A LÍNGUA DA PÁTRIA
"De que vale amar a própria língua se não se a estuda?'
Este é o questionamento de Edmondo De Amicis em "L'idioma
gentile", publicado em 1905, onde trata do melhor modo de
alguém se expressar em sua língua materna, convidando
insistentemente a estudá-la. E diz:
"Não só quem não a estuda, mas quem o faz pouco e mal,
quase como uma língua estrangeira, pode amá-la
verdadeiramente?" (tradução tescal).
A questão de amar a língua pode parecer secundária, ao se
nascer em determinado país não se tem muita escolha, já se
pega o bonde andando. No entanto, a partir da idade em que
se tome consciência do mundo, de nosso papel no mundo, de
quando se tenha que se expressar o próprio pensamento, nos
damos conta de que a linguagem faz parte de nós, do nosso
modo de pensar.
Diz o professor Mário Perini em "A língua do Brasil amanhã e
outros mistérios", no primeiro artigo do livro:
"O ser humano tem um apego muito especial à sua língua, e
mudar de língua é assim como mudar de sexo: uma opção de
muito poucos."
Apenas esse conceito do Perini bastaria para fazer entender
o que se quer dizer com "amor à língua", mas ele continua,
com muita propriedade:
"Quantos brasileiros veriam com entusiasmo a ideia de passar
a falar, escrever, pensar, sentir em inglês ou espanhol?"
Aí está, não se trata apenas de falar ou escrever, a língua pede
dedicação exclusiva para uma perfeita integração. Pensar e
sentir fazem parte de nosso eu mais profundo, não são coisas
superficiais que flutuem em nosso ser.
Por isso eu encampo a ideia de De Amicis de amar o idioma
materno e estudá-lo sempre. Se faz parte de mim devo bem
conhecê-lo, pois é o mesmo que conhecer-me. Assim, quando
ele afirma:
"Se diz que o homem vale por aquilo que sabe; mas vale
também em grande parte por como sabe dizer aquilo que sabe.
O conhecimento da língua é necessário. Não é apenas um
ornamento intelectual, é arma na luta pela vida, é força e
liberdade do espírito, é chave para corações e consciências
alheias, é instrumento de trabalho e de destino na vida."
(tradução tescal).
Eu deponho fé e me alinho com ele.
Abraço do tesco.
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Um comentário:
Não saber expressar-se oralmente, é lamentável... Quando se escreve, então, a atenção deve ser redobrada.
A tradução tescal, está bastante aceitável rs.
Kisojn!
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