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domingo, 7 de dezembro de 2014

UM CONTO DO VIGÁRIO



De uma publicação portuguesa, “Caleidoscópio policiário”,
de março não sei de que ano – é, encontrei na internet e
não traz referência de ano, só diz que é de março, não digo
que é coisa de português porque já disse - editada por M.
Constantino, uma advertência muito interessante.

O autor é Gustavo Barosa. Não posso dizer que é Barbosa,
o que seria mais convincente, porque não encontrei
confirmação de que fosse apenas um erro de impressão.
Por isso, até prova em contrário, é Barosa.

Ele nos alerta para um 'conto do vigário' que, para os
leitores deste blog, que são muito espertos – prova disso
é que leem este blog – é primário, diga-se até, infantil. Mas,
sempre é bom tomar conhecimento, para podermos alertar
os outros, pobres incautos. (Sim, por coincidência, os
incautos sempre são 'os outros'!).

Conservo na transcrição as consoantes mudas, pra sempre
cutucar a memória, de que estamos 'a ler' um texto de além
mar. Mas isto não quer dizer que nossos vigaristas não
possam copiar seus 'compadres' lusitanos.

“CONTO DO VIGÁRIO
– А SENHORA PORTEIRA

de Gustavo Barosa

O nosso trabalho de hoje é-lhe dedicado a si, simpática
porteira de um prédio anônimo numa cidade algures.
É uma história, talvez divertida, de um dos cada vez mais
vulgares casos de burla.


Já lhe aconteceu, por certo, receber na portaria
encomendas para um locatário ausente em férias. Um
armário, por exemplo.

O que faz, normalmente?
Se calhar… vai buscar a chave do apartamento do tal
senhor, guia os homens encarregados da colocação do
armário, abre-lhes a porta, assiste а descarga do material
e, por fim, fecha cuidadosa e profissionalmente a porta,
quando saem os funcionários da casa que vendeu a peça
de mobília.


Atenção… pois! Se faz só isto – náo chega. E para lhe
provarmos que, efectivamente, deve fazer algo mais,
vamos contar-lhe a tal história que aconteceu a uma colega

sua.

Certa manhã, a sua colega recebeu a visita de 4 homens
que transportavam um armário. Diziam eles que se
destinava a casa do Senhor X, do 1º esquerdo, ausente em

férias mas que, antes de partir para a praia, tinha
encomendado na loja “tal” armário que hoje vinham
entregar. A porteira fez, exactamente, o que acima
descrevemos e regressou a sua casa a tratar do almoço.


Por volta do meio da tarde, os mesmos homens e a mesma
camioneta voltaram, e com as suas desculpas,
comunicaram-lhe que tinha havido um engano. O armário
que tinham trazido para o 1º esquerdo estava trocado.
Aliás, via-se logo que tinha havido um erro, pois ele até
contrastava com o estilo de decoração da bela casa. Se
fazia o favor, voltava a acompanhá-los, pois
precisavam de levar de novo o tal armário que teriam de

entregar no mesmo número mas na rua paralela. O do
Senhor X viria dentro de dois dias.

A senhora porteira nem hesitou. Acompanhou “as visitas”,
assistiu а recuperação do armário trocado, verificou,

cuidadosamente, se tudo estava em ordem, regressou a
casa e nem pensou mais no facto. Nem sequer os
empregados não voltaram, já que dois dias para o entregar
de uma encomenda duram, muitas vezes, dois meses.


O pior é que, quando o tal senhor X, do 1º esquerdo,
voltou, o prédio andou em bolandas. A sua casa tinha sido
assaltada e tinham levado os objectos mais valiosos.


Por certo já descobriu como foi, não é verdade?
Foi assim mesmo. Dentro do armário ia um 5º ladrão que,
durante as poucas horas que permaneceu, calmamente, na

habitação deserta, teve tempo de seleccionar e embalar
(para não fazerem barulho) os haveres mais caros que,
pelas suas dimensões, podia transportar. No regresso,
armário, ladrão e valores passaram ao pé da porteira sem
que ela desconfiasse do clandestino e do contrabando.

E esta? Vá lá a gente confiar nos outros!
Por isso, em situação semelhante, não hesite. Peça a
identificação, confirme junto da casa ou do inquilino,
veja notas de encomenda.

Em resumo – faça o que puder… mas faça mesmo.
Olhe que “eles” estão cada vez mais espertos!”

   *   *   *  


É isso, alguns contos do vigário são tão bem armados, que


não causa vergonha cair neles. Mas o importante mesmo é
manter-se alerta. Pode até não causar vergonha, porém
sempre causam algum prejuízo.

Abraço do tesco.

2 comentários:

Denise Carreiro disse...

Pois é, não falta criatividade para o mal, por isso Jesus coloca em primeiro lugar a advertência: Vigiai. Devemos sempre estar atentos e vigilantes. Muita paz!

Shirley Brunelli disse...

Que belo armário, um verdadeiro "Cavalo de Troia". Muitos cairiam nesse golpe...De repente, eu mesma rs.
Beijos, tesco!