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domingo, 30 de julho de 2017

DIZEM AS PAREDES_3

Dizem sim e, por vezes, as paredes emitem sábios conselhos. 
É o que se lê em "O livro dos abraços", de Eduardo Galeano. 
Se não acreditam, vejam um exemplo do que ele coletou, 
em suas andanças pelas Américas: 

"Em Montevidéu, no bairro Braço Oriental: 
Estamos aqui sentados, vendo como matam os nossos sonhos. 

E, no cais na frente do porto de Buceo, em Montevidéu: 
Bagre velho: não se pode viver com medo a vida inteira. 

Em letras vermelhas, ao longo de um quarteirão inteiro 
da avenida Cólon, em Quito: 
E se nos juntarmos para dar um chute nesta grande bolha 
cinzenta?" 

Pode ser apenas coincidência, mas são advertências que 
se adequam perfeitamente ao momento pelo qual o Brasil 
está passando.

E, infelizmente, estamos nos comportando como o 

"bagre velho" da citaçao!

Abraço do tesco.

RECESSO DO SORTESCO

Os sortescos sofrerão um recesso temporário, devido a 
despesas financeiras inprevistas. 

Não ocorre falta de livos ou CD's para sorteio, mas não é 
coerente arranjar encargos futuros enquanto cada centavo 
torna-se necessário, né? 

O sortesco retornará assim que o orçamento esteja 
requilibrado, o que espero ocorrer em dois meses.

Abraço do tesco.

sábado, 29 de julho de 2017

SORTESCO 406 - RESULTADO

(Bala perdida / Minha formação)
A dezena sorteada hoje foi 41, 
a opção vencedora é de:
ÉRIKA!
Parabéns!

A DESMEMÓRIA_4

"Chicago está cheia de fábricas. Existem fábricas até no 
centro da cidade, ao redor do edifício mais alto do mundo. 
Chicago está cheia de fábricas, 
Chicago está cheia de operários.

Ao chegar ao bairro de Hey market, peço aos meus amigos 
que me mostrem o lugar onde foram enforcados, em 1886, 
aqueles operários que o mundo inteiro saúda a cada primeiro 
de maio. 

— Deve ser por aqui — me dizem. Mas ninguém sabe. 
Não foi erguida nenhuma estátua em memória dos mártires 
de Chicago na cidade de Chicago. 
Nem estátua, nem monolito, nem placa de bronze, nem nada. 

O primeiro de maio é o único dia verdadeiramente universal 
da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas 
as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as 
religiões e as culturas do mundo; 
mas nos Estados Unidos, o Primeiro de maio 
é um dia como qualquer outro. 

Nesse dia, as pessoas trabalham normalmente, 
e ninguém, ou quase ninguém, recorda que os
direitos da classe operária não brotaram do vento, 
ou da mão de Deus ou do amo. 

Após a inútil exploração de Hey market, meus amigos 
me levam para conhecer a melhor livraria da cidade. 
E lá, por pura curiosidade, por pura casualidade, descubro 
um velho cartaz que está como que esperando por mim, 
metido entre muitos outros cartazes de música, rock e cinema. 
O cartaz reproduz um provérbio da África: 

Até que os leões tenham seus próprios historiadores, 
as histórias de caçadas continuarão glorifícando o caçador."

*   *   *
Extraído de "O livro dos abraços". de Eduardo Galeano. 


