sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
MIL VENTOS
Um bonito poema, muito recitado em enterros
nos EUA, tinha sua autoria atribuída aos
indígenas americanos, sem nem a indicação
de tribo.
Uma rigorosa pesquisa, no entanto, constatou
ser a autoria de Mary Elizabeth Frye (1905-2004).
Trata-se de “Do not stand at my grave and weep”.
Uma versão mais antiga, impressa em cartões-
-postais, é essa:
Do not stand at my grave and weep
Do not stand at my grave and weep;
I am not there. I do not sleep.
I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glints on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumn rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circled flight.
I am the soft stars that shine at night.
Do not stand at my grave and cry;
I am not there. I did not die.
Porém, a versão posteriormente
confirmada pela autora, é assim:
Do not stand at my grave and weep
Do not stand at my grave and weep,
I am not there, I do not sleep.
I am in a thousand winds that blow,
I am the softly falling snow.
I am the gentle showers of rain,
I am the fields of ripening grain.
I am in the morning hush,
I am in the graceful rush
Of beautiful birds in circling flight,
I am the starshine of the night.
I am in the flowers that bloom,
I am in a quiet room.
I am in the birds that sing,
I am in each lovely thing.
Do not stand at my grave and cry,
I am not there. I do not die.
Em 2003, um compositor japonês, baseou-se
no poema para lançar uma versão musicada:
“Sen no kaze ni natte”
(Transformado em mil ventos).
A tradução aproximada da letra da versão
japonesa, (não é versão minha, copiei do
blog do Itiro), pode ser:
Transformado em mil ventos
Não chore diante do meu túmulo
Eu não estou lá, não estou dormindo
Eu me transformei em mil ventos
Soprando na imensidão do céu.
No outono eu sou a luz que banha as plantações
No inverno sou a neve, que brilha como diamantes
No amanhecer eu sou o pássaro que te desperta
Ao anoitecer sou a estrela que te protege.
Não chore diante do meu túmulo
Eu não estou lá, não estou morto
Eu me tornei mil ventos
Soprando na imensidão do céu.
Como a tradução sempre difere um pouco do
original, tentei fazer minha versão, rimada e
quase na métrica, mantendo, pelo menos,
a essência da intenção da autora.
Deu nisso:
Não fiques ante meu túmulo chorando
Não fiques ante meu túmulo chorando
Eu não estou ali, não estou dormindo
Estou nos mil ventos que estão soprando
E na macia neve que está caindo
Estou na chuva quando está chovendo
Estou nos campos de maduro grão
Estou no silêncio que se está fazendo
Estou no gracioso turbilhão
De bonitos pássaros em revoada.
Estou sempre no brilho das estrelas
Estou numa sala calma e perfumada
No perfume dessas flores que são belas
No canto desses pássaros cantando
Estou em cada coisa amável para ti
Não fiques ante meu túmulo, gritando
Eu não estou ali, eu não morri.
(14/01/2009)
Abraço do tesco.
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5 comentários:
Meu querido, transforma-se em vento, em silfos não é mesmo morrer!Belo! é liberdade plena!
E vc sempre dando um jeitinho no texto para que fique mais "tcham"...rsrs
Clarice
Tesco, desconhecia totalmente esse poema muito lindo por sinal.
Beijocas
Lembra daquele ditado do pó ao pó?
Mas o pó só o começo, pois o nosso corpo terreno acaba sendo "reciclado" pelo circulo natural e fazendo parte de outras coisas variadas: uma árvore, um pássaro e por ai vai...
Fique com Deus, menino Tesco.
Um abraço.
papi te amo! sua versão ficou ótima! ^^ DEISE
A sua versão ficou realmente ótima!Gostaria de ter a sua facilidade para escrever...
Então vc é de Aracaju?
Tenho um primo que adotou a sua cidade junto com a família, e está tocando uma empresa textil. Da sua terra conheci também a senadora Maria do Carmo que vinha de férias na área de esqui em que eu trabalhava em Colorado. De vez em quando arrastava o seu marido João Alves também. Felizmente, a gente não discutia política (bom, na maioria das vezes...).
Um grande abraço, vou passar mais vezes por aqui para ler os seus posts gostosos de ler com mais calma.
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