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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

DE ONDE VEM?

"De onde é que vem o baião?
Vem debaixo Do barro do chão". 
(Gilberto Gil) 

De onde surgiram o baião, xote ou xaxado não interessam 
no momento, o que visamos é a origem do impulso poético. 
Por que surge este impulso? Qual a motivação pra tentar 
exprimir em palavras algo que nos toca a alma? 

Muitas fontes são possíveis, por certo, mas, a principal 
origem nos parece ser a própria poesia. A contemplação 
da beleza, seja em que forma se apresentar, causa uma 
comoção em nós, que nos incentiva a reagir de um modo 
semelhante. E a poesia é expressão de beleza. 

É comum, portanto, que belos poemas infundam em seus 
leitores a vontade de participar daquela emoção, apenas 
visualizada e, se possível, "fazer poesia" também. 

E foi o que me ocorreu, no último dia 27, ao visitar o blog 
da Shirley, ASFALTO DAS HORAS, onde ela publica os 
belos poemas que produz. Ali me deparei com "Jornada", 
um poema singelo, porém profundo, que, possivelmente 
com implicações metafísicas, permite interpretações várias. 

Creio que Shirley não vai se zangar por reproduzi-lo aqui 
(querendo ver 'in loco', clique no título), então, ei-lo: 

JORNADA 

Nada levo comigo 
nem a força dos mistérios ocultos 
nem o sopro do vento profano 
nem o sêmen do silêncio. 
Consciente 
sigo pelos caminhos 
sob a aspereza do carma... 
Há que se ter zelo 
astúcia 
cuidado 
ao enfrentar o destino 
sem medo e sem arma... 
Nada levo comigo. 
Nada. 

Shirley Brunelli Crestana 

De imediato vi-me na obrigação de comentar o post, e me 
vi, também, compelido a escrever algo condizente com o 
que lia. Minha interpretação do escrito foi mais material, 
mais sensual, talvez, do que a intenção original da autora. 
O resultado, porém, não ficou muito destoante e, sendo 
apenas uma homenagem, foi apreciado por ela. 

Reproduzo-o aqui para que vocês possam criticar à vontade. 
(Não paga nada). 

VEM SEM NADA 

Vens sem nada, minha fada? 
Melhor assim, ficarás plena de mim! 
Do meu lado, não te enganes, 
Impregnar-me-ei de ti: 
dos teus cheiros, 
tua pele, 
teus desejos, 
teus devaneios, 
tua voz 
e teus silêncios. 
Não careces de astúcias, 
nem medos, nem zelos, 
Vem sem nada, 
Teu destiino sou eu! 

tesco 

Assim vai se perpetuando a poesia, pode ser que daí surja 
algo de bom, o importante é ousar! 

Abraço do tesco. 

4 comentários:

Eduardo de Souza Caxa disse...

Se uma moça me dedicasse um poema com o da Shirley, casava-me com ela!

Se um moço me dedicasse um poema como o teu, ***** com ele. Várias vezes.

Brincadeiras à parte, lindos os dois textos!!

Anônimo disse...

que delicia heim?
inspirado demais....continuam belos.
hiscla

Denise Carreiro disse...

As duas são belíssimas poesias. A sua mais sensual, a da Shirley, mais transcendental. Enfim, é muito bom transformar sentimento em palavras. Aplaudo de pé aqueles que conseguem. É uma arte. Muita paz!

Shirley Brunelli disse...

Não importa, tesco, de onde vem a inspiração, mistura de sonho e de realidade, um faz-de-conta delicioso... É tão bom estar atenta à beleza das coisas que vemos, estar à procura de um novo jeito de dizer o que muitos já disseram...
Agradeço-lhe, amigo, pelas palavras bondosas a meu respeito.
Continue com os seus poemas, são ótimos!
Beijos e bom sábado!!!