Abraço do tesco.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

SORTESCO D 51

CD CLAUDONOR GERMANO
série 20 SUPER SUCESSOS vol. 1


"Tu não te lembras da casinha pequenina...", ê frevinho bom! 
Com o mais tradicional intérprete de frevos canção, esse disco 
nos remete aos carnavais do passado, quando os frevos de 
Capiba e Nélson Ferreira imperavam sem dúvida alguma. Tem 
pouco mais de uma hora pra nos fazer reviver os tempos da 
infância ouvido frevo. As faixas são: 
01. Chego Já
02. Elefante de Olinda
03. Pot-Pourri: Oh Júlia / Casinha Pequenina / 
      Gosto de Te Ver Cantando / 
      Linda Flor da Madrugada (5:41)
04. Oh! Que Frevo Bom
05. Frevo do Cordão Azul
06. Queimando a Massa
07. Frevo das Meninas
08. Estação da Luz
09. Tá Maluco
10. Mulher Bonita
11. Pot-Pourri: Segure no Meu Braço / 
     Que Será de Nós / Já Vi Tudo  (5:17)
12. Lua Grande
13. Pela Ribeira
14. Pot-Pourri: Chora Palhaço / Sorri Pierrot / 
     Cabeça Branca / Evocação Nº 1  (4:41)
15. Capiba
16. Pot-Pourri: Quando Se Vai um Amor / 
     Você Faz Que Não Sabe / Deixa o Homem Se Virar / 
     A Pisada É Essa / Vamos pra Casa de Noca (5:52)
17. Pot-Pourri: Saudade / Recife / 
     Saudade de Pernambuco / Voltei Recife (4:40)
18. Isso Aqui Tá Bom 
19. Pelas Ruas de Olinda
20. Pot-Pourri: Boneca / Ingratidão / 
     Você Gostou de Mim / O Teu Cabelo Não Nega (4:39)

CD MOREIRA DA SILVA
série A ARTE DE... 



O maior expoente do samba de breque de todos os tempos, 
Moreira cunhou um estilo todo particular, com a interpretação 
magistral da temática do malandro, da favela e do povo pobre 
que, rotineiramente, é  alvo preferido na atuação da polícia. 
 Eis as farxas: 
01. Rei Do Gatilho
02. Tira Os Óculos E Recolhe O Homen
03. Amigo Urso
04. Plantel
05. Na Subida Do Morro
06. Rainha Da Pérsia
07. Chave De Cadeia
08. Amigo Desleal
09. Filmando Na América
10. Só Vou De Gíria
11. Fui Á Paris
12. Morenguera Contra 007
13. Piston De Gafieira
14. Acertei No Milhar
15. A Nega Da Gafieira
16. Idade Não É Documento
17. De Como O Nego Doido Ficou Na Bronca 
18. O Último Dos Mohicanos
19. Gago Apaixonado
20, A Resposta Do Amigo Urso

CD WALDIR AZEVEDO
série O TALENTO DE... 



Notável virtuose do cavaquinho, Waldir é o compositor do mais
emblematico dos chorinhos, que é "Brasileirinho", do chorinho 
mais bonito, "Pedacinho do céu" e do baião que tem mais cara 
de choro de que menno pedindo sorvete, "Delicado". Por sinal, 
os três fazem parte deste CD. Confira as faixas: 
01 Brasileirinho
02 Pedacinho Do Céu
03 Delicado
04 Prelúdio Pra Ninar Gente Grande
05 Asa Branca
06 Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda
07 Kalu
08 Lamentos
09 Atrevido
10 Ave Maria
11 Mulher Rendeira
12 Naquele Tempo
13 Menino Do Braçanã
14 A Saudade Mata A Gente

INSCREVA-SE ASSIM: 
Escolha apenas UMA dezena, AINDA DISPONÍVEL, 
entre 00 e 99, e indique sua escolha nos comentários. 
Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 02/08/2017. 
(ou data indicada pela Caixa). 

quarta-feira, 26 de julho de 2017

SORTESCO D 50 - RESULTADO

(Bienvenido Granda / Hits Brasil /Saint-Preux)
A dezena sorteada hoje foi 42, 
a opção vencedora é de:
MANOEL CARLOS!
Parabéns!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

LIVRANDO A CARA DA POLÍCIA

Um dos textos de "Bala perdida". É longo para os padrões
da página, mas é deveras pertinente: 



Os mecanismos midiáticos
que livram a cara dos crimes
das polícias militares no Brasil

Laura Capriglione

"O estado de São Paulo tem um personagem inconveniente, 
insuportável mesmo. É uma mulher, espécie de maluca, dessas 
que aparecem nas horas erradas, chamam atenção para si, 
choram, carregam cartazes, brigam, falam alto. 
Chama-se Débora Maria da Silva, que ficou desse jeito desde que 
seu filho foi assassinado por homens encapuzados durante o 
revide policial aos ataques da organização criminosa PCC 
(Primeiro Comando da Capital), em maio de 2006. 

