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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CONTRACANTO: MANHÃ DE SOL

Proibidas as extravagâncias, volto a postar comedidamente. 
Seguindo as recomendações de dieta, dadas pelas queridas 
leitoras 'nutricionistas', já colhi bons resultados: Suprimi o 
lanchinho das três e durmo melhor. Agora faço o lanchinho 
às duas. 

Mas, lanchemos algo mais substancioso: Os poemas da Shirley
Em março do ano passado, ela abriu a janela e... digo, postou 
sobre a paisagem vista de sua janela logo de manhãzinha. 

O panorama não é muito diferente do visto por outra janela 
qualquer, meninos revirando o lixo, cães latindo... A diferença 
reside no olhar do poeta: Há mais coisas entre o céu e a terra 
do que supõe um olhar comum. 

A descrição é luminosa: chama, acende, branco, claridade, 
sol... Tudo realça a impressão de uma luminosa manhã de 
verão. Sintam o calor: 

AROMA DA MANHÃ
Shirley
(2014.03.11)

"Meu espírito anseia pelo aroma dos deuses
pego bálsamo e incenso
e a chama do silêncio se acende em mim...
Sedenta de luz abro a janela
o cãozinho branco da vizinha
fere os tímpanos da manhã 
e dois meninos na rua
flagrados pela minha comoção
procuram latinhas nos sacos de lixo ...
Quente claridade inunda a sala
ando nua pela casa
displicente e sozinha
mesmo ao pressentir que o sol
espia pela porta da cozinha..." 

   *   *   *   

Só nos falta sentir os mesmos aromas que ela sentiu. 

Levado por essas imagens, não me ative aos arredores de 
uma residência: pedaço de jardim, muros, casas vizinhas, 
trecho de rua... Não, transportei-me para outras épocas e 
outras plagas (et autres plages), onde dois jovens, em sua 
esfuziante juventude, não se furtavam de fazer peraltices. 

A jovem era a esbelta e airosa Shirley, e o jovem, naturalmente, 
o atlético e garboso tesco. Ah, bons tempos! O que faz pena 
é nunca terem existido tais tempos. Vejam o que sobrou dessa 
viagem: 


AQUECENDO 
tesco
(2014.03.16)

"Amanhece, finalmente! 
Minha fada nesse instante 
Abrindo a janela sente 
O Sol que nos aquentava 

Naquela praia distante 
Onde o nosso amor nascente 
Reprimia, relutante 
O ardor que já despontava." 

   *   *   *   

De qualquer modo só faz bem essas incursões pelas pseudo-
memórias, enquanto se imagina coisas boas, sobra pouco 
espaço para coisas ruins. E de coisa ruim a realidade já tem 
um grande sortimento! 

Abraço do tesco. 

3 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Isso tudo é sequela de um tornozelo machucado? Ou efeito colateral de algum chazinho tomado antes de dormir?... Pois, que baixe o espírito de Freud para explicar o que está acontecendo com o tesco...
(risos, risos).
Menino, você é demais, beijo!

Anônimo disse...

o.O der brokoli

Anônimo disse...


Tesco, voce duvida das próprias memórias? das memórias de amor?
rsrsr não creio!
Nada mehor que redesenhar uma memória a nosso gosto de prazer, reviver.
Contudo, por mais que as memorias tenham valor, é preciso não se furtar ao tempo presente e cuidar da saúde em tempo real..
Saudades...

hiscla