"NÃO JULGUE O LIVRO PELA CAPA"

- Então, tesco, você está mesmo ficando sem vergonha, né? 
Sorteando um livro de capa rasgada! 

Na verdade, já fiz isso outras vezes... 

- Ah, reincidente! E ainda confessa! 

Sim, mas não é crime nenhum. Primeiro, todos os concorrentes 
foram advertidos: São livros usados, sujeitos ao desgaste pelo 
tempo, e 'otras cositas más'. Depois, amparo-me nesse antigo 
ditado que intitula o post. Afinal, são 260 páginas, e de 
informação valiosa, não se vai jogar isso fora, apenas por 
causa da voracidade de algumas traças. 

- Certo, desculpas plausíveis, mas que conteúdo valioso é esse, 
que deve ser resgatado das cinzas, digo, das traças? 

Bem, para um espírita estudioso, as informações aí contidas 
são como o be-a-bá frente a um tratado de linguística 
avançada, provavelmente, não acrescenta muita coisa, visto 
que contamos atualmente, com informações de espíritos como 
André Luiz, Irmão Jacob, Patrícia, Luís Sérgio, e outros, menos 
citados mas de não menor credibilidade. 

Porém, existem ainda milhões de pessoas para quem os fatos 
narrados são novidades, em grande parte, devido aos vigentes 
preconceitos que asseveram: "esse negócio de espírito é coisa 
do diabo", "essas coisas são artimanhas de Satanás",  "isso é 
artifício de Lúcifer para desviar o cristão do caminho de céu", 
e outras afirmações do tipo. 

Entretanto, bastaria ler a Bíblia com atenção, para que esses 
espiritualistas "que não acreditam em espíritos" mudassem de 
opinião ou, no mínimo, ficassem intrigados. Pois a primeira 
Epístola de João, no primeiro verso do capítulo 4, diz: 
"Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos 
são de Deus, porque muitos falsos profetas se têm levantado 
no mundo.". 

Ora, aí fica explícito que espírito não é "coisa do diabo", se 
nem todos são "provenientes de Deus", alguns, por certo, o 
serão. Para distinguí-los, o cristão deve ficar atento, e isso é 
sua obrigação, se não, é claro, vai comer gato por lebre!  

Uma das principais maneiras de distinguir os bons espíritos, 
é a linguagem! Não a elegância, a justeza dos termos, a 
correção gramatical, não, longe disso, mas a coerência e a 
clareza são importantes. Afirmar algo e se contradizer após 
alguns minutos, não é comprovação de firmeza nos conceitos. 
Isso, pra mim, é uma indicação segura do nível do espírito 
comunicante: Não saber é uma coisa, afirmar sobre o que se 
desconhece, é coisa completamente diferente! 

Mas, retornando ao livro, ressaltam-se dois detalhes curiosos. 
Primeiro é que Moses não segue os roteiros estabelecidos 
por Kardec, que já havia publicado "O livro dos espíritos" em 
1857, e "O livro dos médiuns" em 1861. Mas isso não é 
demérito, se os estudos se fizerem com seriedade e boa 
vontade. 

O segundo detalhe é que os espíritos que se comunicaram 
com a comunidade inglesa, não a instrui explicitamente 
sobre reencarnação. Seria isso indício da não universalidade 
da reencarnação? Não, o problema é outro. É que, conforme 
ensina Paulo, não se dá alimento sólido a crianças novas. 
Como o alimento deve ser adequado às idades, também o 
conhecimento deve ser adequado às mentalidades. Os 
ingleses (e norte-americanos) não tinham a mente flexível 
como têm os latinos, mas isso não seria motivo para privá-los 
da "boa nova" que é o desvelamento do mundo espiritual.  
Mas nada é definitivo, tudo a seu tempo. 

Por isso colocamos os "Ensinos espiritualistas" em sorteio, 
não acredite que uma falha na capa implica uma falha no 
conteúdo do livro. Concorra! 

Abraço do tesco.