Na ocasião, um verdadeiro massacre foi cometido no estado. Em 
apenas dez dias, entre 12 e 21 de maio de 2006, caíram mortos 
505 civis, assassinados em supostos confrontos com a polícia, 
executados sumariamente por soldados da PM ou vitimados por 
grupos de encapuzados. No mesmo período, 59 agentes públicos 
foram mortos naquilo que consistiu a principal ação do PCC 
contra o aparelho do Estado. Segundo o sociólogo Ignácio Cano,
do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual 
do Rio de Janeiro, um dado esclarecedor sobre as motivações da 
morte de tantos civis (a dos agentes públicos, afinal, já se sabia
a mando de quem havia sido realizada) reside na cronologia
dos 

fatos. 

Enquanto os agentes públicos foram mortos nos dias 12 e 13, os 
civis foram assassinados, fundamentalmente, entre os dias 14 e 
17. Disse Cano em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo: 
“Esse quadro reforça a suspeita de que houve uma represália às 
ações do PCC, uma vez que a maior parte dos civis morreu nos 
dias seguintes”. 

O filho de Débora, Édson Rogério da Silva, foi um desses 505 
civis. Morreu na Baixada Santista, para integrar as estatísticas  
do matadouro em que se transformou o estado de São Paulo. 

E seria
 apenas isto: mais um sujeito preto, pobre e favelado a 

a engrossar as análises frias dos trabalhos acadêmicos e as
páginas policiais de jornais e revistas. 

Devastada pela dor da perda do filho, Débora chegou a dormir no 
cemitério onde ele se encontra enterrado, em Santos. E, então, 
levantou-se para fazer a voz dele reviver na sua própria. Fundou 
a organização Mães de Maio para cobrar a responsabilidade do 
Estado no assassinato e no desaparecimento de moradores das 
periferias pobres. 

O nome Mães de Maio parece ecoar o de outro movimento contra 
massacres cometidos pelo Estado, o Mães da Praça de Maio, que 
age contra os crimes da ditadura militar argentina. Também 
essas mães eram inconvenientes, intransigentes, insuportáveis. 
E, por isso, eram chamadas de “las locas de la plaza de Mayo”. 
Mas elas mudaram a história. E é isso o que Débora também quer 
em sua incansável militância diária. 

A dor de Débora fez dela a maior referência dos milhares de pais 
e mães que, desde 2006, perderam seus filhos devido à ação da 
Polícia Militar. Assim, o movimento Mães de Maio começou a 
juntar também mães de outros meses, de 2007, 2008, 2009, até 
hoje. E não para de crescer, porque a polícia nunca cessou de 
tratar os pretos pobres, moradores das periferias, como 
“suspeitos padrão”. 

Débora exige apuração dos crimes. Mostra o rosto devastado 
dos pais chorando a morte dos filhos. Dá nome e sobrenome
às vítimas. Cobra ação da Justiça. 

Denuncia a reação anestésica da mídia tradicional. Escracha os 
programas sensacionalistas, que vivem de incitar a população
à prática da vingança de sangue. Débora incomoda porque 
desnuda a violência estatal, uma violência bifronte que se 
apóia em duas lógicas distintas, mas complementares:
1) a lógica policial militar, que entende os cidadãos negros, 
pobres e periféricos como inimigos potenciais do Estado que
os exclui; 
2) a lógica da violência simbólica, operada principalmente pela 
mídia tradicional, que desumaniza e criminaliza as vítimas, 
atuando como salvo-conduto para a prática da violência policial. 

Senão, vejamos: o exercício racista da violência do Estado 
brasileiro é de fazer inveja ao mais racista entre os policiais de 
Baltimore, nos Estados Unidos, onde uma onda de rebeliões 
negras em 2015 tem denunciado a covardia dos agentes 
públicos, matando e torturando cidadãos afrodescendentes 
como se nem humanos fossem. 

Pois a PM de São Paulo matou 10.152 pessoas entre julho de 
1995 e abril de 2014. Entre 2008 e 2012, foram 9,5 vezes mais do 
que todas as polícias dos Estados Unidos. Enquanto os Estados 
Unidos registraram 0,63 morte a cada 100 mil habitantes, em 
São Paulo o índice foi de 5,87 no mesmo período. 

