Proibidas as extravagâncias, volto a postar comedidamente.
Seguindo as recomendações de dieta, dadas pelas queridas
leitoras 'nutricionistas', já colhi bons resultados: Suprimi o
lanchinho das três e durmo melhor. Agora faço o lanchinho
às duas.
Mas, lanchemos algo mais substancioso: Os poemas da Shirley.
Em março do ano passado, ela abriu a janela e... digo, postou
sobre a paisagem vista de sua janela logo de manhãzinha.
O panorama não é muito diferente do visto por outra janela
qualquer, meninos revirando o lixo, cães latindo... A diferença
reside no olhar do poeta: Há mais coisas entre o céu e a terra
do que supõe um olhar comum.
A descrição é luminosa: chama, acende, branco, claridade,
sol... Tudo realça a impressão de uma luminosa manhã de
verão. Sintam o calor:
AROMA DA MANHÃ
Shirley
(2014.03.11)
"Meu espírito anseia pelo aroma dos deuses
pego bálsamo e incenso
e a chama do silêncio se acende em mim...
Sedenta de luz abro a janela
o cãozinho branco da vizinha
fere os tímpanos da manhã
e dois meninos na rua
flagrados pela minha comoção
procuram latinhas nos sacos de lixo ...
Quente claridade inunda a sala
ando nua pela casa
displicente e sozinha
mesmo ao pressentir que o sol
espia pela porta da cozinha..."
* * *
Só nos falta sentir os mesmos aromas que ela sentiu.
Levado por essas imagens, não me ative aos arredores de
uma residência: pedaço de jardim, muros, casas vizinhas,
trecho de rua... Não, transportei-me para outras épocas e
outras plagas (et autres plages), onde dois jovens, em sua
esfuziante juventude, não se furtavam de fazer peraltices.
A jovem era a esbelta e airosa Shirley, e o jovem, naturalmente,
o atlético e garboso tesco. Ah, bons tempos! O que faz pena
é nunca terem existido tais tempos. Vejam o que sobrou dessa
viagem:
AQUECENDO
tesco
(2014.03.16)
"Amanhece, finalmente!
Minha fada nesse instante
Abrindo a janela sente
O Sol que nos aquentava
Naquela praia distante
Onde o nosso amor nascente
Reprimia, relutante
O ardor que já despontava."
* * *
De qualquer modo só faz bem essas incursões pelas pseudo-
memórias, enquanto se imagina coisas boas, sobra pouco
espaço para coisas ruins. E de coisa ruim a realidade já tem
um grande sortimento!
Abraço do tesco.
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3 comentários:
Isso tudo é sequela de um tornozelo machucado? Ou efeito colateral de algum chazinho tomado antes de dormir?... Pois, que baixe o espírito de Freud para explicar o que está acontecendo com o tesco...
(risos, risos).
Menino, você é demais, beijo!
o.O der brokoli
Tesco, voce duvida das próprias memórias? das memórias de amor?
rsrsr não creio!
Nada mehor que redesenhar uma memória a nosso gosto de prazer, reviver.
Contudo, por mais que as memorias tenham valor, é preciso não se furtar ao tempo presente e cuidar da saúde em tempo real..
Saudades...
hiscla
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