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domingo, 25 de maio de 2014

AUTOMATISMO

Caso curioso nos é apresentado por Richard Dawkins, em
seu livro "O rio que saía do Éden", quando, no capítulo 3,
fala sobre o automatismo das vespas.
Acompanhe e veja como é interessante: .


"As vespas foram o tema de uma experiência clássica,
originalmente realizada pelo grande naturalista francês
Jean-Henri Fabre e repetida por vários outros pesquisadores.

A vespa cavadora fêmea retoma a sua toca carregando sua
presa aferroada e paralisada. Ela a deixa fora da toca
enquanto entra, aparentemente para verificar se tudo está
bem antes de reaparecer e arrastar a presa para dentro.


Enquanto a vespa está na toca, o experimentador afasta a
presa uns poucos centímetros do lugar onde ela a deixou.
Quando a vespa reaparece, ela nota a falta e rapidamente
recoloca a presa no lugar. Ela então a arrasta de volta para
a entrada da toca. Passaram-se apenas alguns segundos
desde que ela inspecionou o interior da toca.


Nós pensamos que não há realmente motivos pelos quais
ela não deveria prosseguir para a próxima etapa da sua
rotina, arrastar a presa para dentro da toca e acabar com
ela. Mas seu programa foi recolocado em uma etapa
anterior.


Ela laboriosamente deixa a presa fora da toca de novo e
entra para fazer uma outra inspeção. O experimentador
pode repetir esta charada quarenta vezes, até ficar
aborrecido. A vespa comporta-se como uma máquina de
lavar colocada em uma etapa anterior de seu programa e
não “sabe” que já lavou aquelas roupas quarenta vezes
repetidas."


Não lembro quais foram as conclusões de Dawkins, porém,
notório ateu, deve ter optado por qualquer explicação que
exclua a "hipótese Deus, que, sendo mística, sobrenatural
e milagrosa, não é científica".


Extrai desse fenômeno, tão somente, a consequência de
uma seleção natural sem nenhum planejamento, fluindo ao
sabor do acaso, unicamente.


Não vamos entrar no assunto com argumentos de adeptos
do Criacionismo, dizendo, talvez, que "Deus criou a vespa
para essa função mesmo, portanto, ela não tem que sair
dali", pelo contrário, acredito que tudo tem que mudar, e
tudo muda realmente.


Pela minha visão, o princípio espiritual que estagia nesta
"etapa vespa", ainda não possui raciocínio, utilizando-se
apenas dos hábitos adquiridos e incorporados ao seu
psiquismo incipiente, em outras palavras, o instinto.


O automatismo faz parte desse conjunto de aquisições, e
é também visível em espécies desse nível, como abelhas,
cupins, formigas, baratas, grilos, cigarras, e outros mais.


O automatismo é útil nesse grau evolutivo, mesmo que o
raciocínio humano não consiga discernir suas vantagens.
Quando esse princípio espiritual consegue se elevar na
escada evolutiva e, numa outra espécie animal, adquire
outros conhecimentos, através de novas experiências, os
instintos antigos, que se revelarem prejudiciais, serão
abandonados, para dar lugar a novos hábitos vantajosos.


Tudo se encadeia e a evolução é inevitável. Há o aumento
contínuo da bagagem espiritual e, quando o espírito atinge
o nível humano, fica liberado para os voos mais altos.


Enquanto isso, no nível humano, estamos envolvidos pelas
ilusões sectárias, sem compartilharmos o conhecimento
acumlado pela outra parte da humanidade, aquela que não
 está visível aos nossos olhos, mas cuja presença se faz
inegável, o mundo espiritual.


Assemelhamo-nos aos cães e gatos, descritos na fábula
de Kahlil Gibran, enfeixada no livro "O louco", como se vê
na sequência:   


O CÃO SÁBIO

Um dia, um cão sábio passou por um grupo de gatos.
E como se aproximasse e visse que eles estavam muito
absortos e não o notaram, parou.


Então, levantou-se no meio do grupo um gato grande e
sizudo, olhou para os outros e falou:

“Irmãos, orai; pois quando tiverdes orado e orado sem
duvidar, decerto choverão ratos”.

Ao ouvir essas palavras, o cão riu-se no seu íntimo e
afastou-se dizendo:

“Ó gatos cegos e tolos! Como se não estivesse escrito e
eu não tenha sabido, e meus pais antes de mim, que o
que chove, com rezas e fé e súplicas, não são ratos,
mas ossos!” 



Oremos pois, e sem duvidar, para que chova, não ratos
ou ossos, mas iluminação para nossas mentes.

Abraço do tesco.

3 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Beleza de texto, tesco.
Há uma consciência psíquica em cada reino da natureza. Esse psiquismo dorme no mineral, sonha no vegetal, desperta no animal e vive no homem.
Sobre isso, há tanto para se dizer e considerações maravilhosas são encontradas no livro "O Evangelho à Luz do Cosmo" de Ramatis.
Parabéns!
Beijo!

Anônimo disse...

Tesco,
adorei o coisa toda1
muito bom essa do Gibran, eu não conhecia. Mas creio que todos, humanos, funcionamos mais ou assim!
Quanto a vespa, não tenho a menor ideia disso!
srsrrs
abraços hiscla

Anônimo disse...

Eu também não conhecia essa do Gibran.
Beijotescas encantadas