A maioria era de moradores das periferias pobres, negros ou 
pardos. Apesar disso, enquanto os Estados Unidos assistem a 
um processo de indignação e protestos pelas mortes decorrentes 
de ação policial, inclusive com homenagens a todos os negros 
mortos pela polícia nos últimos meses (Michael Brown, Tamir 
Rice e Eric Garner, entre outros), no Brasil opera-se uma espécie 
de anestesia da sensibilidade social, da qual só agora 
começamos a sair. 

Como aconteceu essa dessensibilização, a ponto de nenhum 
horror terem causado as mortes de 505 civis em um único estado 
da Federação em apenas dez dias? 

Como se desligaram os sensores humanos da tragédia social, 
quando milhares de pessoas são vítimas de um Estado 
ultraviolento e intrinsecamente racista? 

Um dos mecanismos opera pelo registro da invisibilidade do 
outro, dos outros, dos que não moram em Higienópolis, nos 
Jardins, no Leblon ou em Ipanema. A tragédia do filho morto no 
Capão Redondo ou no Alemão vira registro. Em Ipanema ou nos 
Jardins, é matéria de capa. A invisibilidade da realidade da 
periferia é parte do mecanismo que permite a supressão de 
direitos. 

Só reivindica direitos quem é visível no campo do debate 
democrático. Tornar invisíveis os problemas vividos pelos 
moradores da periferia é uma forma de eludir suas 
reivindicações. 

Explica-se: quando foi assassinado pela polícia o publicitário 
Ricardo Prudente de Aquino, em julho de 2012, depois de 
ultrapassar uma barreira policial em Alto de Pinheiros, um dos 
bairros mais ricos de São Paulo, fizeram-se manifestações e 
protestos, amigos vestidos de branco, rosas nas mãos, missa 
na igreja Nossa Senhora do Brasil – a mesma dos casamentos 
da elite paulistana. Repórteres de toda a imprensa presentes. 

Ricardo era uma exceção branca num monte de cadáveres 
negros e pobres. No mesmo mês, a polícia matara um jovem 
segurança morador do fundão da Zona Sul da cidade. 
A justificativa foi tê-lo confundido com um bandido. 

Como aconteceu no bairro rico, mãe, pai, amigos e colegas de 
trabalho desfilaram pelas ruas da periferia, com camisetas 
brancas e rosas nas mãos. Mas a mãe já sabia: “Protesto por 
assassinato de pobre não aparece no jornal”. Não apareceu 
mesmo. Foi noticiado apenas como “registro”, ou nota curta, 
sem foto. 

Em certo sentido, isso se deve ao paroquialismo dos jornais, 
com jornalistas cobrindo preferencialmente suas vizinhanças, 
seu próprio espaço vital, onde circulam seus amigos e seus 
familiares. É também porque os bairros ricos e de classe média 
concentram o leitorado dos jornais, a clientela direta. Por fim, 
tem a ver com a adesão ao projeto político tucano, que 
hegemoniza a política paulista há vinte anos. O governador 
do estado é o chefe da Secretaria de Segurança Pública. 

Outro mecanismo acontece pela manipulação da narrativa. 
O assassinato de um jovem trabalhador pela polícia é 
apresentado como “confronto”. A vítima, criminalizada, é 
invariavelmente acusada de ser traficante, de ter resistido à 
prisão, de estar armada, versão que a mídia tradicional 
retransmite docilmente e, na maioria dos casos, sem checar.

É uma covardia. Dotada de imensa assessoria de imprensa, a 
Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública fabricam
suas “verdades” contra famílias pobres, desassistidas e
desesperadas  pela dor e pelo medo, muitas vezes ameaçadas
caso ousem falar. 

Uma das maiores violências cometidas contra a família dos 
jovens assassinados pela Polícia Militar e contra a própria 
memória das vítimas reside em sua criminalização póstuma. 
Já entrevistei dezenas de pais e mães de vítimas como forma de 
documentar a violência policial, e a primeira coisa que a maioria 
deles faz é apresentar a carteira de trabalho do filho morto. Uma 
dessas mães mostrou-me a carta de condolências que o gerente 
da loja McDonald’s em que o filho trabalhava mandou-lhe depois 
do assassinato do menino por dois policiais militares fora de 
serviço. A carta dizia que o jovem era um funcionário exemplar. 

