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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CONTRACANTO: CARINHO

O carinho é por demais conhecido, pelo menos na atualidade. 
Mas, ouso dizer, apenas o carinho físico. Aquele que se mostra 
quando a mãe envolve seu bebê nos braços, ou quando a 
namorada afaga o braço do rapaz, ou este alisa os cabelos 
dela. 

Falo sobre algo mais sutil, como o que está na letra de 
"What a wonderful world" (Weiss/Douglas), cantada por
Louis 
Armstrong: 
"I see friends shaking hands, saying: "How do you do? 
They're really saying: "I love you" 
(Vejo amigos se cumprimentando, dizendo: "Como vai?" 
Eles estão realmente dizendo: "Amo você"). 

Estranhamente, na crônica
"A carícia essencial que resgata 
nossa humanidade", 
Leonardo Boff diz: 
"O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado." 
Eu penso justamente o contrário: É o afeto que está por trás 
da carícia, da ternura, do cuidado. Estes são representações 
exteriores do afeto. 

A coisa pode perfeitamente existir sem plena representação 
exterior, como o calor de rocha fundida sob delgada crosta 
de lava, aparentemente endurecida, ou água gelada abaixo 
de frágil camada de gelo. Ou, num exemplo mais cotidiano 
(e doloroso), o corpo do tomate 'pelando' de quente em baixo 
da pele 'quase' fria (Uuuuiiii!). 

Tal carinho é o tema deste soneto, iniciado em março de 2003, 
e que tomou forma final em abril daquele ano. 
Eis o que se formou: 

CARINHO  
tesco
(2003.04.16)

Só necessito teu carinho, gentil dama,  
Pois acalma meu ser desesperado.  
Sempre sentir tua presença ao meu lado, 
Ver-te sempre solidária ao pé da cama.  

Sei como seria triste e desolado, 
Não atendesses assim a quem te chama;  
Se não viesses amar a quem te ama.  
E me deixasses neste mundo isolado.  

Com a tua presença feminil, 
Eu já estou em paz e confortado, 
Nada me falta sob um céu de abril.  

Se já não temo mais ficar sozinho, 
Devo a ti o sentimento abençoado. 
Acaricia minh'alma o teu carinho!  

   *   *   *   

Creio ficar explícito que o carinho aí manifesto é o afeto que 
é transmitido, o que não exclui cuidados e atenções físicas, 
a própria presença da 'dama' já o diz. 

Mas o essencial é a solidariedade, a atenção, a conversa amiga, 
a renovação de ânimo levadas a efeito. Ou seja, o que, muitas 
vezes, é "invisível aos olhos". 

Abraço do tesco.

4 comentários:

Anônimo disse...

Querido, um tempo afastada. Festas de fim de ano, confusões em família, boas e ruins, enfim vida agitada. Vou para o Rio hoje e voltarei no dia 31 de janeiro. Voltarei firme e forte no seu espaço.
Beijotescas

Shirley Brunelli disse...

Belo e terno esse soneto, tesco. Realmente, muitas demonstrações de afeto, às vezes, parecem frágeis. Mais contundente pode ser a simples presença e o saber escutar o outro.
Abraços!!!

Anônimo disse...

pois eh! x) Euz! der brokoli kkkk

Milton Kennedy disse...

Saudações Roberto Dantas,
gratidão pela passagem no blog. Curto muito seus oportunos comentários.
Cordial abraço, saúde e paz.