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quinta-feira, 26 de março de 2015

CONTRACANTO: É POR ALI MESMO!

A poesia tem destinos diversos e não dá satisfação a ninguém, 
sobre o rumo que vai tomar. Isso é particularmente notado 
quando se inicia a construir um poema. É o caso do poemeto 
enfocado hoje. 

Pensava numa cena corriqueira, com o passar do dia que, 
ora é um transcorrer lento, ora é um turbilhão de momentos 
como água numa peneira, em que nada para. E o resultado 
é a sucessão natural do tempo, nos deixando como legado 
apenas lembranças. 

Eis que surge porém, a mágoa! Ela não deveria estar lá, não
havia nenhum motivo para sua presença, ninguém a tinha 
chamado. Mas ela veio assim mesmo, e se postou bem no fim 
do poema. Vejam como foi fotografada a 'intrusa': 


EM DIREÇÃO  
tesco
(1977.08.04)

"O sol levanta 
O dia corre 
A tarde morre 
A noite cai 

A lua surge 
Um meteoro 
Passa correndo 
Ém um haicai 

Estrelas fogem 
A vida vai... 
E como água 
Já se esvai 

Só minha mágoa  
Que não tem fim  
(É para sempre? 
Não diz que sai) 
Cá se conserva 
Perto de mim." 

   *   *   *   

Nem disse que saía, nem saiu de jeito algum. Do poema. 
Minha vida nessa época não comportava nenhuma tristeza 
especial. A única restrição que havia para a alegria total, 
nessa fase da juventude, era a perspectiva de ter que largar 
o plantão que dava na farmácia, pedindo exoneração do INPS, 
(aprendi então que não se pedia demissão do serviço público, 
tem que ser exoneração), visando a conclusão do curso de 
Geologia. 

Será que isso já estava, inconscientemente, influindo nessas 
pequenas produções? Afinal, era um dinheirinho certo, e tão 
bom para um pobre jovem estudante! 

Não sei, mas a mágoa não se conservou perto de mim, fora 
do poema. Casei, concluí o curso (nessa ordem) e comecei a 
vida profissional na Petrobrás. Xô tristeza! 

Abraço do tesco. 

4 comentários:

Anônimo disse...

Ainda bem querido que você tomou um rumo diferente na sua vida e tudo deu certo.
Beijotescas

Luma Rosa disse...

Oi, Tesco!
As decepções e más experiências que podem resultar em mágoa, nos ensinam mais do que as alegrias que conquistamos. Importante é que as mágoas não permaneçam ou se diluam no tempo.
Depois dessa sequência, a Luma ganhou uma caneca que conserva até os dias atuais :)
Vem aí a 10ª Edição do BookCrossing Blogueiro!
Bom fim de semana!
Beijus,

Milton Kennedy disse...

Cordial abraço Roberto Dantas,
mais uma vez sou grato por sua visita e comentário.
Saúde e paz.

Shirley Brunelli disse...

O poema desceu redondinho e as engrenagens de sua vida, tesco, parece que foram sempre, lubrificadas com graxa e...com graça. Que bom!
Kisojn!