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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

CONTRACANTO: RECONCILIAÇÃO


Magoarmos os entes queridos, uma vez ou outra, é inevitável.
Não é desejável, claro, mas a nossa inferioridade evolutiva
nos leva a isso. E, muitas vezes, nem notamos a indelicadeza,
a grosseria, a estupidez de nossas infrações.

Na vida familiar, e principalmente, na vida a dois, tal fato rói,
corrói e destrói as relações. E a mulher, que normalmente tem
mais aguçada a sensibilidade em sentimentos, é mormente a
vítima dessas situações.

É o caso do poema postado pela Shirley em 20 de setembro
passado. A persona, encarnada por ela, se lamenta de uma
decepção sofrida a partir de um ato do amado. Sabe-se lá
o que foi: Um comentário tolo, uma reclamação, talvez
indevida, uma indireta, uma observação trivial, o que for.

O fato é que acarretou uma mágoa, um desgosto que mina
todo o entusiamo que estiver espalhado na pessoa, podendo
se acumular, se o ato causador tornar a acontecer. E tais
sequências têm resultados imprevisíveis.

O 'drama' é narrado com as elegantes e sugestivas metáforas
da Shirley, transportando o leitor para o fulcro mesmo da
questão, fazendo-o sentir o impacto do problema. Atente:


DECEPÇÃO

Shirley
(2014.09.20)


“O som de tua maldade
varou-me a carne aflita
e um mar revolto
penetrou o meu medo.
A tarde que era linda
- havia sol -
murchou no meu plexo solar
que espetado
na ponta de tua intenção
incensou os venenos
 até o anoitecer...”

   * * *

O aborrecimento perdurou a tarde toda, como se vê. Uma
visão de um leitor em particular – eu – o amado notou a
consequência, talvez não tenha notado ter sido ele mesmo
a origem do ressentimento, e insiste em que sua amada se
retire daquele estado abúlico, de apatia, de introspecção.

As ideias que emite são boas e coerentes, o porém é que ele
não vê (ou faz que não vê) que foi o causador de tudo, o que
torna o seu discurso meio sem sentido. Veja o que diz:


LEMBRETE
tesco
(2014.09.22)



“Não quero ver-te assim entorpecida
A todo movimento indiferente
Mas não envolvimento é prudente
Enquanto não se quer a dor mexida.


Veremos tão somente a dor tecida
Iremos padecer inutilmente
Se neste intermezzo inconsequente
Nós retirarmos casca de ferida.


Num universo pleno de amor
Só tu prossegues destilando dor
E entretanto, movimento é vida


Estagnarmos é contraproducente
Se nós pararmos vendo a dor crescente
Alguma coisa restará perdida.”

   * * *

“Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem”, mas... Sei não,
Shirley, esse cara é meio bronco, é melhor pensar em cortar
o mal pela raiz. Já pensou seriamente em largá-lo?
Faça um 'update', pegue algo melhor. Eu, por exemplo.

Abraço do tesco.

6 comentários:

Shirley Brunelli disse...

(Risos, risos, risos)Quem me inspirou esse poema, foi uma amiga, por ter dito uma "besteirinha".
O "outro" não existe, é produto de sua fértil imaginação. Por isso, tesco, vem pra cá (mais risos)!
Beijo!

cynthia disse...

gostei!

Anônimo disse...

Tesco, para mim uma mágoa é melhor do que beijo na testa. Quando o casal não tem mais nada para dizer um ao outro,é porque acabou de vez.
Beijotescas

Anônimo disse...

Tesco, quando fiz o meu comentário, lembrei-me do poema "Dejeuner du Matin". Nesse link tem a tradução:

http://www.campodeorquideas.com.br/2/pagina2.asp?materia=441

Anônimo disse...



Pois....ferir suscetibilidades não é uma boa! ainda mais qdo a pessoa é sensivel...
Penso que se aprendêssemos a lidar melhor com a sensibilidade seriamos pessoas mais felizes.
hiscla

Clara Lúcia disse...

Gostei...
Dores tbm são poesias... e por que não?

Beijos