Muitas vezes a situação atual do poeta influencia grandemente
a construção de um poema, por vezes mesmo, determina seu
tema e seu rumo. Apenas como exemplo, citamos o soneto
'Hipocondríaco', que construí numa madrugada de dezembro
do ano passado, em que me encontrava num hospital,
aguardando exame, amarrdo ao tubo de soro.
Contudo, isto não é uma imposição obrigatória. A mente do
poeta passeia por milhares de mundos e enfrenta miríades
de situações diferentes, que podem não ter nada a ver com
sua condição atual. Náo há jeito de quantificar isto, pois varia
a cada poema e em cada poeta.
Assim, não foi a situação do poeta que originou este poma.
Eu não estava em algum lugar afastado, como era comum
nos anos 80, estava em casa e já era 2005, quando minha
produção de sonetos se resumiu a três deles.
Nele o poeta reafirma a constância de seu sentimento que,
mesmo enfrentando "fortes ventos", não cessa de alimentar
a ventura cotidiana. Veja o poema resultante:
DISTANTE
tesco
(2005.02.03)
Estás distante minha amada, estás distante
Do meu corpo sim, porém não da minha mente
E embora isso não seja inconseqüente
Tal fato pode parecer irrelevante
É uma coisa em certo modo redundante
Dizer que sinto tanto amor por ti somente
Mas isto só torna nossos corações contentes
E de alegria nossas almas transbordantes
Este amor de modo algum é inconstante
Conquanto possa ser chamado leviano
Porque drapeja em forte vento qual bandeira
Mas preso ao mastro não se vai em um instante
Nem mesmo deixa seu queimar cotidiano
Incendiando os sentimentos qual fogueira
*** *** ***
Este soneto apresenta característica incomum, pelo menos,
nas minhas obras, que é o verso longo. E o curioso é que
quando vi os primeiros versos, pensei:
"É, vai sair um alexandrino".
Mas não saiu, a maioria dos versos era de treze sílabas, e não
consegui reduzí-las a doze. Então deixei o barco seguir a
correnteza. E até que não ficou ruim.
Abraço do tesco.
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3 comentários:
Oi tesco
Você é muito especial, adoro quem sabe compor poesias( existem muitas regrinhas, então prefiro mais contos e minicontos à poesias
Amei sua poesia
Beijos no coração
Dorli
Pois, ficou muito bom esse soneto.
Já disse uma vez, ou mais rs, que poesia é uma mistura de realidade e fantasia, é um eterno fazer de conta e só o poeta sabe onde termina uma e começa a outra...
Boa noite, beijos!
Adorei!!!
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