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domingo, 21 de julho de 2013

AMOR À SERIEDADE


Não acompanho mais novelas, acompanhava, 'marromeno', 
nos anos 80: Muitas delas eram divertidas. 
Mas não estou imune ao desenrolar de algumas delas, pois, 
seu horário coincide com meu jantar, e a 'patroa' acompanha. 

Quarta-feira, 17, assisti, 'sem querer-querendo',  a um capítulo 
de "Amor à vida", por sinal, não tão má, com atuações de 
acordo com a expectativa, dos atores Antônio Fagundes, Ary 
Fontoura, Nathalia Timberg e Fúlvio Stefanini. E Suzana 
Vieira dá pro gasto. 

- É, tesco tá ficando velho, só fala dos veteranos! 

Realmente, não presto muita atenção nos diálogos e atuações 
dos mais jovens, não tinha atentado nisso. Deve ser a idade 
pesando, mesmo. Mas o time de veteranos está bem 
representado, contando ainda com Rosamaria Murtinho e 
Eliane Giardini, com Elisabeth Savalla de contrapeso. 

Entre os mais novos, pode-se destacar o Mateus Solano, que, 
vivendo o vilão Félx, atrai a atenção, como a maioria dos 
personagens gays e/ou andróginos o fazem. Solano só corre 
o risco de ficar associado ao personagem por uma boa 
temporada. 

Mas o que me leva a comentar é que, nesse capítulo do dia 17, 
ocorre a morte de uma enfermeira, Elenice, ocasionada por um 
empurrão e uma queda no chão, coincidentemente um pouco 
semelhante à que ideei para o personagem Nonô, no meu
conto, 
rotulado de micronovela, "Lytzak". 

No conto, o Vicentão, que foi empurrado por um estagiário,
era, 
naturalmente, 'grandão', e o Nonô, baixinho e franzino, 
daí o maior impacto do esbarrão do Vicente no Nonô. Porém, 
como postei, pouco depois do conto, isto não pode ser 
encarado como caso rotineiro. 

A ideia que fazemos do crânio como um globo quase que 
totalmente oco, que, a qualquer descuido, estoura como um 
balão de gás, não condiz com a realidade. O crânio é um 
invólucro altamente resistente, não somente devido ao material 
de que é composto, mas também devido à sua forma, 
grosseiramente esférica. Não pode ser qualquer empurrão, 
em um indivíduo não senil, para que haja conseqências fatais. 

Este incidente, num programa que enfoca hospital, assume um 
aspecto negativo. Mas. infelizmente, não é a única coloração 
negativa que se apresenta. 

Nesse mesmo capítulo, a personagem Nicole demite sua antiga 
babá, Lídia. Até aí, nada demais. O porém é que sendo ex-
babá de Nicole, Lídia tem, pelo menos, 15 anos de casa e 
intimidade com a patroa, suficientes para que esta conheça 
suas tendências, seu comportamento e suas capacidades. Fica 
estranho que, ao primeiro problema que surge, a reação seja: 
Rua! As atenuantes para esse rigorismo são duas: 
A personagem é muito jovem, não sabe ainda ponderar as 
atitudes de uma pessoa, e sofre com um câncer que, 
aparentemente, acarretará sua morte. 

De aualquer maneira, uma demissão arbitrária, mesmo com 
a 'justa causa' aprente, mas sem averiguação aprofundada, 
"pega mal". 

Ainda nessa novela, mas não nesse capítulo, uma médica foi 
acusada de ter retirado um prontuário do arquivo do hospital, e 
confessou que fez isso mesmo. E apresentou seus motivos, os 
quais foram aceitos pelos médicos 'manda-chuva' do hospital - 
Fagundes e Fontoura - sem nenhuma comprovação extra, com 
fé apenas em informações verbai, nem o prontuário foi exigido 
para averiguação. 

