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terça-feira, 11 de agosto de 2009

TEORIA DO EGO EXPANDIDO



Sou contrário a que se tente seguir os conselhos
que orientam a suprimir o ego, sejam provindos
de livros de auto-ajuda de origem genuinamente
ocidental ou traduzidos de fonte oriental.
Acho que entenderam mal a idéia de ‘ego’ usada
no oriente e considero uma violência
desnecessária e improdutiva combater o ego.

- Então, você quer todo mundo egoísta, tesco?

Não exatamente, não com esse sentido que é
normalmente atribuído ao termo, o sentido
inverso (altruísta) seria mais apropriado. Mas na
avaliação final seria isto sim: Todo mundo muito
egoísta!

Porém, o ego é que teria se transformado. O ego
não deve ser eliminado, mas expandido até
abranger o máximo possível de pessoas. Assim,
como raras pessoas desejam o mal para si, o
maior número de pessoas será beneficiado por
estes “egoístas”.

- E se isso não der certo?

Ora, enquanto não dá certo, não se nota
nenhuma diferença do cenário atual da
humanidade. É apenas uma fase do roteiro a
seguir.

Aliás, essa é uma conclusão tirada do processo
natural do crescimento humano. O ser humano,
quando bebê, reconhece apenas a si mesmo,
tudo que ele faz ou deixa de fazer, visa satisfazer
aos seus instintos, chora quando sente algo
desagradável e ri (às vezes) quando algo lhe
agrada.

A seguir, passa a reconhecer a pessoa que lhe é
maior fonte de prazer, geralmente a mãe.
Seguem-se outros que rotineiramente estão por
perto. Depois o bebê adiciona personagens (tias,
padrinhos, amigos da família) que aparecem
menos frequentemente.

Estes passam a fazer parte do seu ‘ego’: Muitos
lhe dão prazer e ele manifesta sua satisfação,
outros não lhe são tão agradáveis, e ele faz
notar isto chorando.

A criança cresce e incorpora a esse ‘ego’, os
vizinhos, mormente crianças de idade
aproximada. Em idade escolar, ‘engorda’ o ego
com colegas de escola e (alguns) professores.
Assim vai crescendo e juntando indivíduos ao
seu ‘ego’.

- Mas que quer dizer com “fazer parte do ego”?

Quer dizer que, o elemento incorporado ao ego,
não é um inimigo, não necessariamente tem
todas as regalias de um amigo, mas não é
hostilizado costumeiramente. Os atritos e rusgas
eventuais não contam.

É assim criado um sentimento de identidade com
o grupo e, normalmente, as atitudes do indivíduo
não antagonizam as regras, convenções, e
ações desse grupo.

Desse mesmo modo são integrados o bairro, a
cidade, o estado (a identidade regional é marcante,
em alguns casos) e a nação.

- Então os políticos estão fora dessa,
normalmente agem contra a nação, que é a sua
comunidade.

Boa observação essa, mas eles estão no modelo
sim. Numa fase bem atrasada, mas estão. Pode-
se conjecturar que seja a fase de adolescente.
Repare que eles defendem e beneficiam seu
grupo familiar, os poucos amigos, e alguns que
podem lhes render lucros futuros. E conservam
um grande corporativismo também, que é uma
maneira de considerar um grupo (a classe
política) como seu território, sua identidade, em
resumo, seu ‘ego’.

A expansão do ego é que se torna necessária
nesse caso. Um crescimento que passe a
abranger, não um grupo restrito, mas a totalidade
da nação.

Assim, seria alcançado o nível de um
estadista que se ocupe realmente com o
benefício do seu país. Mas, esse nível ainda é
muito pouco. Exemplos não são tão difíceis,
Charles De Gaulle, Winston Churchill, Gamal
Abdel Nasser, talvez se enquadrem nesse tipo.

Mas esses não se preocupavam com o resto do
planeta. Para eles a humanidade se dividia entre
“meu país” e “os outros”, entre estes, “os
inferiores” os incapazes de serem livres, “os
bárbaros”.

É preciso atingir um patamar mais alto, em que,
para crescer, não é necessário oprimir ninguém.
O nível de um Mahatma Gandhi, que libertou sua
nação sem prejudicar nenhuma outra. Esse, sem
dúvida, tinha um grande ego, ego que abrangia a
humanidade inteira.

Pois, para ser ameno e amigo ninguém precisa
tornar-se amargo, apático, abstruso, anódino,
abilolado, aluado, apalermado ou abúlico.

- Teoria dos ‘A’?

Risos. Pode ser.

Abraço do tesco.

6 comentários:

Edu e Mau disse...

Quero ser um egoísta, ególatra, "bono vox" desses quando eu crescer.

Anônimo disse...

Tesco, estava lendo o seu post quando a campainha tocou. Acabei de receber o meu prêmio. Muito obrigada pelo carinho.

Quanto ao seu texto, vou passar a ser bem egoísta, pois gostei dessa sua visão sobre o assunto.

Beijotescas

Yvonne

CLARK KENT disse...

ZUMZARAVALHOPUM
ZARAPIMZOQUÉ
OQUÉ QUÉ O QUÉ QÚÉ
CATIMARIMBAU, CATIMARIMBUM
UEITCHAU

hiscla disse...

E bem polemico isso né?
O ocidente parece n ter entendido bem "a superação do Ego" do oriente.
De toda forma, vou aderir a essa religião do egoista...rs será melhor pra mim!
rsrsrs

tesco disse...

Edu, quando você crescer vai ser um menino ótimo, nuito egoísta! Rerré!
Yvonne, demorei um pouco pra postar os livros, mas o sortesco está aí pra isso: Alegrar e, quando possível, aumentar a cultura das pessoas.
É isso aí, CLARK! O legal é você arranjar um tempinho pra nos visitar. Apareça sempre!
Hiscla, o Ego Expandido ainda não é uma religião, mas os adeptos são bem vindos. E estamos crescendo. Risos!

Daniel Savio disse...

Interessante, mas não sei se há pessoas capazes de suportar um "ego tão grande" para conter o mundo...

Mas penso que se fossemos capazes de defender os que estão a nossa volta, já seria um bom começo...

Fique com Deus, menino Tesco.
Um abraço.