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quinta-feira, 5 de junho de 2014

CASTELO


Em 2012 construí esse castelo, digo, este soneto.
Fala da história de uma pessoa que deposita as esperanças
de seu futuro tão somente em outra pessoa, e se desilude.
Veja você mesmo:


"CASTELO

Sonho sobre sonho: Assim vou construindo
O castelo que eu sempre desejei.
Leio a planta, lentamente descobrindo
Aposentos entre os quais descansarei.


Fallta pouco, mais um tijolo - eu pensei
E a obra estará toda terminada.
Daí então o sofrimento será nada
Felicidade e paz eu gozarei.


Ao final, tu entraste em minha vida
A construção eu por fim acabarei
Pois a peça que faltava já chegou!


Mas não entravas, já estavas de saída,
Eras base e não ápice, me enganei,
E o castelo, sonho só, desmoronou!"


Não é lá um soneto muito firme, mas, se o próprio castelo
desmoronou, que esperar da solidez de um mísero soneto?
Pode-se reparar na balbúrdia dos tempos verbais, porém,
não consigo visualizar de outra forma:


O personagem está rememorando um passado em que ele
vivia o presente (naturalmente), tinha sentimentos e planos
(que vinham do passado), e tinha boas expectativas quanto
ao futuro.  A confusão de tempos, portanto, é inevitável.


Você pergunta: E daí, e daí?
A conclusão mais óbvia é "não colocar todos os ovos num
mesmo cesto", isto é, quanto à felicidade pessoal, não jogar
toda a responsabilidade pelo seu futuro nas costas de outro.
Afinal todos somos construtores de nosso próprio destino.
Gerenciemos sensatamente.


Abraço do tesco.

4 comentários:

Milton Kennedy disse...

Saudações amigo Roberto Dantas,
um interessante e verdadeiro soneto. Muitas vezes projetamos na outra pessoa o que queremos e não o que ela realmente é.
Cordial abraço e muito obrigado pela presença lá no blog.
Saúde, trabalho e paz.

Tais Luso de Carvalho disse...

Pois é, e eu não perguntaria a daí, e daí?? Diria pois é...pois é... é o que dá esperar a felicidade vinda de fora.
Gostei do soneto, verdadeiro, sentido. Mostra desilusão e o que não devemos fazer. Mas acontece muito. Mas o bom é quando nos damos conta e sem grandes estragos.
Agradeço sua visita e comentário, bem vindo ao blog!

Um abraço!

Shirley Brunelli disse...

Belo e realista soneto, tesco. Amar é postar-se diante do portal da dor. Mais dias, menos dias, por alguma razão, esse portal se abre, o cesto cai e os ovos se quebram. Então , a vida continua e tudo se repete.
Querido amigo, você tem muitos poemas para publicar...O de hoje, lá, foi um bisturi afiado, decidido a dissecar o fundo da alma...
Tenha um dia de paz e de muita alegria!

Anônimo disse...


Tesco, é uma graça seu soneto!
simples e belo!
Quem é que não deixa os castelos desmoronarem, não é?
Acho que todos nós estamos esperando o ultimo tijolo sempre!
hiscla