Em junho do ano passado, Shirley escreveu um poema muito
lúcido em seu conteúdo social, falando sobre a incipiência
do homem em dirigir o próprio destino.
Ele desconhece a sua verdadeira essência e toma decisões
infantis, baseadas unicamente em sua visão materialista do
mundo, que acabam por prejudicá-lo, tanto em sua vida
material na Terra, quanto em seu desenvolvimento espiritual.
Shirley recomenda então colocar um combustível psicodélico
no motor, digo, incrementar a arte na vida, recheando-a de
cores e melodias, isto vai extasiar a alma, decerto elevando-a
a mais sublimados níveis.
Veja como foi:
VIDA COLORIDA
Shirley
(2014.06.28)
"O homem é incipiente
não sabe deliberar suas próprias decisões
ignora seus poderes latentes criativos
desconhece a si mesmo...
O ser humano precisa aprender
a pintar a alma de vivas cores
extasiá-la com inspiradoras melodias
porque a vida é loucura
e não tem cura sem amor."
* * *
Não aventurei nenhuma consideração antropológica, nem
sociológica, nem espiritualista, apenas me ancorei nessa
última consideração, de que "vida... não tem cura sem amor",
e tentei fazer algo que nunca tinha feito antes: Um acróstico!
Acróstico é o poema em que as letras iniciais de cada estrofe
formam uma palavra. E, nessa primeira tentativa, resolvi fazer
uma homenagem à nossa poeta. Não saiu um frankenstein,
tem até certa consistência, somente ocorreu um porém.
Veja o 'bebê':
CURANDO A VIDA
tesco
(2014.07.02)
Sem amor não tenho cura
Há que procurar o Amor
Inspira-me o seu fervor
Reluz sua claridade
Leva fora a ansiedade
E refaz a mente pura
Y hay que tenerse ventura
* * *
O porém é que descobri que já não existe verso em português
iniciando com a letra y. Foi readmitida no alfabeto há pouco,
e ainda não se formaram palavras com y inicial. Como tinha
sido demitida faz um montão de anos, a 'yayá' e o 'yoyô' já
trocaram de roupa e iaiá e ioiô são os trajes vigentes.
Assim, tive de tomar um empréstimo de nosso 'hermano', que
nunca largou o pobre do y abandonado na rua da amargura.
Así camiña la humanidad!
Abraço do tesco.
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2 comentários:
Olá, tesco!
Tudo bem com você? Por aqui, tudo na média.
Ambos os poemas estão muito bem equacionados, pke a vida sem amor não tem qualquer cor, de facto.
Amei sua versão e com lo idioma de nuestros hermanos, ela ficou bem guapa e divertida.
É. A Língua sofre, aliás, tem de sofrer alterações, mutações, intercâmbio, caso não, vira "entidade" morta.
Te desejo uma ótima sexta-feira e um excelente fim de semana.
Beijos.
PS: espero postar este fim de semana, mas ainda nem pensei o quê.
Você é muito esperto, tesco, sabe ver através dos véus.
Grande abraço!!!
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