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domingo, 17 de julho de 2016

FIM DA DEMOCRACIA

Calma, ainda não estamos falando do caso brasileiro, apenas 
um caso histórico, cronologicamente muito afastado de nós. 

O historiador francês Fustel de Coulanges (1830-1889) em sua 
obra mais conhecida - "A cidade antiga" - onde discorre sobre 
as civilizações grega e romana, particularmente no período 
clássico (entre os séculos 6 e 4 A.C.) - falando sobre o término 
do regime democrático na Grécia antiga, diz: 

"Que acontecia então com a democracia? Ela não era 
precisamente responsável por esses excessos e crimes, mas 
foi a primeira a ser atingida. Não havia mais regras. 

Ora, a democracia não pode viver senão por meio de regras 
muito restritas, e melhor ainda observadas. Não se viam mais 
verdadeiros governos, mas facções no poder. O magistrado não 
exercia mais sua autoridade em proveito da paz e da lei, mas 
em proveito dos interesses e cobiças de um partido. O comando 
não tinha mais nem títulos legítimos, nem caráter sagrado; 
a obediência não tinha mais nada de voluntário; sempre 
constrangida, estava sempre à espera de uma desforra. 

A cidade não era mais que um ajuntamento de homens, dos 
quais parte era senhora, parte escrava. Dizia-se que o governo 
era aristocrático quando os ricos estavam no poder, democrático 
quando estavam os pobres. Na realidade, a verdadeira 
democracia deixara de existir. 

Do quinto até o segundo século antes de nossa era vemos que 
em todas as cidades da Grécia e da Itália, excetuando-se ainda 
Roma, as formas republicanas são postas em perigo, e que se 
tornam odiosas a um partido." 

A cidade citada nesse quarto parágrafo, significa Estado, pois 
nessa época, na Grácia e na Itália, as cidades eram soberanas,
cada uma com suas leis e com seus governantes. 

O mais preocupante é a semelhança conosco quando fala de 
magistrado. "Vade retro!". Que fique somente em semelhança  
longíqua. 

Abraço do tesco. 

4 comentários:

Anônimo disse...



OI..
Legal seu comentário.
No tempo transformou a democracia apenas no ato de votar. "votar = democracia".
Infelizmente...
hecta

Shirley Brunelli disse...

Não sei se estou equivocada, mas, Platão existiu mais ou menos, na época do conteúdo desse seu texto. Pois é, a coisa vem se repetindo desde então. Gosto muito dessa frase: "Não há nada de novo abaixo do Sol. Depois de Platão, tudo é mera citação".
Ah! tesco, Platão entrou em cena por minha conta rs.
Grande abraço!!!

tesco disse...

Não, Shirley, você não está equivocada, está até
no texto integral e eu que cortei erradamente!
O quarto parágrafo diz exatamente:
"A cidade, como diz Platão, não era mais que..."
Eu que pensava que Platão não tinha assistidoa essa
derrocada da democracia, mas ele assistiu e comentou.
Mas temos leitoras atentas como Shirley!
Obrigado pela complementação.
Kisoj.

tesco disse...

Essa corrosão da democracia, Hecta, existe
em todos os tempo e em todos os lugares.
Pode-se até dizer que: "O preço da democracia,
como o da liberdade, é a eterna vigilância"!
Beijos.