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quinta-feira, 21 de junho de 2012

BOBAGENS LINGUÍSTICAS 11

REGRAS ATROPELADAS PELO POVO

Vamos nos ater somente à linguagem, nada de criminologia,
nem de moral, muito menos de política.

Como vimos pela informação de BAGNO, não existe erro em
língua. O povo sabe disso intuitivamente, e força os limites
impostos pelos "sábios", os únicos que "realmente
conhecem a língua".

Ora, como disse o MILLÔR: "Quando os eruditos descobriram
a língua, ela já estava completamente pronta pelo povo.
Os eruditos tiveram apenas que proibir o povo de falar errado". .
Parece irônico,mas é a pura verdade: Quem formou as línguas
não foram os eruditos e sim os povos simples e "ignorantes".

A gramática arrola como "errados", usos que nós, falantes da

língua portuguesa no Brasil, fazemos simplesmente no dia a dia
e, pouco a pouco (ou muito a muito, conforme o indivíduo),
perdemos a vergonha em colocar por escrito.

Vejamos alguns desse usos taxados como "errados" e as

regras defenestradas pelo costume popular.

1. INICIAR FRASES COM PRONOME OBLÍQUO:
Em vez de "Me dá logo isso!", deve-se usar "Dá-me logo isso!".
Amplamente ultrapassada no Brasil, esta regra ainda tem

validade em Portugal, mas, como vemos, não tem nenhuma
utilidade prática (nem teórica).

2. VERBO SEM A PREPOSIÇÃO EXIGIDA:
Em vez de Assisti esse filme" deve-se dizer "Assisti a esse

filme".
Teoricamente, "assistir um filme" é auxiliar na produção desse

filme, como faz um "assistente de produção". Porém, se você
"assiste um filme" que foi produzido em Holywood em 1950,
é inimaginável que você tenha ajudado na produção dele,
né não?

Este sentido do verbo foi recuperado recentemente pelos

narradores e comentaristas de futebol: O que era chamado
"passe" tornou-se "assistência". Mas a torcida continua
"assistindo o jogo" sem problema algum.

3. SIGNIFICADO ÚNICO PARA UM VERBO:
"Custar" empregado como "demorar" é impessoal, não se

conjuga, então, em vez de "Custei a conseguir isto", diga
"Custou-me conseguir isto".
Absolutamente falso. Todo mundo "custa" a perceber que

o verbo é impessoal e o conjuga, não há impossibilidade,
portanto, pode e deve ser feito.

4. PRONOME OBLÍQUO NÃO PODE SER SUJEITO:
Nunca diga "Isso é pra mim fazer", é erradíssimo.
"Mim" não pode fazer nada, quem faz sou "eu".
Como a maior parte da gramática, isso também é teórico,

"mim" faz coisa pra ninguém botar defeito. Sim, é feio, e daí?
Língua é instrumento de comunicação e não passarela de miss.
Beleza tem que ser encontrada é na literatura.

5. PRONOME RETO NÃO PODE SER OBJETO:
Não se diz "Beija eu", mas "Beija-me".
Gramático nunca escutou Marisa Monte. Nem viu as placas no
meio da torcida: "Filma eu, Galvão". Nem a jocosa e irônica:
"Come eu, Renan".  Não sei a que se deve esta atual predileção
por esta transgressão, pessoalmente não vejo a graça. Só

canto "Leva eu, saudade" porque gosto da melodia e do resto
da letra, mas respeito a opção popular.
("no meio da torcida" cinco linhas acima, também está

"errado", pois não tenho como determinar o centro geométrico
da torcida. Teria que escrever "em meio à torcida").

6. USO DE "ONDE":
"Onde" deve ser usado apenas para lugares: "Ela está onde?
Em Paris ou em Madrid?". Para outras situações, deve-se

usar "em que". 
Ou seja, a frase onde o "onde" aparece como nesta frase,

está errada!

Antes que você me mande enfiar meus  exemplos... no saco,

um último caso. Trata-se de uma polêmica antiga, quando
eu entrei na escola, já se discutia isso.

- Nossa! Então é antiquiquíssimo!

7. USO DA PARTÍCULA "SE" COMO APASSIVADORA:
"Vende-se casa", mas em caso de plural, "Vendem-se casas".
Sempre entendi este "se" como indicador de sujeito

indeterminado, ou seja, "alguém vende casas". A ideia de que,
quem coloca a placa quer dizer "casas são vendidas", não
entra na minha tosca mente. Eu acho que é a gramática que
mente.

Existem muitas controvérsias mais e eu sou, na maioria delas,

a favor da interpretação popular. O que eu desejo mesmo, é
que você se junte a mim e gritemos em coro para os
Gramáticos: Enfiem sua regras... na gaveta!

Abraço do tesco.

6 comentários:

Anônimo disse...

Tesco, agora você jogou pesado. Nas vezes em que você comentou sobre os erros falados pelo povo, eu imaginava que eles fossem pavorosos. Os que você apontou neste post são comuns e já deveriam ter sido aceitos pelos eruditos. Eu mesma cometo muitos erros, mas não consigo evitá-los, mesmo sabendo que escrevo errado. Um exemplo é "tenho que". O certo seria "tenho de", mas eu gosto mais do que. Parabéns pela defesa da evolução das línguas.

Ah sim, dando uma de erudita, em Francês, uma frase negativa deve ter as palavras "ne" e "pas", como "je ne suis pas". O "ne" já sumiu na linguagem falada há muito tempo, na escrita não. Então, o povo fala "je suis pas". No caso do verbo savoir (saber), sumiu até o próprio verbo. Todos falam "je pas".

Beijotescas

Anônimo disse...

Nem sei o que dizer disso...
pois em parece que quando uma lingua morre ou desaparece morreu junto uma cultura e a historia de um povo.
A tensão entre eruditos e populares penso ser o que faz a riqueza..observemmmm
hiscla

Anônimo disse...

Affffff
penso que não sou páreo para essa discussão.Mal falo portugues!
hiscla

tesco disse...

Pois é, Yvonne, esses usos comuns, ainda chamados de "erros" pelas gramáticas, são próprios do dinamismo da linguagem, indicando que ela está viva. É uma indignidade denominar de "errado, porque cem anos atrás, falava-se diferentemente". Sem cabimento!
O próprio "tenho de", que vocâ ainda assinala como certo sem aspas, é, praticamente, um anacronismo, pois, no site "Word reference", o camarada Brazilian dude diz: "Tenho a impressão de que na fala quase só se usa Tenho que".
Beijos.

tesco disse...

A tensão entre eruditos e populares, minha querida hiscla, apenas DEMONSTRA a riqueza da língua, não a causa. O povo, em última análise, é quem faz tudo.
E não se iniba em dar pitacos, aqui todos são povo, até eu, que sou um gênio! Rerrerré!
Beijos. .

Anônimo disse...

Ai...Tesco, se não fosse a tensão entre esses dois teriamos um mso polo e o consequente empobrecimento da lingua e da expressão.
Agora, vc sabe que google esta lançando um site para resgatar lingua mortas e manter as qu estão em extinção? algo similiar ao gogole maps, agora "google linguas".
Ainda não tenho todas as informaçãoes.

hiscla