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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

CONTRACANTO: QUASE TRIÂNGULO

Ainda me restam vários poemas mais antigos, porém resolvi
inverter a ordem de publicação e apresentar estes, ainda
fresquinhos, porque foram concebidos gêmeos, inspirados
por um mesmo poema da Shirley .

Em "Lucidez" Shirley evoca um amor antigo, de alguém que
está ausente. Não se sabe, não se sente e não se vê onde
anda este amado, como anda, e mesmo, se anda. Acho que
nem Shirley o sabe. Mas ela já desiste de "burilar a dor" que
esta ausência lhe causa, e já antevê um futuro mais risonho.
Vejam os efeitos: 


"LUCIDEZ
Shirley

Essa dúvida insistente
esse cheiro de estrelas
nessa noite de lua cheia...
A saudade vinda
das fronteiras limitadas
do bom-senso
me espia
me provoca
se instala
no fundo dos meus olhos
porém
não quero burilar
a dor de tua ausência...
Lua grande
lua cheia de mistérios
acaba logo com esse dilema
me traz de presente outro amor
totalmente embrulhado num poema..."

   *   *   *  

Ouve-se então a voz do 'artista' citado. É uma voz clara, suave,
apaixonada, mas...

"PASSADO CALMO
tesco

Grande amor de minha vida
Não relembres o passado
Quisera estar ao teu lado
E continuar a lida

Nossa vida colorida
O nosso sonho dourado
Plano bem estruturado
Desfrutar toda medida

Dos frutos do teu pomar
Das flores do teu jardim
Da paisagem do teu horto.

Nunca deixei de te amar
Morreria por ti, sim
Se não estivesse morto!"


    *
  *   *  

Pois é, não tive escrúpulos, matei o rival!
Que ousadia! Distante, e ainda compondo sonetos pra minha
amada? Matei-o sem dó nem piedade.
O verso final é de minha inteira autoria!

Para essa decisão contribuiu fortemente a intenção da amada
de acabar " logo com esse dilema". Ela, decididamente, não
é uma Penélope, aguardando pacientemente que Ulisses
conclua suas aventuras. "Já teve tempo demais, se quisesse
voltar!", diz ela, batendo o pé.

Lembrou-me também a personalidade forte de Evelina, no
conto da Clara Lúcia, "O Namorado de Dona Evelina.

Na verdade, temos que ter coragem para encerrar de vez, as
coisas já terminadas. O futuro pede passagem!

Assim, se apresenta um novo amante, com sentimento vigiroso
e ações imediatas: "O futuro é agora, se demorar mais um
pouco, já é passado!", parece bradar o jovem.
Ouçam (vejam e leiam, claro) o que ele declara:

"PRESENTE AGRESSIVO
tesco 


Grande amor da vida minha
O passado já morreu
Quem surge agora sou eu
Pra acabar co'a ladainha
De chorar pelo transato

Não quero ser insensato
Quero te fazer rainha
De nossa terra de sonho
Onde um prazer medonho
Desfaz tudo que, tristonho
Se antepõe ao mais feliz

Vem agora, ó querida
Não há razão pra dilema
Vamos refazer a vida
Vamos criar o poema
De nossa força motriz."

 
     *  
   *   *  

Sei não! Como eu não tenho que decidir nada, está tudo nos
"conformes". Afinal, tem preferência pra tudo, uns gostam do
verde, outros do amarelo. E assim vamos indo.

Abraço do tesco.

4 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Ah! Deus, quanta imaginação tem o tesco. Não bastava um poema? Fez logo dois; um dedicado ao falecido que não existe rs,é simples produto de uma fantasia.
Sabe que esse exercício, de criar poesia sobre o tema de outra, é muito bom para deixar os neurônios tinindo e cada vez escrever com mais facilidade e melhor?
Bem, tesco, o morto agradece pelo poema dedicado a ele e eu devo lhe dizer que gostei demais dos dois. Beijosss!

tesco disse...


É sim, Shirley, um ótimo exercício, nunca tive fase
tão prolífica, embora esteja me apoiando em seus
muros.
Não é que eu 'tenha'
essa imaginação toda
que você me atribui, é que as cenas vêm até mim
a partir das suas palavras.
Ler sua poesia é um ativador cerebral.
Lembranças ao finado. Risos.
Beijos.

Denise Carreiro disse...

Tesco, como é bom conseguir colocar em poemas as ideias e sentimentos. Vc e a Shirley tem esse dom. Todos os poemas ficaram lindos. Muita paz!

Anônimo disse...



Tesco..quantos amores perdidos heim!

Adorei..
hiscla