No conto "Manchas verdes", que integra o livro "O cair da
noite", publicado em 1941, Isaac Asimov fala sobre a diferença
que faz ser um indivíduo isolado ou participar de um grupo,
atuando coletivamente.
Ele usa como exemplo as células de um organismo vivo, e o
que pode servir melhor para isto que o próprio corpo humano?
Suas palavras são:
"Como são as suas células organizadas num todo unificado?
Tire uma célula, individual, do seu corpo, até mesmo uma
célula do seu cérebro, e o que ela é por si mesma? Nada.
Uma bolha de protoplasma, com capacidade para nada
mais humano do que uma ameba. Menos capacidade até,
uma vez que não poderia viver por si mesma. Mas junte as
células e você tem algo que pode inventar uma espaçonave
ou escrever uma sinfonia."
É inegável que um organismo unicelular somente faz uma
coisa, além de sobreviver, que é se reproduzir, o que o torna
diferente de um indivíduo do reino mineral. Qualquer coisa
mais que isto exige a cooperação de mais de uma célula.
Daí a ânsia universal pelo compartilhamento, sozinho não se
produz nada de útil, todo organismo, excetuados os já citados,
é uma coletividade!
Aí também o equívoco em que labutam muitos: Não é a simples
reunião de células que "pode inventar uma espaçonave ou
escrever uma sinfonia". 'A união faz a força', mas a força não
produz o produtor!
Se assim fosse, o gênio seria resultado de maior agregação
de células, mas sabemos que não é assim. Juntar mais células
não significa mais força, e sim, mais peso. Qualquer 'gordinho'
pode comprovar isso, e eu estou aqui de prova. A força requer
esforço coordenado, todos 'ralando' com um mesmo objetivo.
Necessária se torna a figura de um 'molde', em torno do qual
se unam as células para formar esse organismo produtor de
sinfonias ou naves espaciais. É o espírito, tão ridicularizado
por muitos cientistas, e também pelos 'sábios de plantão',
que normalmente entendem de tudo.
E o espírito requer, para atingir o status de gênio, tanto como
as células musculares para exibirem força, treinamento! O
que, uma existência de 40, 50 anos não dá garantia. Torna-se
imprescindível, assim, a reencarnação, que é o treinamento
em longo prazo, a certeza de conseguir o nível ótimo para os
objetivos desejados.
Foi pena que Asimov, excelente tanto no padrão científico
quanto no padrão literário, não tivesse pendido um pouquinho
para a transcendência da visão materialista. Teríamos mais
um 'cérebro privilegiado' (espírito treinado) batalhando pelo
espiritualismo.
Abraço do tesco.
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4 comentários:
Não existe no mundo, uma sociedade tão organizada , como a das células. Cada uma tem sua inteligência para desempenhar determinada função.
Agora, tesco, você disse que é gordinho, mas, não creio que seja por causa de aglomeração gratuita de células... É porque você sai para tomar lanche até de madrugada...rárárá!
Beijos, amigo!
Ah meu querido..se ele tivesse transposto para a espiritualidade deixaria de ser ficção. Seria outra coisa...ate mesmo religião ou espiritualismo..
hiscla
Shirley, não se trata de uma junção aleatória de
células, pura e simplesmente, que forma o 'gordinho',
mas sim A PARTIR de uma causa. E esta causa eu forneço
sim, não só o 'lanchinho' da madrugada, como os 'lanchões'
do resto do dia. Rerrerré! Kisojn.
hiscla, o espiritualista não está impedido de escrever
ficção científica (ou mesmo fantasia), seguindo ou não as
leis do espírito. Mas o que falei foi sobre a visão de vida
de Asimov, cientista e grande escritor, que adotou, porém,
a 'crença' materialista para a concepção do universo.
Um escritor espiritualista pode fazer concessões à esta
concepção infantil, como se faz normalmente construindo
histórias para crianças, sem ofensa à sua posição de
espiritualista.
Beijos.
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