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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DEMOLINDO O MUNDO ANTIGO


- Então? Vai demonstrar a "Renovação Espirtual" que nos legou
a Idade Média?


Ainda não.

- Arrá! Desistiu dessa causa perdida, né?

Não. É que a Idsde Média e. consequentemente, o período de
divulgação do Cristianismo, tem o aspecto negativo porque é
comparada com a Idade Antiga, que é apresentada como uma
época de ouro.


- Ora, e realmente é assim. A Idade Média comparada com a
Antiga, perde feio.


Com essa Idade Antiga difundida, perde sim, mas a
Antiguidade verdadeira é outra coisa.

- Como "outra coisa"? A Idade Antiga são períodos de ampla
liberdade, ninguém era perseguido por ideias políticas,

filosóficas ou religiosas.

Esse é o pensamento dominante, mas as coisas não eram
assim. Vejamos a Grécia clássica, que é a maior referência
nesse aspecto. A maioria dos filósofos nessa terra esteve,
em algum período de sua vida, exilado, tal como Pitágoras,
Xenófanes, Diógenes de Sinope, Epícteto, e vários outros.
E muitos deles, apenas por motivo de ideias. Sócrates mesmo,
foi condenado a beber cicuta, porque não apelou para ser
exilado. Fídias, o afamado escultor, doi aprisionado e morreu
na prisão, apenas por ter se auto-retrtado no escudo de uma
deusa. A liberdade de pensamento expressão e  não era tão
ilimitada, como se propala.

- É, pode ser...

E a espiritualidade dos antigos gregos e romanos, por
exemplo?

- Bem, disso você não pode reclamar, eles tinham muitos
deuses!

Não, não tinham. Os deuses não eram deuses, eram apenas
super-homens, com muitos poderes além do homem comum,
mas com suas paixões aumentadas também. Suas virtudes

eram essencialmente materiais, como velocidade, força,
invisibilidade e poder para matar sem ser morto. Não digo
que os deuses devessem ter 'virtudes' como são conceituadas
hoje, mas apenas que tivessem um mínimo de coerência, e
não fossem tão semelhantes aos homens, tão inclementes,
injustos e parciais.

- Mas. pelo menos acreditavam na sobrevivência do espírito.

Isso também é discutível, pois o que se cria, de modo geral,
era que sobrevivia uma 'sombra', em nada comparável a uma
pessoa viva. E esta 'sombra' era apática, sem dinamismo, sem
emoção e sem evolução. Em suma: Era um 'morto-vivo', que
não é muito diferente de um 'morto-morto', digamos assim.

- Mas a ciência antiga...

A 'ciência antiga' também é um grande balão de ar quente,
o que tem muito é fogareiro pra aquecer o ar. Inegável é a
contribuição  de Eratóstenes, Euclides Tales de Mileto,
Pitágoras, Hiparco, Aristarco de Samos, Arquimedes e
Hipócrates. Os demais ou deram contribuição pequena ou
mais contribuíram para perpetuar erros, como Aristóteles,
com a teoria da abiogênese, ou como Cláudio Ptolomeu,
com a Terra de centro fixo e o universo girando em torno
dela. Ademais, poucos, ou pouquíssimos, eram mesmo
dinâmicos e corajosos para "matar a cobra e mostrar o pau",

ou seja, "tirar a prova dos nove" e verificar suas conclusões
experimentalmente.


- O que você não pode negar, tesco, é a grande produção
filosófica dos gregos.


Não nego, mas desqualifico! O que temos a ganhar com uma
teoria que diz que tudo provém da água? Ou do fogo? Ou uma
que afirme que existem quatro grandes elementos: Agua, ar,
terra e fogo? Isso tudo pode ser importante como começo da
atividade de pensar, e não nego isso, mas estudar a fundo as
obras dessa turma, tentando descobrir o que eles tinham em
mente, é uma criancice. O que eles queriam dizer é isso que
disseram. Ressalve-se as ideias de Sócrates, que foram
veiculadas por Platão, mas Platão mesmo, o que nos passou
de bom?


- Ora, Platão tem muita coisa sim. A República...

Platão visualiza em "A República", um estado constituído por
três classes: Governantes esclarecidos; guardiães da liberdade;
e uma terceira classe composta por camponeses, artesãos e
comerciantes, para satisfazer as necessidades econômicas.
Esta última classe não precisa receber nenhuma educação,
reservada apenas para os guardiães e a classe superior da
hierarquia. Ou seja, eles não tinham mobilidade social, nem
se preocupavam em plnejar algo assim. Escravo era escravo
e fim de papo! E como tinham escravos! Cerca de 80% da
população da Atenas de Péricles era composta de escravos.
Essa filosofia escravista, com a espécie humana dividida em
duas classes - uma de senhores e outra de escravos - não
pode conduzir a Humanidade a m bom destino.


- Mas tesco, esse era o pensamento da época, você não pode
querer que botem as coisas de cabeça pra baixo.


É justamente isso que estou dizendo! Não havia nenhuma
época de ouro. O pensamento ainda era incipiente, a barreira
entre dominante e dominado era muito forte, o humanismo
não existia! Como uma época assim pode ser boa?
Na verdade, qualquer tempo em que vigora a opressão,
é uma época de ouro para a classe dominante.


 - Afinal, tesco, diga o que você quer dizer!

Quero dizer, e digo, que a antiguidade clássica não é toda essa
maravilha que dizem, e que o mundo não teria o grande

avanço, em todos os campos, que pensam que teria se não
houvessem surgido o Cristianismo e a Igreja Católica.
Essa é uma conclusão equivocada, baseada em fatos pontuais
e fora de contexto.

Num próximo post veremos meus argumentos para mostrar
que a Igreja Católica não é toda essa desgraceira que muitos
pintam.
Abraço do tesco.

5 comentários:

Anônimo disse...

Dantinhas, ainda bem que vc. escreve fluindo e fica até fácil compreender.Chico

Anônimo disse...

Quando Toledo era capital da Espanha, dominada pelos muulmanos, havia liberdade religiosa para judeus e cristãos.
Quando os cristão passaram a dominar a Espanha (a capital passou a ser Madri) é que começaram as perseguições religiosas...
ManoelCarlos

Anônimo disse...

Tesco, vou precisar de um tempo para digerir esse seu post, visto que sempre achei a Antiguidade uma época de ouro, ao contrário da Média que eu tenho VERDADEIRO HORROR.

Aguardarei o próximo quando você afirma que a Igreja Católica não foi tão tenebrosa assim.

Beijotescas

Anônimo disse...

bom texto

Anônimo disse...

Legal o texto né?
e voce smepre debatendo o "senso comum" rsrs
A idade média é um período d emais ou menos mil anos, cheio de altos e baixos..
Em tese, tudo que 'sobreviveu" foi cristianizado - como os filosofos por exemplo -
o poder da igreja é tanto que chegamos a denominá-la de a grande "prostituta da idade média".
Não há produção literaria ou cientifica (se assim se pode dizer) que tenha escapado da influencia da igreja.
Penso que daqui uns seculos alguem dirá sobre nosso dias: "niguem escapava das influencias da burguesia e seus valores".
entende?
beijos
hiscla
hiscla