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quinta-feira, 11 de junho de 2015

CONTRACANTO: ANSIEDADE

Num poema postado em março, Shirley toca em um problema, 
muito disseminado atualmente, que é a ansiedade. Com isso, 
deveríamos esperar um poema transudado nervosismo, cheio 
de tiques nervosos, talvez, atitudes beirando a histeria, não é 
mesmo? 

Porém, nada disso é explicitado, nem mesmo transparece por 
baixo de  atos corriqueiros. A poeta desfila um ambiente de 
calma, silêncio e paz, e ela mesma também parece sentir os 
mesmos sentimentos, pois é isso que ela exala. 

Sai ao sol para caminhar descalça na grama, numa atmosfera 
perfeitamente normal, sem extremismo algum. Ansiedade, se 
houver, é aquela ansiedade natural, que todos sentem, quando 
esperam alguma coisa boa. O que nos transmite mais é esse 
sentimento de "o que tiver de ser, será"! 

Repare se voce não obtém a mesma sensação: 

ANSIOSAMENTE 
Shirley
(2015.03.14)

"Não há nenhum som na minha rua 
e na luz tênue do interior da casa 
os móveis ainda adormecidos não ouvem 
as batidas do tempo no relógio de pêndulo. 
Lá adiante na rodovia 
a seiscentos metros da sonolência dos meus olhos 
cresce o movimento de caminhões e carros 
transportando cargas e solidão. 
Abro a porta 
avidamente inspiro a energia positiva do sol 
e depois 
caminho descalça na grama orvalhada 
para receber a polaridade negativa da terra. 
Isso traz alento para minha alma transviada 
que hoje despertou 
com gosto de canto do rouxinol na boca. 
Bocejando 
invento um sorriso 
acendo minha lâmpada interior 
vou fazer um cafezinho 
pra esperar o meu amor." 

   *   *   *   

Seguindo essa tendência de tranquilidade, o herói esperado 
pacientemete, também está tranquilo. Ele passou por muitos 
dissabores, mas não está revoltado, indignado ou conturbado. 
Sua meta é retornar ao lar (ou formar um lar), sabe que ante 
fortes vontades o destino se curva. 

Sem 'forçar a barra', chegará lá, onde sua amada lhe prepara 
um delicioso café. E, naturalmente, nem só de café vive o 
homem! Rerrerré! 

AGUARDA 
tesco
(2015.03.15)

"Espera por mim querida 
Quero beber teu café 
Não há luz na minha vida
Longe longe de teu pé 

Quero refazer a via 
Buscando no dia a dia 
Trazer u'a nova alegria 
Riscando dessa agonia 
Perversa dicotomia 
De energia e solidão 

Quero visitar as flores 
Desse teu jardim de amores 
Iluminar-me das cores 
Alijando os rancores 
Exterminando as dores 
Que me vão no coração 

Faremos a caminhada 
Juntinhos pela calçada 
Ou na grama orvalhada 
Com alma destrambelhada 
E energia redobrada 
A sabor de inspiração 

Afastando sonolência 
Rejeitando violência 
Seguindo mesma cadência 
Por ter a igual tendência 
De evitar a pendência 
Ou qualquer acusação 

Teremos imenso afeto  
Lendo o mesmo alfabeto 
Falando um só dialeto 
Seguindo o Grande Arquiteto 
Serei sempre teu dileto 
E tu és minha paixão 

Nem sofrimento nem pena 
- Ó vida da minha vida - 
Constará em nossa cena. 
Espera por mim querida!" 

   *   *   *   

E assim 'se pasan los días', com esta ansiedade que devemos 
cultivar. Não adianta tentar apressar o rio, a luz intensa não 
vem antes do nascer do Sol. Devemos sim, batalhar para que 
as coisas boas cheguem, e o mais depressa possível, contudo, 
sem afobação. 

Abraço do tesco. 

6 comentários:

Clara Lúcia disse...

Entrei no poema, tanto num quanto no outro.
Que bom se todos os casais pudessem usufruir de uma ausência saudosa, na esperança de um reencontro onde tudo conspira.... que coisa linda!
Perfeito pra celebrar o dia dos namorados.
Beijos!

Shirley Brunelli disse...

Na arte de fazer de conta, tesco, você é um grande mestre!rssss
Ficou muito bom, parabéns!
Kiso!

Lua Singular disse...

Tesco
Sua poesia me pareceu uma resposta. Cuidado, vai apanhar.kkk
Beijos no coração

Hecta disse...

Tesco, concordo com a colega! sua resposta ta bela, mas obvia também! rsrs
hiscla

tesco disse...

Ué, de que estão reclamando?
Meu poema é resposta mesmo, foi concebido assim.
Quando não espelha o original é que é problemático.
Beijos.

Hecta disse...

hum...ta certo, meu amigo.