do homem", que é tomada, pelo menos entre os irmãos
evangélicos, como um título de Jesus.
Porém, no idioma hebraico, a expressão - literalmente
filho de Adão - não é incomum, e é utilizada para denotar
um ser humano, uma pessoa. (ver na Wikipedia).
Obviamente não é um título, pois nos diz Andrew Welburn,
em "As origens do Cristianismo", no capítulo 9
"Cristianismo e conhecimento: O filho do homem":
"As palavras significam literalmente "filho do homem",
isto é, um homem, de acordo com uma espécie particular
usual nos idiomas semíticos, como por exemplo um
mentiroso seria designado por "filho da mentira", um
homem mau como "filho da maldade".
Ocorre muitas vezes na Bíblia, tanto no Antigo quanto no
Novo Testamento, mas quando é utilizada por Jesus, é vista
como uma identificação com a profecia de Daniel (7:13-14),
e que com isso, Jesus estava dizendo que era o Messias.
Também o uso da expressão é interpretado como referência
à humanidade de Jesus, como pode ser lido no site
Rocha Ferida: "além de ser divino, ele foi também humano.
Ele tinha duas naturezas coexistentes numa só pessoa".
Minha interpretação é mais simples e menos teológica.
Jesus se referia sim, à sua humanidade, pois estava
encarnado como todos nós estamos, e se referia
especificamente. ao corpo que estava utilizando.
Como dizem o capítulo 14, verso 21 de Mateus:
"Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito...",
e o capítulo 22, verso 22, de Lucas:
"E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está
determinado...".
Ou seja, fariam COM O CORPO de Jesus, o que quizessem,
não com o seu verdadeiro ser, que é espírito, como é o de
todos nós. Somos espíritos, o corpo é apenas um "filho do
homem", e não deve ser posto em primeiro plano, em
detrimento do 'eu' essencial.
Quanto à questão do divino, ele é divino sin, como nós o
somos também.
- Que é isso, tesco, tá se comparando a Jesus?
Claro, também somos filhos de Deus, não é? A essência,
portanto, é a mesma. A diferença está no adiantamento,
na gradação espiritual. É o mesmo caso de alunos do
curso médio e de universitários: Todos são alunos. É
também o caso de Bóris Casoy e de um gari qualquer, a
diferença neste caso não é de adiantamento, mas apenas
que um se julga superior, a essência, porém, é a mesma.
- Tá bem, mas qual é a conclusão dessa lenga-lenga?
Mais respeito, Álter, principalmente porque você não
escreve nada. Mas deixo uma notinha como conclusão.
O "Filho do homem" é grafado com maiúscula,
provavelmente porque os textos em grego eram escritos
todo em maiúscula, e a tradução em latim entendeu o
termo como um título.
A Igreja, comandando a Idade Média, não viu proveito
em corrigir o erro. Daí termos hoje um Filho do homem
que não é inteligível como deveria ser. Coisas da vida.
Abraço do tesco.
3 comentários:
Meu querido, se não me falha a memoria essa discussão provocou um cisma na igreja católica e fez surgir a ortodoxa, não foi?
hiscla
Todos somos filhos de Deus e o Sol nasce para todos; somos iguais.
Da mesma forma que apenas alguns têm o bronzeado perfeito e adequado, há os mais iguais e certamente não estou entre eles, não sou daqueles que mesmo não sendo donos do Mundo são filhos do dono e agem como tais.
Manoel Carlos
O problema não foi bem esse, hiscla, o cerne da questão foi a tal da 'santíssima trindade". Seus defensores diziam que o Filho também podia emanar o Espírito Santo, igualmente ao Pai. Era a doutrina do 'filioque', não aceita pela facção grega. Daí a separação.
Beijos.
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