No enterro do jovem, colegas de escola e de emprego fizeram 
questão de estar presentes, em solidariedade. Para a poderosa 
assessoria de imprensa da polícia, entretanto, ele era apenas um 
ladrão. Nos jornais, a autoridade policial apareceu dizendo que 
o rapaz havia assaltado um supermercado e depois resistido – 
armado – à ordem de prisão. Estava “justificada” a morte. 

A mãe “foi procurada, mas não foi encontrada” figura, como 
sempre, a justificativa para a falta do chamado “outro lado”. 
E o menino virou bandido, algo que lança o estigma do crime 
sobre a memória dele e sobre toda a sua família. 

Outro recurso narrativo a favorecer a culpabilização da vítima 
consiste na extração do jovem morto de qualquer contexto 
afetivo, familiar, de vizinhança. 

O resultado do processo é ele ser reduzido à condição de 
“bandido absoluto”. Na maior parte das vezes, nem nome o 
morto possui nos registros dos jornais. 

O caso do pedreiro Amarildo é exemplar da atuação desse 
mecanismo, usado no piloto automático pela mídia tradicional. 
Ao mesmo tempo, trata-se de um marco a mostrar a potência das 
contranarrativas geradas nas redes sociais por comunidades e 
movimentos por direitos humanos. 

O pedreiro Amarildo foi preso, torturado e morto pela Polícia 
Militar do Rio de Janeiro no dia 14 de julho de 2013. Os jornais 
tradicionais, fiéis às assessorias de imprensa da polícia, 
apressaram-se em veicular a versão de que ele seria um 
traficante ou um prototraficante e que seu desaparecimento 
decorreria de acertos entre bandidos. 

Foi graças à troca de mensagens, torpedos e à campanha “Onde 
está o Amarildo?”, iniciada nas redes sociais, especialmente no 
Facebook, com o apoio de movimentos como o Mães de Maio (da 
inconveniente Débora) e da Rede de Comunidades e Movimentos 
contra a Violência, que Amarildo tornou-se pedreiro e resgatou, 
post mortem, sua humanidade. 

Assim, descobriu-se que ele, que tinha o apelido de “Boi”, era 
casado com a dona de casa Elizabeth Gomes da Silva e pai de 
seis filhos, com quem dividia um barraco de um único cômodo. 

Os jornais tradicionais – sob o risco da desmoralização – foram 
obrigados a ir atrás da verdadeira história do pedreiro 
assassinado. 

Por fim, linha auxiliar importantíssima na manipulação, na 
justificação e no incentivo da violência policial, estão os 
programas sensacionalistas vespertinos, que têm entre suas 
maiores estrelas os apresentadores Marcelo Rezende e José 
Luiz Datena. [artigo esqcrito em 2015]

Segundo o tenente-coronel da reserva da Polícia Militar de 
São Paulo Adilson Paes de Souza, esses programas enaltecem 
a associação de “truculência e arbitrariedade policial com o 
exercício de autoridade”. Segundo ele, alimentam ainda mais 
essa violência porque são consumidos avidamente nos quartéis. 

“O efeito terapêutico dessas falas nos policiais militares é 
terrível”, moldando sua ação violenta e justificando-a.

Hoje, o Brasil começa a mostrar a potência das contranarrativas 
feitas em rede e, como acontece nos Estados Unidos, 
multiplicam-se os registros em vídeo das violências cometidas 
por PMs, os quais viralizam pela internet; temos vítimas com 
nome e sobrenome, com história, com família, com luto, com 
carteira de trabalho. 

Temos vítimas que são objeto de saudades. Graças à ativa 
entrada dos pobres nas redes sociais, começam a ser 
desmontadas as mentiras veiculadas pelas assessorias de 
imprensa das polícias em conluio com uma imprensa 
desqualificada e adepta de soluções fáceis e apurações 
“por telefone”. 

