Mas, ouso dizer, apenas o carinho físico. Aquele que se mostra
quando a mãe envolve seu bebê nos braços, ou quando a
namorada afaga o braço do rapaz, ou este alisa os cabelos
dela.
Falo sobre algo mais sutil, como o que está na letra de
"What a wonderful world" (Weiss/Douglas), cantada por
Louis Armstrong:
"I see friends shaking hands, saying: "How do you do?
They're really saying: "I love you"
(Vejo amigos se cumprimentando, dizendo: "Como vai?"
Eles estão realmente dizendo: "Amo você").
Estranhamente, na crônica
"A carícia essencial que resgata nossa humanidade",
Leonardo Boff diz:
"O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado."
Eu penso justamente o contrário: É o afeto que está por trás
da carícia, da ternura, do cuidado. Estes são representações
exteriores do afeto.
A coisa pode perfeitamente existir sem plena representação
exterior, como o calor de rocha fundida sob delgada crosta
de lava, aparentemente endurecida, ou água gelada abaixo
de frágil camada de gelo. Ou, num exemplo mais cotidiano
(e doloroso), o corpo do tomate 'pelando' de quente em baixo
da pele 'quase' fria (Uuuuiiii!).
Tal carinho é o tema deste soneto, iniciado em março de 2003,
e que tomou forma final em abril daquele ano.
Eis o que se formou:
CARINHO
tesco
(2003.04.16)
Só necessito teu carinho, gentil dama,
Pois acalma meu ser desesperado.
Sempre sentir tua presença ao meu lado,
Ver-te sempre solidária ao pé da cama.
Sei como seria triste e desolado,
Não atendesses assim a quem te chama;
Se não viesses amar a quem te ama.
E me deixasses neste mundo isolado.
Com a tua presença feminil,
Eu já estou em paz e confortado,
Nada me falta sob um céu de abril.
Se já não temo mais ficar sozinho,
Devo a ti o sentimento abençoado.
Acaricia minh'alma o teu carinho!
* * *
Creio ficar explícito que o carinho aí manifesto é o afeto que
é transmitido, o que não exclui cuidados e atenções físicas,
a própria presença da 'dama' já o diz.
Mas o essencial é a solidariedade, a atenção, a conversa amiga,
a renovação de ânimo levadas a efeito. Ou seja, o que, muitas
vezes, é "invisível aos olhos".
Abraço do tesco.
4 comentários:
Querido, um tempo afastada. Festas de fim de ano, confusões em família, boas e ruins, enfim vida agitada. Vou para o Rio hoje e voltarei no dia 31 de janeiro. Voltarei firme e forte no seu espaço.
Beijotescas
Belo e terno esse soneto, tesco. Realmente, muitas demonstrações de afeto, às vezes, parecem frágeis. Mais contundente pode ser a simples presença e o saber escutar o outro.
Abraços!!!
pois eh! x) Euz! der brokoli kkkk
Saudações Roberto Dantas,
gratidão pela passagem no blog. Curto muito seus oportunos comentários.
Cordial abraço, saúde e paz.
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