Numa tarde ensolarada em 1968, desci (morava num oiteiro)
com os amigos para bater uma pelada.
Havíamos feito amizade com um vigia de uma drogaria
desativada, a qual tinha nos fundos uma quadra de futebol
de salão e voleibol. Contava até com a cadeirinha alta para
árbitro, junto ao poste onde se amarra a rede do vólei.
Nesse dia eu não consegui ser escalado em nenhum time,
visto que nunca fui nenhum "Beto-bom-de-bola", mas fui
"convidado" para a honrosa posição de juiz da partida.
Me deram até um apito oficial e eu pude ocupar
a cadeirinha lá no alto.
Mas nem tudo estava conforme as regras:
Devido à desativação da drogaria, os arcos do gol estavam
sem as redes. Claro que isto nunca foi impedimento para
uma pelada entre amigos. E...
"Foi dado o início da partida, amigos ouvintes!".
Tudo corria bem até que, à queima-roupa, foi desferido um
tremendo chute pelo time "sem-camisa" e, incontinenti,
o juiz (eu) apitou gol.
A celeuma foi grande, embora rápida: A bola não havia
passado por dentro do arco e o próprio atacante confirmou
o fato, anulando a decisão do juiz!
(Isso não é incomum em peladas).
A posição na metade da quadra, mesmo alta, é adequada
para dirimir dúvidas no voleibol e não no futebol de salão,
sendo, por isso mesmo, adotada no voleibol.
Além disso, a ausência de rede, forçosamente, leva a erros.
Assim, o equívoco do árbitro foi plenamente compreendido
pelos preliantes e a partida seguiu normalmente até o final.
- Ué, tesco! E o juiz ladrão do título?
Não fui eu, o mundo todo sabe quem é!
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