Esse é o caminho e o legado deixados pelas tantas mortes de 
Amarildos, Cláudias, Douglas, Eduardos de Jesus. “Nossos 
mortos têm voz”, dizem as Mães de Maio. Cada vez mais." 
============
(in "Bala perdida", org. B. Kucinski, 2015)

Abraço do tesco. 

domingo, 23 de julho de 2017

SORTESCO 406

BALA PERDIDA
A violência policial no Brasil e os desafios para sua superação
org. BERNARDO KUCINSKI



Livro com estudos sobre a violência policial, publicado em 2015. 
Sobre ele, diz Marcelo Freixo: 
"Qual o modelo de polícia vigente no Brasil e como funciona? 
O que significa desmilitarizar a polícia militar? Por que a guerra 
às drogas tem relação direta com a violência policial e quais os 
números dessa violência? Como a mídia tem lidado com isso? 
O que pensam os policiais e os militantes dos direitos humanos? 
Por que a violência policial floresce na sociedade brasileira e 
que forças estão em jogo? Quais as soluções para esse impasse? 
Pensadores e militantes das mais diversas áreas de formação 
e atuação refletem aqui (e indicam saídas, propõem soluções 
e meios de participação) sobre essas e outras questões que 
constituem o dramático quadro da violência policial no país. 
Nessa cruzada sangrenta, você não tem o direito de permanecer 
calado!" 

MINHA FORMAÇÃO
JOAQUIM NABUCO



O grande pugnador pela abolição da escravidão negra no brasil, 
conta fatos do seu desempenho público. Ferrenho abolicionista, 
porém, ferrenho monarquista tambem, dita suas opiniões sobre 
república, monarquia, França, Inglaterra, Estados Unidos, e outros. 
Mostra-se deslumbrado pela monarquia por viver na Inglaterra 
por algum tempo (1882-84), e deseja preservar esse regime no 
Brasil. Apenas esquece um detalhe crucial: Os brasileiros não 
são ingleses! Livro de capa dura (lombada estragada) com 218 
páginas. 

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Sua opção será válida ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 
O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 29/07/2017. 
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sábado, 22 de julho de 2017

SORTESCO 405 - RESULTADO

(Párias em redenção / Meditações diárias)
A dezena sorteada hoje foi 53, 
a opção vencedora é de:
ÉRIKA!
Parabéns!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

SORTESCO D 50

CD BIENVENIDO GRANDA
CON LA SONORA MATANCERA vol. 2


Um dos maiores"cantantes" da America Latina foi o cubano 
Bienvenido Granda, que emplacou sucessos como "Angustia", 
"Egoísmo", "Percal", "Perfume de Gardénia", "Señora" e 
"Total". Eis as 18 faixas: 
01. Percal
02. Dios Me Señaló
03. Quisiera Que El Mundo Acabasse
04. Te Miro En La Copa
05. Sé
06. Payaso
07. Las Muchachitas Del Cha Cha Cha
08. Calla 
09. Micaela
10. Hoy Sé Mas
11. Oyeme Mamá 
12. Seré Tu Amigo
13. Todo El Mundo Escucha
14. Recordandote
15. Renace El Amor
16. Guajiriando
17. Ritmo De Mi Cuba
18. Noble Soy

CD HITS BRASIL
da série 20 PREFERIDAS 


Nos anos 70, para serem tocados nas emissoras de rádio, muitos 
cantores brasileiros tiveram que aparentar ser estrangeiros e 
cantar em inglês. Assim, cantores iniciantes como Fábio Jr., 
Jessé, Chrystian, Ralf e outros fizeram isso. A maioria dos "fake" 
sucessos daquela época consta deste disco. 
01. SWEET SOUNDS OH BEAUTIFUL MUSIC - STEVE MACLEAN
02. MY LOVE FOR YOU - DON ELLIOT
03. THE FUNNIEST JOKE - NAPOLEON
04. SWEET DAISY - MEMPHIS
05. ANGEL - JULIAN
06. DONT SAY GOODBYE - CHRYSTIAN
07. EVE - DAVE D ROBINSON
08. IF YOU COULD) REMEMBER - TONY STEVENS
09. TRUE LOVE - STEVE MACLEAN
10. ENAMORADO (MY SWEETHEART) - THE MYSTICS
11. RAIN AND MEMORIES - PAUL DENVER
12. LOVE ME FOREVER - THE PLAYINGS
13. MORE THAN YOU KNOW - CHRYSTIAN
14. LOVE ME LIKE A STRANGER - TONY VALDEZ
15. WORDS OF LOVE (DIALOGO DAMORE) - DAVE D ROBINSON
16. FOREVER ALONE - STEVE MACLEAN
17. PIGEON WITHOUT A DOVE - PATRICK DIMON
18. IM GONNA GET MARRIED - SUNDAY
19. TOO YOUNG - DON ELLIOT
20. TEARS - CHRYSTIAN

