Sou contrário a que se tente seguir os conselhos
que orientam a suprimir o ego, sejam provindos
de livros de auto-ajuda de origem genuinamente
ocidental ou traduzidos de fonte oriental.
Acho que entenderam mal a idéia de ‘ego’ usada
no oriente e considero uma violência
desnecessária e improdutiva combater o ego.
- Então, você quer todo mundo egoísta, tesco?
Não exatamente, não com esse sentido que é
normalmente atribuído ao termo, o sentido
inverso (altruísta) seria mais apropriado. Mas na
avaliação final seria isto sim: Todo mundo muito
egoísta!
Porém, o ego é que teria se transformado. O ego
não deve ser eliminado, mas expandido até
abranger o máximo possível de pessoas. Assim,
como raras pessoas desejam o mal para si, o
maior número de pessoas será beneficiado por
estes “egoístas”.
- E se isso não der certo?
Ora, enquanto não dá certo, não se nota
nenhuma diferença do cenário atual da
humanidade. É apenas uma fase do roteiro a
seguir.
Aliás, essa é uma conclusão tirada do processo
natural do crescimento humano. O ser humano,
quando bebê, reconhece apenas a si mesmo,
tudo que ele faz ou deixa de fazer, visa satisfazer
aos seus instintos, chora quando sente algo
desagradável e ri (às vezes) quando algo lhe
agrada.
A seguir, passa a reconhecer a pessoa que lhe é
maior fonte de prazer, geralmente a mãe.
Seguem-se outros que rotineiramente estão por
perto. Depois o bebê adiciona personagens (tias,
padrinhos, amigos da família) que aparecem
menos frequentemente.
Estes passam a fazer parte do seu ‘ego’: Muitos
lhe dão prazer e ele manifesta sua satisfação,
outros não lhe são tão agradáveis, e ele faz
notar isto chorando.
A criança cresce e incorpora a esse ‘ego’, os
vizinhos, mormente crianças de idade
aproximada. Em idade escolar, ‘engorda’ o ego
com colegas de escola e (alguns) professores.
Assim vai crescendo e juntando indivíduos ao
seu ‘ego’.
- Mas que quer dizer com “fazer parte do ego”?
Quer dizer que, o elemento incorporado ao ego,
não é um inimigo, não necessariamente tem
todas as regalias de um amigo, mas não é
hostilizado costumeiramente. Os atritos e rusgas
eventuais não contam.
É assim criado um sentimento de identidade com
o grupo e, normalmente, as atitudes do indivíduo
não antagonizam as regras, convenções, e
ações desse grupo.
Desse mesmo modo são integrados o bairro, a
cidade, o estado (a identidade regional é marcante,
em alguns casos) e a nação.
- Então os políticos estão fora dessa,
normalmente agem contra a nação, que é a sua
comunidade.
Boa observação essa, mas eles estão no modelo
sim. Numa fase bem atrasada, mas estão. Pode-
se conjecturar que seja a fase de adolescente.
Repare que eles defendem e beneficiam seu
grupo familiar, os poucos amigos, e alguns que
podem lhes render lucros futuros. E conservam
um grande corporativismo também, que é uma
maneira de considerar um grupo (a classe
política) como seu território, sua identidade, em
resumo, seu ‘ego’.
A expansão do ego é que se torna necessária
nesse caso. Um crescimento que passe a
abranger, não um grupo restrito, mas a totalidade
da nação.
Assim, seria alcançado o nível de um
estadista que se ocupe realmente com o
benefício do seu país. Mas, esse nível ainda é
muito pouco. Exemplos não são tão difíceis,
Charles De Gaulle, Winston Churchill, Gamal
Abdel Nasser, talvez se enquadrem nesse tipo.
Mas esses não se preocupavam com o resto do
planeta. Para eles a humanidade se dividia entre
“meu país” e “os outros”, entre estes, “os
inferiores” os incapazes de serem livres, “os
bárbaros”.
É preciso atingir um patamar mais alto, em que,
para crescer, não é necessário oprimir ninguém.
O nível de um Mahatma Gandhi, que libertou sua
nação sem prejudicar nenhuma outra. Esse, sem
dúvida, tinha um grande ego, ego que abrangia a
humanidade inteira.
Pois, para ser ameno e amigo ninguém precisa
tornar-se amargo, apático, abstruso, anódino,
abilolado, aluado, apalermado ou abúlico.
- Teoria dos ‘A’?
Risos. Pode ser.
Abraço do tesco.
6 comentários:
Quero ser um egoísta, ególatra, "bono vox" desses quando eu crescer.
Tesco, estava lendo o seu post quando a campainha tocou. Acabei de receber o meu prêmio. Muito obrigada pelo carinho.
Quanto ao seu texto, vou passar a ser bem egoísta, pois gostei dessa sua visão sobre o assunto.
Beijotescas
Yvonne
ZUMZARAVALHOPUM
ZARAPIMZOQUÉ
OQUÉ QUÉ O QUÉ QÚÉ
CATIMARIMBAU, CATIMARIMBUM
UEITCHAU
E bem polemico isso né?
O ocidente parece n ter entendido bem "a superação do Ego" do oriente.
De toda forma, vou aderir a essa religião do egoista...rs será melhor pra mim!
rsrsrs
Edu, quando você crescer vai ser um menino ótimo, nuito egoísta! Rerré!
Yvonne, demorei um pouco pra postar os livros, mas o sortesco está aí pra isso: Alegrar e, quando possível, aumentar a cultura das pessoas.
É isso aí, CLARK! O legal é você arranjar um tempinho pra nos visitar. Apareça sempre!
Hiscla, o Ego Expandido ainda não é uma religião, mas os adeptos são bem vindos. E estamos crescendo. Risos!
Interessante, mas não sei se há pessoas capazes de suportar um "ego tão grande" para conter o mundo...
Mas penso que se fossemos capazes de defender os que estão a nossa volta, já seria um bom começo...
Fique com Deus, menino Tesco.
Um abraço.
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