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quinta-feira, 5 de julho de 2012

BOBAGENS LINGUÍSTICAS 12

O PORQUE DOS PORQUÊS

A língua portuguesa tem quatro versões de
“porque”. Isso, evidentemente, é um exagero.
Fiz um arremedo de pesquisa com o tradutor
Google, e
constatei que, a maioria das
línguas que se utilizam do alfabeto latino
emprega apenas duas formas de "porque",
algumas poucas mostram três formas.

Primeiramente, vejamos quais são as variações
do português.
Apresentamos aqui uma simplificação do que
ensina o site "Infoescola":

USO DOS "PORQUES"

Na língua portuguesa, existem quatro tipos
de “porquês”.
É muito fácil se enganar na
redação.
Veja a diferença entre eles:
 
Por que (separado e sem acento)
Para iniciar perguntas:
- Por que fizeste isso?

Porque (junto e sem acento)
Para responder perguntas:
- Fiz isso porque  era necessário
 
Por quê (separado e com acento)
Em final de frases:
- Sabemos que você não compareceu
à reunião, por quê?

 
Porquê (junto e com acento)
Quando o “porquê” tem função
de substantivo:

- Se ele fez isso, teve um porquê (motivo).

Muito bem, você ficou craque no USO dos
"porques", agora resta saber o PORQUÊ de
tanto "porque". Isso, porém, não é explicado.

Se você, querido leitor, já não encheu o saco,
com tanto "porque", e ousa continuar a ler
mais esta irrelevância do tesco, verificará
comigo três disparates.

O primeiro é a terceira forma (separado e
com acento):
Uma completa inutilidade e sem nenhuma
razão de ser! Não é tradição da língua
portuguesa a distinção entre formas finais
e iniciais das frases e, mesmo se fosse,
pra que serviria?

O segundo disparate é o da quarta forma
(separado e com acento):
Uso de um acento gráfico para indicar classe gramatical. 
Além de não ajudar em nada na linguagem
oral, também é isento de utilidade na leitura.
Ninguém lê fazendo análise sintática, a não
ser em deveres escolares. É também uma
contradição com a política de reduzir os
acentos diferenciais.

O terceiro disparate está na segunda forma
(junto e sem acento):
O acento gráfico foi concebido justamente
para orientar a pronúncia, mostrando a
sílaba tônica. A ausência dele em "porque"
deveria conduzir o leitor dessa palavra a
pronunciá-la "pórque", como as outras de
mesma terminação:
emborque, enforque, torque, e as
assemelhadas: berloque, bodoque, choque,
coloque, coque, convoque, desemboque,
desloque, enfoque, equivoque, escroque,
estoque, foque, invoque, nhoque, pipoque,
provoque, reboque, retoque, roque, soque,
toque, troque, emborque, bosque, embosque,
enrosque, quiosque e outras menos cotadas.

E mais, todas as de proonúncia semelhante
levam o acento circunflexo na vogal final:
antevê, balancê, bebê, bidê, bilboquê, buquê,
cadê, canjerê, clichê, caxinguelê, comitê, crê,
crochê, cupê, dendê, descrê, dossiê, fuzuê,
guichê, ipê, irerê, lê, matinê, mercê, pererê,
piraquê, prevê, purê, relê, revê, sapê, vê,
você.

Por que, então, "porque" não leva o acento
circunflexo?
Isso contraria a própria regra gramatical.
"Quem vigia o vigilante?".

Não vejo nenhuma outra explicação para
tantos "porques", exceto essa de uma visão
maquiavélica:
Criar o problema para dar emprego aos
"solucionadores".


Abraço do tesco.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tá ouvindo aí os aplausos que estou dando aqui? Perfeita a sua coluna.
Beijotescas

Unknown disse...

Sabe que cê me convenceu? Doravante pronunciarei "pórque" quando for responder qualquer coisa!

Anônimo disse...

Caro Tesco, tudo bem?
A terceira forma "por quê" se justifica por uma regra fonética, ou seja, monossílabo tônico é acentuado. No início (também no meio) da frase o "que" é átono; no fim é tônico.
Fraterno abraço
Manoel Carlos

tesco disse...

Caríssimo Manoel:
Tudo vai bem (se excetuarmos a política, a mídia,a saúde pública, a medicina, a segurança, as conexões com internet, a educação, e diversas outras, além das regras de linguagem, claro).
A justificativa citada,infelizmente, não justifica: A tonicidade não depende da posição do termo na frase. Se não as palavras pé,chá, lê, vê, dá, dê, vá, fé, seriam acentuadas somente em final de frase. Aliás, esta regra (que não é imposição da fonética, mas dos gramáticos), é muito esquisita também. Qual a outra forma de pronunciar chá? Se tirarmos o acento de dê, pronunciaremos di, mas se tiramos o acento de pé, quem pronunciará pi? Incongruência não falta nas regras de português!
Abraço.