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quinta-feira, 12 de junho de 2014

CONTRACANTO: GRAVIDEZ

GRAVIDEZ

Incentivado por sugestões das amigas Shirley e hiscla, que
insistem para que eu publique meus poemas, dou uma olhada
no meu arquivinho (não são muitos) e verifico que eles estão
ali quietinhos, meio esverdeados por não tomarem sol, e
penso: Por que não levá-los a um passeio no blog?


Tenho publicado alguns, é certo, uns aqui, outros ali... Mas
nada de modo sistemático. Então percebo que as quintas-
feiras são um espaço ótimo para eles: Pouco movimento,
pessoal ainda com suas preocupações cotidianas, gente sem
muita exigência... Então vai! Nas quintas: Poesia!


Publicarei tanto os poemas antigos ainda inéditos, como os
já publicados no extinto Nós por Nós. E ainda, os comentários
que costumo fazer no blog da Shirley, quando, lendo seus
posts, sinto a ânsia do diálogo e a poesia brota (âs vezes).


   *   *   *  
O soneto que nicia a série versa sobre o oue antecede a
confecção de um poema. Tais fatos não são, de modo algum,
obrigatórios ou rotineiros, mas podem acontecer. A criação
tem causas e sintomas 'sui generis', cada caso é um caso.
Mas vejam o que sucedu ao personagem-autor: 


"PARTO DE UM POEMA

Perguntaste se eu estava aborrecido
Ao me veres de tal modo carrancudo.
Respondi, qual menino barrigudo,
Haver nada que me tenha entristecido. 


Foi assim, amuado e bochechudo,
Que fiquei toda a tarde, sem problema
Veio a noite e eu mudei em quase tudo
Rabiscando tortos versos de um poema.


O resultado elucida o que passou.
Desta forma percebi que me sobrou
A explicação final desta aridez


Eu estava num estado transiente
Fui mudando de humor continuamente
E era já o nono mês da gravidez!"

   **  *
  


Por vezes isto ocorre, pode ser até o contrário do que afirma
o personagem, a construção do poema é que desanuvia a
mente, dissipa o estresse, propicia novas luzes ao olhar.
Tudo vale a pena, se a alma verseja!


Abraço do tesco.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tesco, por que você não entra no Facebook? Vai encontrar um monte de gente da nossa época. Acredita que eu me lembrei desse poema?
Beijotescas

Anônimo disse...


TESCO, finalmente!
adorei a introdução!
por ficarem quietinhos, guardados e sem sol...amarelam no papel. Que tal chamarmos a série de "poemas amarelos"? e, qdo forem novos "de verdes"..
é assim que se começa meu caro 'parecerista"
hiscla

hiscla!

Denise Carreiro disse...

Não só com o poema, mas em toda produção literária, precisamos de um tempo de embotamento, de ensimesmamento, de reflexão, para que a obra possa surgir madura. Muita paz!

Clara Lúcia disse...

Sim, publique sim!
O que é belo tem que ser mostrado!
Espalhando coisas úteis, cultura e sabedoria, isso sim que deveria dar ibope.

Beijos