:
- Chama o João, João sabe ingreis!
E veio o João, que, realmente, havia entendido todos os
ensinamentos fornecidos por uma velha gramática que ele
conseguira. Apenas um detalhe: A gramática não falava nada
sobre a pronúncia inglesa!
Confiante em seu conhecimento, João acercou-se do rapaz
e falou, bem pausadamente pra todo mundo entender:
- I ave a boóc ofe engliche in mi ouse.
O visitante, nada entendendo, só conseguiu articular uma
iterjeição:
- Huh?!
João, muito satisfeito com o espanto do outro, que ele pensou
ser de reconhecimento de sua sabedoria, completou:
- I liqui veri muchi!
Os ingleses não entendem porque são uns bobocas!
Abraço do tesco.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
É sempre prazeroso ler o que você publica, tesco.
Sua piadinha me fez lembrar de outra, isto é, só do finalzinho... O sujeito que "sabia" inglês disse, sobre o dinheiro :"...laicá nóis laica, mas, manei que é gude nóis num reve" rs. Todos conhecem essa rs.
Kisojn!
Tesco
Muito legal isso, espirituoso mesmo..
Eu só sabia o trocadilho que Shirley publicou..kkkk
hiscla
Postar um comentário