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segunda-feira, 8 de julho de 2013

POBRE E INFERNO


Lendo "Os 100 melhores contos de humor da literatura
universal", 
organizado por Flávio Moreira da Costa,
encontra-se um conto 
de Francisco de Quevedo, escritor
espanhol, do século 17. 


Trata-se de "O alguazil endemoninhado", em que o alguazil,
antigo 
oficial de polícia na Espanha, sofria com a
"incorporação" de 
espírito obsessor, o que era conhecido
como 'possessão do diabo'. 
Todo espérito que se
manifestasse através de um médium, era 
considerado um
'demônio' ou 'diabo', a não ser que, auxiliando 
numa cura
qualquer, fosse 'promovido' a algum santo, ou mesmo, 

a 'Nossa Senhora'. 

Dá-se o diálogo do "diabo" com um interlocutor, que não
lembro  
quem era, mas pela paciência e respeito apresentados,
não deve 
ser um padre, pois estes não costumam respeitar
os diabos. 


Selecionei o trecho em que o "diabo" é questionado sobre
população dos pobres no inferno. Sigam o diálogo: 


"O ALGUAZIL ENDEMONINHADO
Francsco de Quevedo 
(1580-1645 - Espanha)

- Tudo isso está muito bem - disse-lhe eu. - Só queria 
saber se no Inferno há muitos pobres.
- Pobres? Que é isso? - replicou.
- O homem - disse eu - que não tem nada de quanto 
tem o mundo.
- Ora! Está claro que não! - disse o Diabo. - Se o que 
condena os homens é o que têm do mundo, e esses 
não têm nada, como hão de ser condenados? 
Nesta parte os nossos livros estão em branco. 
E não vos espanteis, porque até diabos faltam aos 
pobres; e, assim, os deixamos; e às vezes mais 
diabos sois uns para outros do que nós mesmos. 
Há diabo como um adulador, como um invejoso, como 
um amigo falso e como uma companhia má? Pois todos 
estes faltam ao pobre, a quem não adulam, nem invejam, 
que não tem amigo mau nem bom, nem o acompanha 
ninguém. Estes são os que verdadeiramente vivem bem 
e morrem melhor." 


Evidentemente, é uma simplificação, os pobres estão 
sujeitos a tantas dificuldades na vida, que não lhe faltam 
oportunidades para "pecar", ou seja, desvirtuar suas 
ações, enveredar por maus camihos. 

Mesmo a pobres não faltam aduladores, invejosos, falsos 
amigos, inimigos, más companhias e situações de risco 
moral. 

Porém, cabe notar a universalidade dos conceitos que 
são transmitidos pelos espíritos, sejam eles iluminados, 
com bons propósitos, que querem nos esclarecer, a nós, 
encarnados, sejam os sofredores, com muitas dívidas 
na consciência, e os que não têm nenhum compromisso 
com a verdade. 

Cotejando e comparando as informaçãoes, verificamos 
que é consenso no mundo espiritual: 
A riqueza é uma provação muito difícil para o espírito 
que pretenda se manter num bom caminho. 

Como é praxe o esquecimento do mundo espiritual ao 
reencarnarmos, as boas resoluções são arquivadas num 
escaninho da "memória espiritual" e só se revelam sob 
o domínio do inconsciente. São as 'intuições', que nos 
aparecem como 'flashes', relâmpagos, e que seguimos 
ou não, conforme nossa índole e a educação recebida 
no começo da existência.  

Sendo a tendência normal, a sobreposição dos prazeres 
materiais a nossas tendências humanitárias, torna-se 
mais difícil para quem dispõe de mais recursos materiais 
na Terra, atender aos apelos morais e benfazejos 
lançados com as intuições. Por isso torna-se "mais fácil 
passar um camelo pelo fundo de uma agulha"

Mas não desesperemos. Estamos subindo a ladeira, com 
vagar e milimetricamente, e, com a ajuda dos amigos, a 
gente chega lá. "We get by with a little help of our friends". 

Abraço do tesco. 

3 comentários:

Anônimo disse...

AH!
coisas dificeis de opinar.
Hoje, penso que a humanidade esta carente, mas tão carente de outras coisas que a simples desoneração do capital não resolveria mais!
As carências e necessidades estão mais profundas!
hiscla

Anônimo disse...

Tesco, o comentário da Hiscla foi o meu também.
Beijotescas

tesco disse...

Tudo bem que vocês opinem livremente mas, eu só gostaria de entender.
Que tem a desoneração do capital a ver com a história? A dificuldade é a posse do capital, seja de que maneira for, é ela quem obstaculiza maiores aspirações espirituais.
Não falo da Economia material, mas da espiritual.
Beijos.