Aqui, ao contrário de outros poemas em que o momento vivido
pelo autor não fazia parte da temática, o tempo-espaço onde
me encontrava guarda relação com o que é exposto.
Recém contratado pela Petrobrás, estava em Salvador há um
mês e meio, longe do meu habitat e sem caras conhecidas
para contar coisas do dia a dia. Já havia passado igual período
fora de casa antes, mas sempre contara com companhia de
colegas.
Também fizera um ano de casado, e já havia me acostumado
com a convivência da esposa, que agora somente "via" em
contatos telefônicos: Ainda não existiam internet, nem 'skypes',
nem 'WhatsApps', nem smartphones... Essas facilidades que
nos assessoram hoje.
A saudade batia - e não levava nem um tapa - aí, na solidão
dum quarto de hotel, brotou esse lamento, chorando uma
amada fictícia, que partira - real ou metaforicamente - da vida
do poeta. Tão 'macambúzio' ele estava que não atentou para
métricas, rimas ou formas poéticas. Apenas expressava um
sentimento de perda. Sintam a nostalgia do jovem:
TODO DIA
tesco
(1980.03.07)
"Se ela voltasse eu lhe diria tudo
Que queria lhe dizer mas nunca disse
Todas as bobagens, todas as tolices,
Essas vontades de todo dia e sempre.
Se ela voltasse decerto saberia
Dos meus desejos de toda a eternidade,
Essas saudades, esses mal-estares,
A dor que consome e não acaba mais.
Se ela falasse, se ela dissesse,
Se ela quizesse, se ela voltasse..."
* * *
Taí, o que a tristeza não faz?
Os outros sentimentos também produzem,
mas nada que se compare a uma saudade...
Abraço do tesco.
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2 comentários:
Bonito o seu poema, tesco.
Realidade, ficção, sentimentos...quanta imaginação cabe dentro de um poema? Só o poeta pode responder...
Beijos!!!
Ah...achei belo.
E mais belo seu relato.
O amor é a inspiração maior, não é?
hiscla
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