O que me chateia na teoria do "Big Bang"...
- De novo, tesco? Você tá ficando chato, ou melhor, já ficou!
Sei, a paciência dos leitores tem limite, mas não poderia sair
desse assunto sem uma última consideração.
- Vá lá! Vejamos se compensa a chateação. Mas que seja a
última mesmo!
Certo. É que a radiação de microondas, descoberta em 1965,
por Penzias e Wilson, é usada como evidência do modelo
cosmológico padrão, ou seja, o "big bang", mas é um fato que
pode apoiar outras teorias. Portanto, temos aqui um desvio
ideológico: Um fato, neutro em si, apontado como elemento
de uma única causa.
- Como assim? Deveria apoiar outras teorias?
Sim, apoia igualmente outras reorias exceto a de um universo
estacionário. Acontece o seguinte, devido ao efeito Doppler-
Fizeau o espectro eletro-magnético sofre um desvio decorrente
da velocidade relativa: Se algo se aproxima, o espectro desvia
para o lado mais energético, no caso da luz, para o azul, se se
afasta ocorre o contrário, vai para o lado menos energético,
ou o vermelho, em termos de luz.
Foi verificado que a maioria dos objetos astronômicos sofre
desvio para o vermelho, donde se concluiu que se afastam de
nós, daí a crença de que o universo se expande. Quanto mais
distantes mais rápido se afastam e a luz recebida deles, mais
fraca fica. Por isso há um limite para o universo visível, a luz
vai para o domínio do infravermelho e nada mais se vê. Ora,
não se deduz que daí por diante não exista mais luz, mas
que tudo é igual ao que está aqui por perto, apenas não
sendo visível para nós.
A faixa do infravermelho se estende umas seis vezes mais
que a luz visível, depois vem a faixa de microondas, por
quase igual extensão. Portanto, me parece natural que se
receba radiação de microondas de toda a parte, sem
necessidade de nenhum "big bang".
- Ah, tá. Microondas seriam captadas mesmo sem "big bang".
Isso. E essas microondas têm temperatura de cerca de 5 K,
e uma freqüência de pico de 160,4 GHz, o que corresponde
a um comprimento de onda de 1,9 mm, quer dizer, logo
na sequência do domínio do infravermelho. Não será, de
modo nenhum, espantoso que se capte microondas mais
frias, de menor frequências e de maiores comprimentos de
onda. É a tendência natural, mas pode ser divulgado como:
"Cientistas captam novas frequências de microondas, ecos
do "Big Bang", reforçando a teoria".
- É, aí seria uma argumentação tendenciosa.
Pois é, é isso que me deixa chateado, o pão que deveria ir
para todos vai somente para alguns. Isso é abominável!
Abraço do tesco.
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2 comentários:
Tesco, devo lhe confessar que acredito na explicação do big bang para a criação/expansão do universo. Não sei debater esses detalhes que vc coloca, minha inteligência em física é meio deficitária e não alcanço esses conceitos. Muita paz!
Adoro esse tipo de assunto, tesco. Nossos sentidos físicos são bastante limitados, estamos "presos" numa faixa vibratória. Acredito existir o infinitamente grande e o infinitamente pequeno... Beijo e muita luz!!!
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