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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CONTRACANTO: METAMORFOSE DE FLOR

Este soneto tem uma história. Boba, mas tem.
Na época em que foi composto, eu frequentava as salas de

chat, entre elas, a do UOL e, principalmente, a do Terra.


No Terra, frequentava as salas de Religião que, inicialmente,
eram salas únicas para todas as correntes de pensamento.
Havia grande confraternização entre todos os usuários mas,
como é costumeiro quando se reúnem pessoas com crenças
diversas, grandes “barracos” se formavam às vezes.



Isso era aproveitado, por pessoas inconsequentes, como
divertimento, e passou a ser por elas iniciado. O “às vezes” 
foi se amiudando, de modo que,
não somente todo dia, mas
a todo momento, iniciava
m-se grandes contendas inúteis e

perniciosas.


O fato é que o Terra, pelo grande incremento no número de
frequentadores, acredito, diversificou as salas com diversas
segmentações.Isto não sossegou os baderneiros, apenas
aumentou-lhes a mão-de-obra necessária para mais uma
sessão de espetáculo.  Teoricamente, porém, facilitava para
congregar quem tinha mais afinidades entre si.  



Neste período, 1999-2003, construí numerosas amizades
virtuais, todas se desvaneceram, com exceção da hiscla, que
conheci em 2002, que ainda hoje frequenta este blog, além
de manter correspondência pessoal. 


Entre os habituais frequentadores, participava uma moça
com o nick de “Fiorella”, não era um de meus bate-papos
rotineiros, mas, ocasionalmente, conversávamos. 


Tempos depois a Fiorella trocou de nick – vim a saber depois
que foi motivado pelo rompimento do namoro com outro
usuário,que também trocou de nick – e adotou o novo nick
de BORBOLETA, assim mesmo, em maiúsculas. 

Baseado apenas na troca de nicks, não envolvendo o caso
sócio-afetivo, construí um soneto comentando esse fato.
Nunca consegui mostrar o soneto à ex-Fiorella, pois houve
desencontros, e algum tempo depois, não a encontrei mais
nas salas.


Restou, além da lembrança, o soneto, que agora mostro
a vocês após 13 anos de gaveta.


EX FLOR
tesco

(2001.04.26)

Cansei de ser flor - cansei!
Ceder pólen às abelhas,
enfeitar jovens e velhas,
e ornar mesa de rei!

Ser bela e boa – cansei:
de nascer por entre telhas,
afagar tenras ovelhas,
de sempre seguir a lei!

No jardim da mãe Natura,
espalhando belas cores,
vou agindo qual paleta.

Eu ainda sou ternura,
mas voando entre as flores
agora sou BORBOLETA!”

* * *

Simples, como todo poema naturista deve ser, mas evocando
um fato não-natural: Flor não se transforma em borboleta,
coisa fácil de se ver somente no reino dos nicks. Este sim,
oferece transformações instantâneas de um Hitler em Anjo.

Abraço do tesco.

5 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Belo soneto, trazendo a leveza da flor e da borboleta, gostei muito tesco.
Nessa mesma época, frequentei por algum tempo a sala de Ufologia. Era um grupo de umas dez ou doze pessoas, entre elas, alguns ufólogos. Era muito bom, assuntos elevados, filosóficos, por aí. Um tempo depois, começaram a aparecer os pobres de espírito e os frequentadores sumiram. Mas, foi muito bom, tinha até um dia reservado para palestra, comemorava-se aniversários e inventava-se muitas brincadeiras sadias. Dois amigos virtuais permanecem até hoje...
Beijos, tesco, e ótima quinta!!!

Unknown disse...

Agora sou borboleta! Adorei!!

Anônimo disse...


Af... isso de Hitler em anjo é muito (apesar de acreditar que ela nada tenha feito sem parceria, sem o o povo alemão).
Mas vale o senhor da luz...
vou de grupo 7
hiscla

Anônimo disse...


Esse soneto..é um dos mais belos.
hiscla

Denise Carreiro disse...

Lindo soneto, tão terno. Se essa sua amiga visse, com certeza ficaria feliz em ser o motivo dessa beleza. Muita paz!