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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NADA NOVO SOB O SOL


Aqui temos um trecho da crônica "A companhia dos amigos",
de Rubem Braga, encontrada no livro "200 crônicas escolhidas
de Rubem Braga". Reparem na atualidade da queixa:

"A cidade estava insuportável, com milhões de pessoas na rua,
os caixeiros exaustos, os preços arbitrários, o comércio, com

o perdão da palavra, lavando a égua, se enchendo de dinheiro.
Terá nascido Cristo para todo ano dar essa enxurrada de
dinheiro aos senhores comerciantes, que já em novembro
começam a espreitar o pequenino berço na estrebaria com
um olhar cúpido?"

O 'porém' é a data da crônica: Dezembro, 1945!
Pode-se concluir que, a não ser pelos inevitáveis "upgrades",
"não há nada de novo sob o Sol".


- Quer dizer, tesco, que você é contra o Natal?

Bem, aí se pode escrever um grande "DEPENDE"!
Se, por Natal, você se refere a essa grande orgia comercial,

com a troca obrigatória de presentes comprados, árvore de
Natal com representação de neve pingando, renas, trenó,
Papai Noel, e toda essa tradição europeia, pode apostar que
eu não tenho nada a favor. Afinal, nunca fui comerciante.

Na verdade, essa variedade de Natal nunca foi tradição lá em
casa, se bem que o outro tipo, também não. Afora uma árvore
de Natal feita com cabo de vassoura, arame e algodão, não
havia outros sinais de Natal.

Minha irmã, irmão e alguns vizinhos iam à tal da "Missa do
Galo". Eu nunca vi nenhuma. E sempre estranhei esse negócio
de galo: Não seria mais coerente uma "Missa da Coruja"? O
 último ônibus do dia, à meia-noite na maioria das linhas, não
´é chamado de "Bacurau"?

Respeito a convenção de se datar o nascimento de Jesus
como 25 de dezembro, como respeitaria qualquer outra data.
Se vários povos do hemisfério norte, comemoravam o início
do movimento do Sol para o norte, após o começo do inverno,
com as festas do "Natal Solis Invictus", e a Igreja, já então
"Católica", aproveitou o impulso, é de importância secundária.

Aliás, todas essas histórias exóticas que teceram em volta
do principal pregador da bondade de Deus, em nada me
comovem, pois em nada contribuem para sua mensagem.

Essa trama de genealogia a partir de Davi, nascimento em
Belém, visita de magos, estrela-guia, matança de crianças,
fuga para o Egito, menino de 12 anos surpreendendo sábios

no Templo, e outros detalhes, poderiam ser de grande
importância para os judeus da época e os recém-conversos
nos primeiros séculos, mas hoje só servem de enfeite.

O principal de tudo é a mensagem evangélica, que pode ser
resumida no chamado "Sermão do Monte".


Como disse Gandhi, o maior cristão do século 20, e que nem
tinha o rótulo de cristão: "Se todos os livros sagrados da
humanidade se perdessem, mas não O Sermão da Montanha,
nada se teria perdido".


Questionado por não se tornar cristão, Gandhi respondeu:
"Ó! Eu não rejeito seu Cristo. Eu amo seu Cristo. Apenas creio
que muitos de vocês cristãos são bem diferentes do vosso
Cristo.".


Esse comportamento de só valorizar o rótulo, em detrimento
do conteúdo, permanece ainda hoje. Vejam o comentário de
um anônimo em um post sobre "Gandhi e a Igreja Cristã":

"Pode ser que ele diga a Jesus; "Senhor. Eu tentei!! Eu estudei
a tua palavra, mas quando um dia eu quis adorar no teu

templo, não me receberam, me maltrataram e me puseram
para a rua".
Jesus dará o veredicto inevitável;
"Mas ele vos dirá: Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim,
vós todos os que praticais iniqüidades". Lucas 13:27.


Seria cômico se não fosse trágico, pois é essa mentalidade
discriminatória que arrasta a Humanidade para os conflitos
intermináveis que nos atormentam.


Creio que após a desencarnação, Gandhi foi recebido por
Jesus (sim, ele tinha nível pra ir direto até Jesus), com um
caloroso abraço e a afirmação: - Bom trabalho, irmão!".


Essa seria a maior recompensa para mim, além de ter
realmente realizado um bom trabalho na Terra: Ouvir a
confirmação do fato provindo de esferas mais altas.


Como isso ainda é matéria de sonho, e não realizável
em curto prazo, continuo com meus pequenos esforços
por aqui e desejo a vocês que, com o "Sermão do Monte"
guiando suas ações, tenham um


FELIZ NATAL!

Abraço do tesco.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ele é o máximo. Eu já gostei mais do Natal, agora nem tanto.
Beijotescas

Anônimo disse...

Feliz Natal para voce também...
hiscla