Hoje poderemos observar, novamente, um meu comentário
num post da CÉU e, como de costume, não transcreverei o
poema integralmente. E novamente recomendo o acesso ao
seu blog, clicando sobre o título de seu poema.
A linguagem é o português mas, evidentemente, com o
vocabulário corrente em Portugal, o que nos leva a situações
engraçadas, pelo contraste com o falar habitual do Brasil.
É o caso mesmo de 'baloiço', o equivalente do nosso balanço'.
Nunca testemunhei, nem oralmente nem por escrito, um
brasileiro utilizar-se desse termo no seu dia a dia.
A cadeira de baloiço da CÉU é o espaço onde ela se põe
totalmente à vontade, sem nenhum empecilho, nem ninguém
ou nada que possa lhe contrariar. Nem todos têm um local
assim, onde possa se espraiar, mas todos deveriam ter esse
direito. Isso fisicamente, pois mentalmente, até quem seja
fundamentalista, quer muçulmano, quer evangélico, tem na
mente um cantinho onde as tentações têm mais livre acesso.
Vejamos alguns fragmentos em que CÉU nos diz algo sobre
sua cadeira:
CADEIRA DE BALOIÇO
CÉU
(2015.06.10)
"Estou sentada e toda desarrumada na minha cadeira de baloiço
[...]
É na minha astuta cadeira que me dilato, alimento e me abro
como e quando eu muito bem quiser, e com quem me apetecer
[...]
Hoje, vou pôr um baby-doll de cetim escorregadio,
que impressione burguês,
de alças safadas, à mercê e bem à vontade do freguês"
Vixe! Ela faz o diabo nessa cadeira, e o que ela não faz,
imagina!
Aff! Imagine!
Mas o que aconteceu foi que alguém, que ela chama de
'o meu amor', não suportou calmamente, a exibição que lhe
foi proporcionada, e oferece a ela um caloroso desafio.
Veja o que ela descreve:
[...] "Então, não é que o meu amor, afirmou,
gritou a plenos pulmões
que gostaria, adoraria que eu fizesse no corpo dele,
sem hesitações
tudo aquilo que executo, desempoeirada,
insubmissa e desvairada
na minha cadeira de baloiço..."
Ah, tá aí! "Falar é fácil, mas fazer é que são elas!"
Quero dizer, encenar é uma coisa, executar de verdade,
é diferente.
Mas o que diz a nossa 'louca'?
"Bem, mas mesmo assim, vou experimentar,
nem que seja a brincar"
Eitcha! Agora é q ue eu quero ver!
Ah, vai ver não.
Se não viu o mais simples, como vai ver o mais complexo?
É, nem vou imaginar essas estrepolias de circo.
Apenas imaginei-me incorporado no espectador, formulando
seu desafio à musa descabelada,
Em termos de poesia pode ser o bastante.
Veja a sequência:
SAI DESSA CADEIRA!
tesco
(2015.06.12)
"Na cadeira de baloiço
Sempre és uma atrevida
Costumeiramente oiço
Confissão mais pervertida
Que fora dela não dizes
Conjuro que o avalizes
Estando nos braços meus
Rompante de meretrizes
Libera instinto animal
Pra que não me atemorizes
Diz o que vale afinal
As convenções de museus
Ou ser rico entre os plebeus
Se não me queres amante
Eu quero o que me avive
E tudo o que me seduz
E que nada mais me prive
De beber a tua luz
Eu só quero neste instante
Que o céu me alevante
Pois padeço em calaboiço."
* * *
Não sei o que vai acontecer, pode ser que o passarinho coma
o gato, ou que o mar pegue fogo, sei apenas que mantive o
'baloiço' pra ser coerente com o poema original.
Que o céu me alevante!
Abraço do tesco.
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6 comentários:
Um dos mais bonitinhos...
Tesco sua resposta também "precisa".
Sem comentários rsrs
hiscla
Olá, tesco!
Tudo bem? Por aqui, também, graças a Deus.
Que bobagem a sua, menino! Você é um homem k sabe "tocar todas as teclas" de qualquer mulher, de forma perfeita, distinta e humorística.
Desagrada com você? Tolice, meu amigo querido!
Que dizer de seu gesto! Você é mega generoso e abrilhanta minha escrita, isso sim! Já ouviu o provérbio k diz: "cão(cachorro) k ladra, não morde", pois você é esse cachorrinho, k não tem papas na língua, qdo necessário, mas k espera o "dono/a", ansiosamente para o "lamber" e lhe mostrar seu afeto.
Adoro, qdo me chama de "louca", pke é de uma ternura ímpar, esse termo dito, usado por você.
Te aprecio imenso, tesco, pela sua inteligência, generosidade, frontalidade e carinho, mto carinho k dá a qualquer um/a que passe pelo seu blog. NOTA 10, pra você!
Beijos.
VEM PRA CADEIRA, TAMBÉM!
Na minha cadeira, balanço
sem precisar de autorização
porque sou maior e vacinada
não quero conhecer tua opinião
pois tenho certeza absoluta
que tens ciúmes dela, infundados
mas o que desejo mesmo, são teus braços.
Sensibilidade, ousadia, sensualidade
apanágios de mulher, mais que fatal
e pra que fiques elucidado, doravante
te direi que sou contra as fronteiras
e que gosto de homem polido e instruído
não importando a beleza, nem a riqueza
e por isso te aceito como meu amante.
Tu queres o que qualquer homem quer
e nesse assunto, não és nenhuma exceção
só que há uns mais comilões que outros
necessitando, diariamente, de alimento
que os faça subir, ascender ao Paraíso
seja lá como for, logo, logo, rapidinho
pra saírem do presídio, aliviando o "bicho".
Não saio dessa cadeira de baloiço, não
tu é que vens para aqui, juntinho comigo
ah, meu amor, meu querido, e mais não digo!
CÉU
Tiveste uma boa ideia
Vamos os dois ao balanço
Que não fique nenhum ranço
De coisa ultrapassada
Nessa nova, inusitada
Faremos uma boa estreia!
Kisojn.
Retificando no meu comentário, acima: Desagradada e não como escrevi.
Beijos. Espere por mim. Tá?
Sei não...Não há um lugar mais confortável, mais anatômico do que essa cadeira de baloiço?
É possível ela não aguentar o tranco e se arrebentar toda hehehe!!!
Kisojn!
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