Ora, na relação com os pacientes, os médicos exigem milhares 
de exames - os mais caros, se possível - e muitas vezes não 
dão um diagnóstico preciso. Nas faculdades, o ensinamento 
deve ter sido pautado pelo rigor científico: 
Nenhuma conclusão sem comprovação. Nas novelas, 
entretanto, as coisas rolam mais à vontade, informações 
verbais são tomadas como lei, o que é esquisito, mesmo que 
provenham de um colega.   

Um quarto fator, recorrente nas novelas, e não é de hoje, é a 
obsessão que têm os personagens em conhecer "seus 
verdadeiros pais".  O "Eu tenho o direito de saber quem é 
meu pai!" (ou mãe), aparece com muita frequência. E, 
frequentemente, alguém tem motivos para esconder o fato. 
Ora, casos de sucessão real ou de herança milionária, não 
têm essa "cotidianice" toda, não existem motivos plausíveis 
para essa curisidade ansiosa e mórbida. Nos casos de que 
tenho conhecimento, não há nada disso, os filhos convivem 
com toda a tranquilidade no ambiente ao qual julgam 
pertencer. Será que rico é tão diferente assim como pintam? 

Creio que divulgação, melhor dizendo, vulgarização, dessas 
questiúnculas, não ajuda em nada a melhorar a sociedade. 
O melhor seria um Batoré, para dizer a esse pessoal noveleiro: 
"Ó, para, ó!" 

Mas não é apenas a Globo que apresenta questões duvidosas. 
A Record está exibindo a novela "José do Egito" e, devido, 
talvez, aos mitos hollywoodianos, todos os personagens 
egípios são brancos! 

Ora, não é possível estabelecer com precisão a etnia dos 
antigos egípcios, e, como afirma o professor Ciro Flamarion 
Cardoso (infelizmente, falecido no mês passado), no livrinho 
"O Egito antigo", da coleção "Tudo é história", da Brasiliense, 
quando se refere a um colóquio científico, ocorrido em 1974, 
para discutir a questão do povoamento do Egito: 

"Foi lembrado também que o Egito, situado na confluência 
da África e da Ásia, nunca esteve isolado, sendo inaceitável 
pretender que sua população foi exclusiva ou 
predominantemente “branca”, tanto quanto “negra” já que 
tudo indica ter sido sempre muito mesclada, pelo menos 
desde o Neolítico". 

Disse ainda o notável estudioso: 

"[...] o desejo de apresentá-los como “brancos”, nos autores do 
século XIX e começos do século atual, cheirava a racismo [...]". 
(N.B.: O "século atual" citado, ainda é o século 20). 

Portanto, a apresentação dos antigos egípcios como uma 
população branca, decorre da imagem que nos foi inoculada 
pelos filmes de Hollywood dos anos 50 e 60, quando era
inviável 
mostrá-los de outra forma nos Estados Unidos. 

Afinal, o Egito faz parte da África e, no período enfocado, 
os europeus ainda não a tinham invadido. 

Já é tempo de a mídia brasileira livrar-se desses padrões 
impostos por gente com uma indiscutível ideologia racista. 

Ainda bem que eu não acompanho novelas, né? 

Abraço do tesco. 

4 comentários:

Clara Lúcia disse...

Mas eu gostei muito de seus detalhes!
E concordo com cada um.
Imagina se vc assistisse a novela toda?
Matheus Solano está dando um show de interpretação! Roubou a novela pra sempre!
Agora, as coisas na novela são sempre muito redondinhas.É grávida que perde o filho porque o pai do filho não a quer.
É casamento, nascimento, prisão e morte no final da novela.
Enfim, muitas coisas que estão bem longe de nossa realidade.

Abraços

Anônimo disse...

Tesco, não veja essa novela.
Mais beijotescas

Anônimo disse...

Poxa, voce ta com olho clinico para as novelas!
Nem havia pensado nos furos que voce lisTou (também estou me tornando noveleira, aqui agora so pega aglobo aberta).
curto muito o personagem felix e da menina do cachorro quente que quer se casar com ricaço.
hiscla

Anônimo disse...

Tenho curtido muito tambem o retorno de Saramandaia
é dez
hiscla