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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

CONTRACANTO: "VOYEUR"

Esse poema da Shirley, postado agora no dia 02 de agosto, 
suscitou-me uma imagem bastante curiosa, em que o 'eu' do 
poema-comentário é seu vizinho. Um vizinho, infelizmente, 
bem tímido. 

A postagem conta com a fotografia de uma convidativa 
cadeira de vime em um recanto de uma área arborizada, 
sobre a qual repousa um roupão de banho. Essa imagem leva 
a poeta a contar, em versos sugestivos, a seguinte história: 


"DEPOIS DO BANHO 
Shirley

Saio do banho
e a cadeira de vime
espera-me ao relento
na grama orvalhada.
Aproximo-me dela
e o roupão branco desliza lentamente
nas linhas curvas de minhas inquietações.
O sol aquece-me os desejos
e seca-me a pele úmida
atiçando a sensualidade da manhã.
O vento melodioso
sussurra veladas palavras
nos meus cabelos molhados
e enciumado rastreia
as atitudes ousadas do astro rei.
Rodopiando sem pudor
sem amarras
levanto os braços
recebo a luz do leste
agradecendo ao Criador
o azul do céu
e a paz que vagueia no horizonte.
Depois
inspiro profundamente
sinto-me leve
inteira
 para você..." 

   *   *   *   

O comentarista não resiste a um pequeno voyeurismo nessa 
ocasião (um voyeurismozinho, de vez em quando, não faz 
mal a ninguém!), aproveitando a criação, por causas naturais, 
de condições apropriadas. Vejam só o que houve:  

"ANJO MOLHADO
tesco

Já ontem pela manhã 
Sentado lá no terraço 
Vi em meu muro um pedaço 
Cujo reboco caíra. 

Aproximei-me no passo 
Leve, de quem não tem culpa 
Notei, pra minha desculpa 
A obra de um temporal. 

O estrago não foi geral 
Mas o outro lado do muro 
Recebeu sua parcela 
De impacto da mazela 

Sinto um choque e me deslumbro 
Sai-me aos pulos, coração! 
Na fenda aberta vislumbro: 
Um anjo despe o roupão! 

A ninfa se rodopia 
Qual pião ou carrapeta 
Bendita essa mureta 
Que me permite a espia 

Meus nervos se arrepiam 
Quando ela levanta os braços 
Fiz da camisa um chumaço 
Pra não gritar de emoção! 

É uma boneca de neve 
Com os cabelos molhados 
Deixa minha mente leve 
E o corpo todo suado 

Maldita a timidez 
Não me declarei ao fim 
E ela esperando, talvez... 
Por um ogro... Ou por mim!" 

   *   *   *   

- Mas, tesco, que negócio é esse de "nervos se arrepiam"? 
Isso existe? 

É que na hora (da construção do poema) esqueci que são os 
pelos que, normalmente, se arrepiam. Pode pensar nisso 
como "licença poética". 

- Sei não, me parece mais uma "licença safadética", como 
diria Odorico Paraguaçu! 

Bem, não está inteiramente fora do caso, mas a intenção 
não foi essa. O que ocorre é que Shirley deu a sugestão de 
consertar esse muro. Rá¹ A fenda vai ficar lá por séculos. 
Quando muito, o que posso fazer é dourar e emoldurar essa 
preciosa brecha. Rerrerré! 

Abraço do tesco. 

4 comentários:

Anônimo disse...


Tesco, sem comentários né?
Ficou claro demais.
Nem sei o que devo dizer.
hiscla

Shirley Brunelli disse...

Rerrerré é? Que o sol e o vento fiquem me olhando, tudo bem, mas, é muito feio você ficar espionando a "vizinha" pelo buraco do muro. Vou instalar câmeras e cerca elétrica, para acabar com sua ousadia rsrs.
Chi!!! Tome jeito no sábado, hein?rs

Clara Lúcia disse...

Olha, tive que ler e reler...
E fechei os olhos e imaginei a cena...
Shirley, deixa o Tesco olhar! rsrsrs
Uma visão do paraíso não se tem nem de vez em quando!
Deslumbrante, tudo!
Beijos

Anônimo disse...

Tesco querido, tudo bem? Vou passar a ter cuidado com você, rs.
Beijotescas