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quinta-feira, 7 de maio de 2015

CONTRACANTO: VINGANÇA

No sábado passado Shirley ameaçou vingar-se. 
Imediatamente pensei: 
"Que foi que eu fiz, meu Deus? Sempre tão quietinho aqui, 
por que é que a Shirley se zangou comigo?" 

Preocupei-me até que o Álter me alertou: 
- Calma tesco, não é com você que ela fala, é com o 'sujeito' 
da poesia.  

Aí caí na real: Sempre 'respondendo' aos poemas da Shirley, 
tenho que 'encarnar' o tal 'sujeito' para melhor entender o 
espírito da coisa. 

Porém, de qualquer maneira, é muito preocupante quando 
a mulher pensa em vingança, coisa boa é que não sai. 
Embora, na maioria das vezes, ela também acabe sendo 
prejudicada, sua vingança é, normalmente, "malígrina". 

E era o que prometia a nossa poeta, algo bem planejado, 
conjugado a uma 'guerra de nervos' sistematizada, tendo 
por clímax um abalo sísmico de grau 9 na Escala Richter. 
Vejam se não é isso: 

VINGANÇA
Shirley
(2015.05.02)

"Ah!... Você não me conhece 
e tampouco imagina como 
sou esperta. 
Esteja alerta 
quero brincar 
com os seus nervos. 
Ainda não sei como 
mas eu juro 
antes de tirá-lo 
definitivamente 
dos meus planos 
vou balançar seus alicerces 
e provocar trincas 
no seu modo de ser." 

   *   *   *   

Tás brincando? De ameaça dessa quero distância! 

Nessa altura tenho que firmar minha estratégia, posso estar 
tremendo como um ratinho, mas urrarei como um leão. 

Primeiro brado "Que venga el toro!", isso pode, quem sabe, 
diminuir o ímpeto da 'vingadora', sabendo que encontrará 
uma futura vítima prevenida. No caso, optei por uma vítima 
resignada. Mas digo que sou forte, disposto a enfrentar o 
vendaval.  

Depois, digo que sou experimentado nessas questões, e que 
já conheço suas manhas. Isso pode não diminuir a raiva, 
mas mina a autoconfiança do oponente. 
Vejam o recado e, se houver erro, digam onde estou errado: 

PRAÇAFORTE 
tesco
(2015.05.05)

"Abençoado sou, braços abertos 
Para receber com toda a calma 
A descarga que vem de tua alma 
A me brindar a placidez decerto 

Resisti no mais árido deserto 
Em seu oásis não havia palma 
Ali esperança não se empalma
Contudo eis-me aqui vivo e desperto

Entanto já não me provocas trincas 
Há muito que eu sei como tu brincas 
Te conheço qual a campo de batalha 

Imagino qual será tua vingança 
E te proponho agora uma aliança   
Pois o amor a tudo agasalha." 

   *   *   *   

Ah, mermão, sou bobo não!  
Melhor sair derrotado mas inteiro. 
Mais vale transformar o inimigo em amigo, por isso aceno 
com a bandeira branca. Além disso, que posso perder com 
essa suposta covardia? Amor-próprio? 
Digo com franqueza: Mil vezes melhor o próprio-amor! 

Abraço do tesco. 

Um comentário:

Shirley Brunelli disse...

Oi, tesco, descobri uma coisa...Descobri que Você é o Cara!:)
Beijos!!!rs