Li em janeiro, um conto publicado na 'Astounding Stories' de
junho de 1931.
- Assombroso, não?
Sim, "Historias assombrosas" ou "Histórias surpreendentes".
- Não é isso, me refiro a você estar lendo essas coisinhas com
mais de 80 anos. Não tem coisa mais recente pra ler não?
Ah, isso não é surpreendente, histórias antigas, além de serem
mais baratas (grátis, esta é uma palavra que me atrai muito),
são também fáceis de encontrar na internet.
- Ah, sempre pechinchando!
Isso, isso, isso! Mas deixe-me continuar. Na Astounding foram
publicadas muitas histórias da Era Dourada (Golden Age) da
ficção científica. Por isso pode-se pensar que tudo que essa
revista publicava era ficção científica, mas não era: Tudo era
ficção, mas nem tudo era científico.
Como exemplo, o conto que venho comentar, "Manape, the
mighty", de autoria de Arthur J. Burks, autor pouco conhecido
no Brasil, apesar de ter escrito muitos contos, traz aquele
velho tema do 'cientista louco'.
- Ora, isso não é ficção científica? Tem um cientista no meio!
Não basta ter cientista, é preciso ter ciência. Além disso, se o
cientista é 'louco', quem pode garantir que as conclusões são
as corretas? Necessita-se de um mínimo de coerência nestas
histórias.
Em "Manape..." o cientista, para fazer suas experiências sem
nenhuma interferência externa, isola-se do mundo, fixando
seu laboratório em algum lugar do litoral africano. O que ele
pesquisava era transplante de cérebros!
Aqui a primeira incoerência: Ele conta com um poderoso
anestésico, por ele inventado, farta matéria-prima (gorilas e
'nativos' africanos), e nenhuma barreira ético-moral. Tudo O.K.!
Mas não tem nenhum assistente, e nenhum equipamento
extra é citado!
Imagine isso! Na medida em que a técnica - em qualquer
área do conhecimento - vai avançando, faz-se necessária a
cooperação de mais pessoas. Quando Einstein esforçava-se
em formar a Teoria da Relatividade, teve que solicitar auxílio
de amigos matemáticos. Visualizar consequências físicas de
uma teoria é uma coisa, completar equações matemáticas é
outra coisa.
Mas o 'rapaz', sem ninguém pra ajudar e sem maquinaria
especial, obtém sucesso em transplantar o cérebro de um
gorila para um 'nativo' e vice-versa. Não pleno sucesso:
O nativo morre.
Aí chega o herói da história, um americano, vítima de um
naufrágio, é acolhido pelo 'professor' que, sem aviso prévio,
o anestesia e coloca seu cérebro em um gorila e o do gorila
em seu corpo.
Até aí, a trama é fantástica mas divertida, serve como
entretenimento, porém, o que se vê agora é o 'man' no corpo
de um 'ape', por isso o 'manape' do título. Toda a essência, a
personalidade, o conhecimento, a memória, o ser do herói,
foram transferidos com o cérebro!
- Coerente com a teoria materialista: A mente é secreção do
cérebro!
É. Mas a gente sabe que não é assim. Está demonstrado à
exaustão que a 'alma' não é secreção cerebral, pois se
manifesta igualmente FORA do corpo físico! E nas 'EQM',
Experiências de Quase-Morte, a mente atua com o cérebro
'apagado'. Os cientistas que não aceitam as comprovações o
fazem apenas por questão ideológica: Não acreditam nisso
e pronto!
Se possível o transplante focalizado, haveria complicação
para ambos, o gorila e o homem, mas devido a inabilidade
em comandar os cérebros 'novos', não em comandar um
novo corpo, este seria o habitual. Acredito que o homem seria
o mais prejudicado pois o cérebro de um símio ainda não
possui as facilidades, as sinapses necessárias, a que o homem
está acostmado.
- Bem, não sei se é resultado de transplante, mas tem muita
gente por aí que tem cérebro de macaco, é só observar o
trânsito, pra se notar.
Ah, mas isso é outra história. Não vamos entrar nessa questão
agora.
Abraço do tesco.
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4 comentários:
A mente, através da imaginação, elabora modestas fantasias ou criações imortais, a partir de elementos simples.
A mente é um atributo da alma. O cérebro é um órgão físico, né não?
Poxa, tesco, precisava ofender os macacos?
Beijos! rs
^Gis revido!
Essa discussão é antiga!
Mas é uma boa discussão!
Eu nao sei o que dizer.
hiscla
!
Essa discussão é antiga!
Mas é uma boa discussão!
Eu nao sei o que dizer.
hiscla
!
Além do que vc citou, que as aquisições de conhecimento pertencem ao espírito e não ao cérebro, ainda tem a lei do progresso, nada retrocede. Deve ser por isso que o humano não resistiu. Muita paz!
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