GRAVIDEZ
Incentivado por sugestões das amigas Shirley e hiscla, que
insistem para que eu publique meus poemas, dou uma olhada
no meu arquivinho (não são muitos) e verifico que eles estão
ali quietinhos, meio esverdeados por não tomarem sol, e
penso: Por que não levá-los a um passeio no blog?
Tenho publicado alguns, é certo, uns aqui, outros ali... Mas
nada de modo sistemático. Então percebo que as quintas-
feiras são um espaço ótimo para eles: Pouco movimento,
pessoal ainda com suas preocupações cotidianas, gente sem
muita exigência... Então vai! Nas quintas: Poesia!
Publicarei tanto os poemas antigos ainda inéditos, como os
já publicados no extinto Nós por Nós. E ainda, os comentários
que costumo fazer no blog da Shirley, quando, lendo seus
posts, sinto a ânsia do diálogo e a poesia brota (âs vezes).
* * *
O soneto que nicia a série versa sobre o oue antecede a
confecção de um poema. Tais fatos não são, de modo algum,
obrigatórios ou rotineiros, mas podem acontecer. A criação
tem causas e sintomas 'sui generis', cada caso é um caso.
Mas vejam o que sucedu ao personagem-autor:
"PARTO DE UM POEMA
Perguntaste se eu estava aborrecido
Ao me veres de tal modo carrancudo.
Respondi, qual menino barrigudo,
Haver nada que me tenha entristecido.
Foi assim, amuado e bochechudo,
Que fiquei toda a tarde, sem problema
Veio a noite e eu mudei em quase tudo
Rabiscando tortos versos de um poema.
O resultado elucida o que passou.
Desta forma percebi que me sobrou
A explicação final desta aridez
Eu estava num estado transiente
Fui mudando de humor continuamente
E era já o nono mês da gravidez!"
** *
Por vezes isto ocorre, pode ser até o contrário do que afirma
o personagem, a construção do poema é que desanuvia a
mente, dissipa o estresse, propicia novas luzes ao olhar.
Tudo vale a pena, se a alma verseja!
Abraço do tesco.
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4 comentários:
Tesco, por que você não entra no Facebook? Vai encontrar um monte de gente da nossa época. Acredita que eu me lembrei desse poema?
Beijotescas
TESCO, finalmente!
adorei a introdução!
por ficarem quietinhos, guardados e sem sol...amarelam no papel. Que tal chamarmos a série de "poemas amarelos"? e, qdo forem novos "de verdes"..
é assim que se começa meu caro 'parecerista"
hiscla
hiscla!
Não só com o poema, mas em toda produção literária, precisamos de um tempo de embotamento, de ensimesmamento, de reflexão, para que a obra possa surgir madura. Muita paz!
Sim, publique sim!
O que é belo tem que ser mostrado!
Espalhando coisas úteis, cultura e sabedoria, isso sim que deveria dar ibope.
Beijos
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