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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Hipótese da autonomia


Parece que às vezes não é o poeta que faz
o poema, e sim, o poema que usa o poeta.
Exemplifico:

Numa madrugada dessas - meus versos
costumam se expandir nas madrugadas -

eu estava no banheiro, lendo um livrinho
sobre Drummond (leio muito no banheiro,
quietinho, sossegadinho, ninguém me incomoda),
e esbocei um soneto sobre determinado tema:
Que não uso rimas por querer.


Já tinha dois ou três versos. Depois do banho,
porém, arrumei a cama e dormi.
Não escrevi nada do que tinha esboçado.

Na madrugada seguinte lembrei-me do soneto,
mas somente do tema, de nenhum verso
conseguia lembrar-me.
Forcei, forcejei, me esforcei, mas... nada!

Comecei a escrever pra ver se eles

voltavam à memória. Aí os versos foram
se sucedendo e compus o soneto.

Sobre o mesmo tema, sim, mas nenhum
dos versos anteriores e de uma forma
totalmente diversa da que eu tinha imaginado.
Saiu esse:

AUTONOMIA

Eu não procuro os versos,
são eles que vêm a mim.
Vêm de vários universos
para expressar-se assim.


Numa labuta insana
batem nos meus arraiais,

anos, meses e semanas.
Vêm chegando sempre mais.

Não sou eu que quero rimas,
são elas que se aproximam
e se enlaçam sem me ver.

Eu não mando nos poemas,
só dou palpite no tema,
e o resto é sem querer.

(tesco, 2008.11.11)



Isso já tinha me acontecido antes,
por isso formulei a hipótese.
Se ela não tiver ligação com a realidade,
não faz mal.
Pode-se dizer que é coisa de poeta!

Abraço do tesco.

6 comentários:

Anônimo disse...

Lindo poema, Tesco.
Continue poetando por aí.
Beijos

Daniel Savio disse...

Hum, já aconteceu isso comigo, de escrever alguns versos, para depois esquecê-los...

Fica com Deus, menino "Tesco".
Um abraço.

Manoel Carlos disse...

Você já leu Manuel Bandeira descrevendo seu processo de criação poética? Leia, tem tudo a ver com o que você escreveu, apesar de outras referências, refiro-me ao processo em si.

Daniel Savio disse...

Cara, tem um distrito de Campos chamado Ururaí que basicamente teve metade das casas inundadas.

Sendo que a estrada principal que liga Macaé a Campos passa por este distrito, sendo que tem um tempo que esse caminho ficou apenas possivel para carro pequeno... Moral da história que a viagem ficou mais longa.

Não sei em valor númerico dos Royalties, mas com certeza ela está umas das mais que recebem, mas como sempre, quando o dinheiro é "farto", que acaba "comendo bem" são os politicos...

Já saiu 30 milhões para ajuda em Campos, mas tem coisa mais necessárias, como doação de alimentos e roupas para o pessoal afetado, mas já mobilizaram a defesa civil para receber doações, porém vamos ver o que dá...

Fica com Deus, menino Tesco.
Um abraço.

Izinha disse...

oi tesco, (letra pequenininha..rs)
muito bom te conhecer, a rima está perfeita...parabéns.

bjos mágicos!

Anônimo disse...

^^ gostei do soneto ^^ coisas do além... podem ser inspirações de amigos poetas..como eu li num livro do james van pragh. DEISE ^^