CD SAINT-PREUX
CONCERTO POUR PIANO


Um dos poucos compositores de música clássca contemporânea 
a alcançar sucesso popular - seu "Concerto para uma voz" é 
conhecido e continua agradando. O destaque, neste disco, é 
a faixa-título. 
01. Les Cris De La Liberté 
02. Rhapsodie 
03. Adagio Pour Piano 
04. Concerto Pour Piano 
05. Intermezzo 
06. Tristitia 
07. Credo 
08. Le Piano D'Abigail I 
09. Allégorie 
10. Le Piano D'Abigail II 
11. Le Chant Des Étoiles 
12. Les Violons De La Mer 
13. Nocturne 
14. Le Piano Enchanté 
15. Symphonie Pour La Pologne 

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O sorteio (item 2 do Regulamento) será em 26/07/2017. 
(ou data indicada pela Caixa). 

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O 13 QUE A HISTÓRIA NÃO CONTOU

Nunca tinha olhado a situação do povo negro escravizado
no 
Brasil, sob a ótica trabalhista, até ler um artigo publicado
no 
"Recanto das letras" em 25/01/2011, pelo professor
universitário 
Acúrsio Esteves, baiano, atuando em Salvador. 


É um artigo muito esclarecedor, cuja leitura recomendo a
todos 
que usam o cérebro para pensar. Obviamente, não é
leitura 
recomendada a nenhum 'coxinha', que só lê o que 
lhe reforça a ideologia destrutiva. 

"O 13 QUE A HISTÓRIA NÃO CONTOU"

"Treze de maio de 1888 passou para a história do Brasil
como 
o dia em que teria se acabado a escravidão em terras 
tupiniquins. 

Depois que a pena da princesa anunciou por decreto que não 
mais haveria jugo, a população negra a partir de então seria 
livre, não teria mais senhorio e poderia viver com dignidade 
e igualdade. 

Assim a escola me ensinou, assim eu aprendi e assim
acreditei 
durante longos anos da minha vida. É certo que
nunca entendi 
bem porque a Princesa Isabel, “A Redentora”,
decidira tomar 
tal atitude contrariando os interesses dos
que detinham o poder 
e entrando em sintonia com os
anseios da subjugada população 
negra, de alguns poetas,
intelectuais e políticos sonhadores que 
se diziam
abolicionistas. Pensava: foi uma verdadeira revolução 

sem sangue feita por uma mulher de coragem. 

O que a escola nunca me ensinou foi que à época, os
negócios 
do açúcar brasileiro, que era a principal fonte de
riqueza 
nacional e onde estava alocada aproximadamente
90% da 
mão-de-obra escrava, iam de mal a pior. O açúcar
da América 
Central era mais barato, mais próximo dos
grandes mercados 
e de melhor qualidade que o nosso.
Não dava para competir. 
Infelizmente só aprendi a
“História da Conveniência”, e 
Geografia Física onde os
aspectos políticos e econômicos 
“não eram” de nosso
interesse. 


O imenso contingente de escravos tornara-se então um
fardo 
para os senhores de engenho. Como sustentar esta
”horda” 
de homens, mulheres e crianças, mesmo sob
miseráveis 
condições, diante de tal crise econômica?
Era a pergunta que 
não se calava e que teve apenas uma
resposta: Demissão em 
massa.

