Num dos comentários mais recentes no blog da Shirley -
ainda este mês - aconteceu algo unusual. Ultimamente,
tenho comentado suas poesias construindo um poema e,
normalmente, meus poemas saem mais sensoriais, mais
terra-a-terra, de que os poemas comentados.
No dia 14, porém, o comentário saiu mais espiritualizado,
mais etéreo, do que o esperado. Pode-se mesmo distinguir
alusão à reencarnação.
- Ué! Que há de estranho nisso? Se o autor é espírita, é
de se esperar que fale ou insinue a reencarnação.
Certo, mas a estranheza é que não era minha intenção
inicial, nem tocar de leve no tema. Seria apenas uma nota
de consolação, afirmando que o amado ausente voltaria.
Vamos então observá-lo para verificar se estou exagerando,
o que, algumas vezes acontece.
Trancreverei primeiramente, o poema da Shirley, o que farei,
rotineiramente, a menos que ela reclame ou passe a cobrar
'royalties'.
Shirley postou este melancólico lamento:
CICLOS
Os meus olhos violentam
o conteúdo e a forma
dessa noite triste e vazia.
Alço voo para os planos siderais
onde os astros tocam lira com os anjos
e deixo para amanhã
a difícil arte de te esquecer.
Dentro do panorama mental
sob a vestimenta poética da dor
tento me livrar da realidade transitória
contudo
a saudade me assediará todos os dias
o devotado sol nascerá outra vez
trazendo a chama das ciladas e desejos
do mundo físico dessa vida inglória...
o conteúdo e a forma
dessa noite triste e vazia.
Alço voo para os planos siderais
onde os astros tocam lira com os anjos
e deixo para amanhã
a difícil arte de te esquecer.
Dentro do panorama mental
sob a vestimenta poética da dor
tento me livrar da realidade transitória
contudo
a saudade me assediará todos os dias
o devotado sol nascerá outra vez
trazendo a chama das ciladas e desejos
do mundo físico dessa vida inglória...
* * *
Então comentei desse modo:
CICLOS
Não me esqueças amanhã
o real é transitório
Os astros revoluteiam;
a noite sucede o dia;
e o sol sempre irradia
a energia que tem.
O verde que se renova
recicla os gases do ar,
Tudo que vemos comprova
que o que foi há de voltar.
Assim também voltarei
não enterre a esperança,
o futuro qual criança
retomará vida sã.
Não consagres o ilusório
Não me esqueças amanhã.
* * *
Embora não tenham ficado tão díspares, não sei se houve
consonância entre os dois, sei apenas que é, de qualquer
modo, uma resposta às queixas do 'sujeito' do poema
original. Ainda acho melhor do que não comentar o belo
poema da Shirley.
Abraço do tesco.
4 comentários:
Perfeito!
Um lamento e uma esperança.
Não poderia ter ficado melhor, Tesco.
Beijos
Os dois são belos poemas.
O da Shirley tem um ar mais melancólico, dando a impressão de um triste amanhã.
O seu deixa uma esperança no amanhã, quando os espíritos se reencontram e podem caminhar juntos.
De minha parte, prefiro ideias mais positivas. Muita paz!
Os seus comentários, tesco, em forma de poemas, são sempre muito pertinentes e esperados. Já disse que você poderia publicá-los aqui no seu blog. Nada nos impede de criar um poema inspirado em outro. Aliás, lembra que escrevi uma poesia, inspirada em um comentário seu?...
Continue, eu gosto.
Obrigada!
Beijo, tesco, boa noite!!!
Tesco, o primeiro trata de uma saudade estranha, quase inexplicável, assim como o sol persegue a lua e nunca a encontra.
É coisa de das almas desencontradas.
Já seu comentário é mesmo carregado de esperança, talvez a lua encontre o sol, talvez um dia encontremos entes amados e que nos amem.
De todo jeito o que resta mesmo é a esperança!
hiscla
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