SABEDORIA EM FRASES CURTAS 1

Inumeráveis são as citações encontradas no
mundo cultural, inclusive aquelas disseminadas
por revistas destinadas ao entretenimento, como
de charadas e de palavras cruzadas.

Muitas delas expressam alguma sabedoria,
outras, muita sabedoria e, algumas, extrema
sabedoria.

Abrangem toda a atividade e sentimento humanos,
e não têm regras quanto à forma, ao
comprimento, ou ao assunto.

A grande maioria já é conhecida de vocês e, se
não guardam o autor na memória, quando a
vêem, pensam: “Hum, já vi isso em algum lugar”.

Venho destacar algumas citações que considero
notáveis por sua concisão, em poucas palavras
dizem o que é necessário dizer.

Evidentemente, estas não precisam de meus
esclarecimentos ou comentários, são inteligíveis
à primeira vista, direi algumas palavras sobre
elas apenas por diletantismo e para expor o que
me passa pela mente quando as leio.

As primeiras, por ordem alfabética do autor.

“Chega de homenagens! Eu quero o dinheiro”.
Adoniram Barbosa

À primeira leitura, vocês pensarão que é apenas
uma frase jocosa. Mas tem algo mais aí. Está
expressando uma insatisfação com a tendência
humana, principalmente dos poderosos, para
contemporizar as ações e adiar o objetivo
proposto dessas ações. O muito palavrório
mascara a verdadeira atitude de homenagem.
Pra quem está necessitado de dinheiro
(resumindo todos os bens materiais, muitas
vezes alimento) é uma tortura que, em algumas
ocasiões, nem vale a pena aturar.
São duas frases, é verdade, mas continua sendo
uma obra-prima da objetividade.

“Ou encontramos um caminho ou abrimos um”.

Aníbal Barca

Considero esta frase o máximo em determinação.
E seu autor não ficou apenas em palavras. Esse
general, no tempo em que Cartago disputava, com
Roma, o domínio do Mediterrâneo, decidiu conduzir
as forças cartaginesas atravessando os Pirineus e
os Alpes, Chegaria assim a Roma por onde menos
esperavam. E chegou. O problema é que seus
“aliados” não cumpriram o acordo e não atacaram
Roma, simultaneamente pelo mar. Assim fica mais
difícil abrir novos caminhos, não é mesmo?

“Nossa pátria é onde nos sentimos bem”

Aristófanes

Eu não tinha a menor idéia, quinze dias atrás, de
que esse pensamento era do dramaturgo grego
Aristófanes, pensava que era coisa de Fernando
Pessoa. Mas Pessoa se referiu à língua
portuguesa como sua pátria. É, de modo geral,
o falar está relacionado com o lugar onde a gente
se sente bem, mas o que dizer dos migrantes que
adotam a língua da nova pátria de corpo e alma?
Pois é, existem mil e um detalhes para a gente
se sentir bem em determinada pátria, além da
língua. Provavelmente a condição econômica
vem em primeiro lugar.

Apresentaremos outros pensamentos nos
próximos posts.

Abraço do tesco.