Sim amigos e amigas, a demissão em massa foi a 
solução
encontrada para os trabalhadores e trabalhadoras 
forçados 
que edificaram e sustentavam  a economia nacional. 
E foi a maior, mais cruel de todos os tempos e quiçá de
todas 
as partes do mundo. 

Foi uma demissão sem direitos trabalhistas, quando milhões 
de trabalhadores saíram do único abrigo que conheceram
por 
toda a vida apenas com seus míseros pertences e a
roupa do 
corpo. 
E não tinham direito a ficar se quisessem. Só os mais aptos
ao 
trabalho ou os que possuíssem alguma especialização
foram 
mantidos como empregados, apenas pelo interesse
do seu 
senhorio capitalista. Esta demissão teve um nome
bonito: 
Lei Áurea. 

Antes dela, porém, vieram outras da mesma forma
convenientes 
aos interesses da classe dominante.
Vejamos: A primeira foi a 
Lei Eusébio de Queirós, em 1850,
que proibia o tráfico. Como a 
Inglaterra na prática já havia 
decidido interceptar e apreender os navios negreiros,
libertando os escravizados, então, foi uma 
lei inócua. 

A segunda, a Lei do Ventre Livre, 1871, serviu apenas para 
diminuir a pressão social dos abolicionistas. Ela não tinha 
aplicação prática, pois, como a criança pode ser livre com
pais 
escravos? Será que ela, a criança, teria escola,  moradia
digna 
e cidadania enquanto seus pais estavam nas senzalas?
Ela, 
que ainda seria tutelada até a idade de 21 anos pelos
senhores 
de seus pais, teria vida de cidadã ou de escrava? 

A terceira, a Lei dos Sexagenários, 1885, foi a mais perversa 
de todas, pois a expectativa de vida do cidadão livre à época 
era de 60/65 anos e a do escravo 32/40 anos. Eram raros os 
que chegavam à idade contemplada pela lei. Era muito difícil 
ter o controle da idade exata do escravo. Ainda hoje não são 
poucas as pessoas que não possuem registro de nascimento. 
Então, se o negro estivesse apto ao trabalho, forte, com boa 
saúde, era fácil dizer que ele ainda não tivesse alcançado 
a idade prevista pela lei. Porém se ele estivesse doente ou 
imprestável para o trabalho, nada mais cômodo que 
conferir-lhe os 60 anos e mandá-lo embora. 

Após a “libertação”, o imenso contingente “livre”, dentre os 
quais estavam os  fracos, doentes, velhos, crianças e outros 
“excedentes”, foi enxotado de uma hora para outra para o 
olho da rua. Não havia uma política agrária nem instrução 
pública e gratuita para os libertos, como defendia Joaquim 
Nabuco. Você já parou para refletir sobre as futuras 
condições de vida dos(as) que foram “libertados”? 

_ Onde iriam morar? 
_ Como iriam sobreviver? 
_ Iriam ser respeitados de uma hora para outra 
   como cidadãos e cidadãs? 
_ Que tipo de oportunidades a “sociedade” que
   eles 
construíram ofereceria para que esta gente
   construísse 
sua vida? 

Não é preciso ser especialista em sociologia para responder a 
estas indagações. Mas onde foi parar esta gente escorraçada 
das ruas das cidades por “vadiagem”? Que não tinha trabalho 
para sustentar a si nem a sua eventual família, nem moradia 
digna? Foi parar na periferia das cidades, morando em casas(?) 
miseráveis, sem esgoto, luz, água tratada, lazer, trabalho, 
educação, saúde, dignidade... Onde permanece, em sua grande 
maioria, até os dias atuais. Alguma semelhança com a Rocinha, 
Alagados, Pela Porco, Buraco Quente, Vigário Geral, Jardim 
Felicidade, Vila Zumbi, não é mera coincidência." 

Estão aí, límpidas e claras, as razões de todas as políticas 
afirmativas levantadas para o povo negro, que não são
nenhuma 
concessão gratuita, mas sim tentativas de
pagamento de uma 
dívida inquestionável! 

Abraço do tesco. 

SORTESCO D 49 - RESULTADO

(Clara Nunes / Karaokê)
A dezena sorteada hoje foi 72, 
a opção vencedora é de:
ÉRIKA!
Parabéns!